Grupo internacional ficará com 100% do Projeto Seival

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O projeto da Usina Termelétrica Seival, em Candiota (RS), pode finalmente sair do papel se confirmada uma posição vitoriosa no próximo leilão de energia A-5 deste ano, o que garantiria o começo das obras para o início de 2008. Essa é a previsão do superintendente do projeto, Roberto Faria, que informou, também, que o consórcio formado por Andrade Gutierrez, MDU Resourcer e Copelmi se desfez no final do ano passado. O projeto da UTE Seival agora é 100% da Copelmi, que deve anunciar, em breve, o novo grupo investidor. Os novos empreendedores deterão 100% do capital e a Copelmi será a fornecedora exclusiva de carvão através da mina de Seival. “O consórcio se desfez e o principal motivo se relaciona ao EPC do projeto em que não houve convergência dos investidores e empresa responsável, no caso a Andrade Gutierrez. Agora, vamos anunciar o novo grupo investidor, que tem robustez financeira e vem buscando há algum tempo novos projetos no Brasil”, afirma Faria. Ele adianta que a Copelmi contratou a Rio Bravo Financial Advisors para estruturar a transação. Seival é um projeto à base de carvão mineral, com 500 MW de capacidade instalada. O diretor informa que, atualmente, o projeto de engenharia da UTE Seival, cujos investimentos necessários seriam da ordem de US$ 800 milhões, está pronto. “Estamos recebendo propostas para o EPC e nos encontramos em negociações mais detalhadas dos preços dos equipamentos. O projeto conta com licença prévia (LP) e deverá receber a licença de instalação (LI) nos próximos 45 dias”. O projeto dispõe de autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2000, LP desde 2001 e outorga definitiva de uso de água desde 2006. A unidade será construída próxima à mina de Seival (no extremo sul do território gaúcho), fornecedora do carvão para a geração térmica. Faria afirma que a UTE Seival é um projeto maduro por contar com o processo de licenciamento avançado. “Ele tem como característica o baixíssimo risco, tanto para o investidor, que não corre o risco geológico ou de mudanças de preço, ligado ao combustível, quanto para o consumidor nacional do mercado de energia. No último caso, o risco de não entrega de combustível é inexistente, uma vez que a mina está ao lado da usina”, diz. O diretor destaca que a UTE Seival contará com tecnologia de ponta em relação à redução de emissões, enquadrando-se no conceito de tecnologia de queima limpa de carvão. Faria afirma que esse é um fator importante por existirem preconceitos com as usinas térmicas de carvão. “Boa parte desses preconceitos são por desconhecimento. É importante avaliar a tecnologia hoje disponível em comparação às usinas que foram instaladas há 30 ou 40 anos, antes dos códigos ambientais”. Para exemplificar o que diz, recorre ao que acontece atualmente nos Estados Unidos. “Eles têm 51% de sua energia elétrica gerada a partir do carvão mineral. O motivo disso é simples: preços estáveis e garantia de entrega. As maiores reservas nacionais de combustíveis fósseis são de carvão”. Ele acredita que o projeto UTE Seival será um divisor de água em relação ao aproveitamento do carvão energético no Brasil.
Fonte: Estadão


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