Para Gabrielli, trata-se mais de uma questão de caráter político do que técnico, já que, segundo o executivo, a Petrobras não tem prazo de investimento a cumprir, como diz o governo de Rafael Correa. O presidente do Equador disse no fim de semana que a permanência da empresa brasileira naquele país corre riscos caso não colabore com a revisão das regras locais sobre remuneração de petróleo. O governo local pretende retirar dos atuais contratos de concessão o caráter de propriedade assegurado às empresas que lá atuam e remunerá-las apenas pelos serviços relativos às atividades de exploração.
"Estamos surpresos com as declarações (do governo do Equador). E não vamos comentá-las; nos parece que são declarações mais de caráter interno político do Equador, que não nos compete comentar sobre isso, porque na mesa de negociação não vemos grandes problemas nas negociações com a empresa do Equador", afirmou o presidente da Petrobras. Ao lado de Gabrielli, em entrevista a jornalistas, Lula também minimizou a ocorrência de divergências. "Eu estou convencido que muitas tensões que muitas vezes aparecem são menores do que aparentam". O presidente explicou que o governo brasileiro não vai intervir enquanto houver negociações entre Petrobras e estatal do Equador. "Enquanto estiver a negociação comercial entre duas empresas, é um problema das duas e portanto vão negociar até chegar a bom termo.
Na medida que tiver qualquer implicância política, o Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Relações Exteriores vão conversar com o Equador", afirmou Lula. "Se tiver acordo, ótimo. Se não tiver acordo, a Petrobras vai procurar outro caminho e o Equador vai procurar outros parceiros. Estou convencido que na hora entrar na esfera político os problemas vão ser muito menores".
Fonte: Estadão