Grandes projetos retornam à pauta dos governos

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As revistas O Empreiteiro e ENR – Engineering News-Record apresentam a 26ª edição da ENR Global Indider OE

Estudo mostra como mudança climática impacta na infraestrutura

A 3ª Avaliação do Clima Nacional, publicado este mês (maio), pelo governo norte-americano, aponta que os níveis crescentes do mar, chuvas torrenciais e o calor extremado já estão produzindo danos à infraestrutura, como rodovias, ferrovias e linhas de transmissão, com tendência de se agravar seriamente nas décadas futuras.

O relatório aponta que desde 1970 a temperatura média vem se elevando, sendo os anos recentes como os mais quentes da história. Especialistas acreditam que esse estudo dá suporte à administração pública para desenvolver projetos visando proteger as cidades de inundações excepcionais, cortes de energia e outros danos, de modo que a atividade econômica e a infraestrutura possam continuar operando.

Congresso norte-americano vota programa sobre recursos hídricos de US$ 15 bi

Repondo um programa conhecido com a sigla de WRRDA, as duas câmaras do congresso norte-americano vão votar um projeto de lei similar que deve autorizar financiamento federal, no valor total de US$ 15,6 bilhões, para 34 obras, a serem gerenciadas pelo Army Corps of Engineers, a maior parte ligada à infraestrutura de recursos hídricos. A obra de maior valor é o projeto Morganza to the Gulf para o controle de inundações no Estado da Louisiana, cuja participação federal está orçada em US$ 6,7 bilhões.

Chernobyl instala metade da estrutura final de contenção

Depois de 28 anos do acidente nuclear que destruiu a planta nuclear de Chernobyl, na atual Ucrânia, a primeira metade do “cofre” projetado para conter o que restou do edifício do reator, selado em caráter emergencial sucessivas vezes,  foi concluída. A estrutura de 25 mil t, com altura suficiente para alojar a Estátua da Liberdade, de Nova York, terá um custo final de R$ 2 bilhões, de acordo com o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, que responde pelo financiamento que envolveu 40 países.

O comissionamento final da estrutura está cerca de três anos atrasado, dado sua complexidade e características inéditas. A estrutura tem 108 m de altura, 162 m de comprimento e 257 m de largura.

O Consórcio Novarka, formado pela Vinci e Bouygues, ambas empresas francesas, está construindo a estrutura em duas metades, a 300 m do local do acidente que permanece altamente radioativo. A primeira metade pronta foi deslizada até o local do reator e tem 100 anos de vida útil, projetada para exigir o mínimo de manutenção.  Seu interior será mantido com menos de 40% de umidade, de modo a eliminar a corrosão e dispensar pintura. 

A estrutura empregou 86 mil m² de aço inoxidável como revestimento final. O projeto foi desenvolvido pela Bechtel, Battelle Memorial Institute, ambos dos Estados Unidos, e a EDF, da França.

Por que as grandes barragens continuam necessárias

Contrariando um estudo recente da Universidade de Oxford, da Inglaterra, que informava que a maior parte das grandes barragens sofreu estouro de custos e prazo na construção, concluindo daí que as barragens menores são mais eficientes em termos de custo/benefício, o Comitê Internacional de Grandes Barragens aponta que o relatório tem graves falhas,  deixando de analisar os verdadeiros desafios na geração de energia e uso de recursos hídricos, especialmente em países em desenvolvimento. 

As 50 mil grandes barragens, conforme o Registro Mundial de Barragens, fornece 15% da produção global de  energia e água de irrigação para cerca de 800 milhões de pessoas. As hidrelétricas continuam sendo as fontes mais econômicas de geração de energia e não emitem carbono, como as usinas térmicas que queimam carvão, afirma o Comitê. Em diversos países africanos, a população derruba florestas nativas para usar a madeira como combustível de cozinha, por falta de energia elétrica.

Quanto ao estouro de custos das grandes barragens, apontado pelo estudo de Oxford, de 99% de sobrecusto de construção,  indicando como fontes o Banco de Desenvolvimento da Ásia, Banco Mundial, Comissão Mundial de Barragens, dentre outras instituições, a cifra verdadeira é de 24%, conforme conferência feita sobre 184 barragens construídas ou monitoradas por esses organismos.

Estatal chinesa negociou ferrovia de US$ 13 bi na Nigéria

A China Railway Construction Corp. assinou acordo com o ministério dos Transportes da Nigéria para construir uma linha de 1.385 km, ligando 10 estados do país à capital Lagos, mas seu traçado não foi divulgado por temor dos rebeldes no delta do rio Níger. A linha que terá pelo menos 22 estações ao longo dela será projetada para permitir velocidades de 120 km/h aos trens. A empresa estatal chinesa responsável pela obra informou receitas de US$ 1 bilhão no 1º trimestre do ano, 21% acima em relação ao mesmo período em 2013.

14 consórcios competem por metrô de Mumbai

Pré-qualificados, 14 consórcios vão participar da licitação prevista para julho da linha 3 do metrô de Mumbai. O contrato deve ser adjudicado em janeiro de 2015, segundo a Mumbai Metro Rail Corp., na Índia. 

A linha 3 tem custo orçado em US$ 4,4 bilhões, sendo US$ 2,6 bilhões de obras civis, inclusive túneis que vão atravessar a região costeira da cidade. A rede metroviária de Mumbai prevê 450 km de linhas por volta de 2031, tendo a primeira fase já iniciada com nove corredores totalizando 146 km.

O ramal a ser licitado tem extensão de 32,5 km, e sai de Colaba, no sul de Mumbai, para se ligar à Zona de Processamento de Eletrônicos para Exportação, no norte da cidade. O projeto inclui 26 estações no subsolo. Uma das dificuldades esperadas na obra é um lençol freático a 7 m de profundidade, frente às máquinas TBMs (Tunnel Boring Machine) que precisam escavar a 22 m de profundidade, na formação de basalto duro.  Os túneis também atravessam a parte antiga de Mumbai, com muitos edifícios históricos. 

As empresas de engenharia estão confiantes no cronograma das obras, que contam com empréstimo de 30 anos da Agência de Cooperação Internacional do Japão, equivalente a 57% do valor do projeto, a juros de 1,5% ao ano excluídas as flutuações cambiais da moeda.

Dinamarca projeta túnel submerso que será recordista mundial

Enquanto empreiteiras chinesas alcançavam a metade da obra do túnel submerso que vai ligar Hong Kong a Macao, programado para abrir em 2016, quando seria o mais longo do tipo no mundo com seus 6,7 km, a Dinamarca ingressava na fase final de licitação de um túnel similar que será três vezes mais longo em relação ao chinês, ligando este país à Alemanha.  A abertura das propostas está programada para dezembro próximo. O túnel de 17,6 km, chamado Fehmarnbelt, de uso rodoferroviário, deve iniciar as escavações em julho deste ano, ao custo de US$ 7,6 bilhões.

O túnel vai ligar as regiões de Rodbyhavn e Puttgarden, na Dinamarca, à parte setentrional da ilha de Fehmarn, na Alemanha. Será constituído por 79 elementos standard, mais 10 elementos especiais destinados a alojar equipamentos operacionais a intervalos de 1,8 km. As seções standard medirão 217 m por 42 m de largura e 9 m de altura, pesando 73.500 t cada, a serem construídas em dique seco e rebocadas a seguir ao local de imersão. Construtoras de renome da Europa e Estados Unidos formaram nove consórcios para disputar os quatro contratos referentes aos trabalhos.


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