Joseph Young
A China, que reinventou o comunismo, temperado ali com liberalismo econômico — versão “comunlib” –, com todos os problemas típicos de planejamento estatal, inclusive desvio de recursos públicos, burocracia, sistema legal precário etc., mostra as qualidades do planejamento a longo prazo acompanhado de investimentos contínuos, cujos resultados são visíveis nos sistemas de metrô no Delta do Rio Pearl, onde fica Guangzhou, Hong Kong e Macau.
Esse exemplo pode servir de reflexão para o governo brasileiro, que elegeu o TAV (trem de alta velocidade) como projeto de sonho. O TAV, conforme nos mostra ainda a experiência da França, precisa ser estruturado como um projeto de desenvolvimento regional — e não meramente de transportes — e se articular obrigatoriamente com sistemas eficientes de transporte de massa, como metrô, para que o passageiro possa ir de porta a porta, sem passar pelo congestionamento provocado pelo tráfego urbano. Como nas pontas do TAV brasileiro estão São Paulo e Rio, capitais onde o metrô pena há décadas para cobrir toda a região metropolitana, estamos novamente invertendo as prioridades.
Fonte: Padrão
