O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), Antonio Müller,avalia que a realização do leilão de Libra por si só foi positiva, pois abre caminho para um novo ciclo de oportunidades para as empresas fornecedoras, especialmente na fase de produção.
Para ele, será fundamental que os índices de conteúdo local estabelecidos para o leilão sejam respeitados e fiscalizados. Pelas regras, o percentual mínimo de conteúdo nacional na fase exploratória é de 37%; na de desenvolvimento o índice é de 55% na primeira etapa e de 59% na segunda.
Outra preocupação do dirigente da Abemi é a possibilidade da não realização de novos leilões de blocos exploratórios em 2014, possibilidade sinalizada recentemente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). "É importante que se dê continuidade aos investimentos em petróleo e gás, de forma a induzir o aumento da capacidade técnica e de produção das empresas fornecedoras, até mesmo para o atendimento das encomendas que virão", afirma Müller.
Ele considera estratégicos, por exemplo, os projetos das refinarias Premium I e Premium II, atualmente em avaliação pela Petrobras. Os empreendimentos são relevantes, em sua avaliação, tanto do ponto de vista do incremento dos negócios da cadeia produtiva, como para que o Brasil passe a contar com um parque de refino equivalente à demanda interna atual e futura de derivados de petróleo.
A competitividade dos fornecedores locais também é questão importante nesse cenário. Um dos pontos-chave é garantir que a indústria nacional tenha condições equivalentes de competição com as empresas estrangeiras. Segundo Müller, a redução do Custo Brasil, por meio da diminuição da carga tributária, dos encargos sobre a folha de salários e de investimentos destinados a superar os gargalos da deficiente infraestrutura brasileira, é condição essencial para melhorar a eficiência da indústria nacional.
Fonte: Redação OE