A concessionária de saneamento básico da capital amazonense afirma que, com os projetos em desenvolvimento, já é possível tratar 100% do esgoto coletado e disponibilizar água para 96% das habitações
AÁguas do Amazonas, que completou 10 anos de atuação em saneamento, no dia 4 de julho, presta serviços como captação, tratamento e distribuição de água e tratamento e coleta de esgoto, no perímetro urbano de Manaus, capital do Estado do Amazonas.
A história da empresa começou em um leilão público realizado em 29 de junho de 2000, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, a empresa francesa Suez foi a vencedora do leilão da Manaus Saneamento, subsidiária integral da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama). A empresa passou a se chamar Águas do Amazonas, a partir do dia 11 de agosto de 2000.
Sete anos depois, quando a Suez optou por atuar em saneamento somente na Europa, a Águas do Amazonas passou a fazer parte do grupo nacional Solví – Soluções para a Vida – holding que controla empresas dos segmentos de resíduos, saneamento, engenharia e valorização energética, que atua em todas as regiões do País e até no Peru.
Qualidade da água
A Águas do Amazonas, na condição de empresa privada no setor de saneamento, foi responsável por melhoria significativa da qualidade da água de Manaus, um dos problemas crônicos da capital amazonense. "A água manauense, hoje, atende a todas as determinações estabelecidas pela Portaria 518, do Ministério da Saúde", destaca Arlindo Sales Pinto, diretor de relações institucionais da concessionária.
Outras ações da empresa incluem a criação de um rigoroso centro de controle da qualidade da água distribuída e a modernização e automatização de suas unidades, bem como a ampliação dos sistemas de abastecimento de água – atendendo a mais de 96% da população amazonense.
"A atuação da Águas do Amazonas possibilitou a recuperação de todas as estações de tratamento de esgoto sanitário que se encontravam desativadas. Hoje, todo o esgoto coletado é tratado", diz o diretor da empresa.
Além disso, Arlindo informa que a empresa ampliou e modernizou seus canais de relacionamento com o público, como o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e o Pronto Atendimento ao Consumidor (PAC). Por meio do site – www.aguasdoamazonas.com.br -, a concessionária conta com uma agência virtual, em que o cliente tem à sua disposição os serviços de consulta de débitos, impressão de 2a via da fatura, histórico do seu consumo e mecanismo para solicitar alteração do local de entrega e da data de vencimento de sua conta.
Expansão
No campo do abastecimento de água, estão sendo desenvolvidas e finalizadas duas grandes obras. A primeira, que será concluída em 2010, é a expansão da rede de abastecimento de água na cidade de Manaus (Plano de Expansão).
Com esse projeto, firmado em parceria com a prefeitura municipal, já foi possível implantar mais de 650 km de uma nova rede de abastecimento de água, para atender, especialmente, às zonas Norte e Leste da cidade. De acordo com Alindo Sales Pinto, "essa regiões eram as mais carentes de serviços de abastecimento de água". A expansão beneficiou mais de 850 mil habitantes dessas áreas, sendo que 600 mil tinham abastecimento precário (agora aperfeiçoado) e outras 250 mil não possuíam serviço de abastecimento de água (agora disponibilizado).
Obras
A concessionária investiu R$ 120 milhões no Plano de Expansão, o que garantiu, além da extensão da rede, as seguintes obras e medidas:
– Complexo de produção de água da Ponta do Ismael – Aumento da produção de 5 m3/seg. para 7 m3/seg., com acréscimo de 40% na produção atual.
– Complexo de produção de água do Mauazinho – Reabilitação da estação de tratamento de água.
– Poços profundos – Construção de poços tubulares profundos nos sistemas isolados – acréscimo de 2.000 m3/hora.
– Adutoras – Construção de 38 km de redes de adução, com diâmetros entre 0,40 m e 1,20 m.
– Reservatórios – Construção de 11 novos reservatórios com capacidade de armazenagem de 55 mil m3 de água.
– Elevatórias – Construção e reabilitação de 26 elevatórias de recalque de água.
Índice de atendimento
Em função dessas obras, segundo Arlindo, foi alcançada a meta de atendimento a 96% da população de Manaus, com a disponibilização de rede de abastecimento de água. A base de atendimento da Águas do Amazonas hoje é de 425 mil clientes.
De acordo com o diretor da empresa, do projeto de expansão, falta apenas a conclusão dos testes pré-operacionais e das ligações domiciliares. Com isso, o município dará um passo importante "para a universalização do abastecimento de água na cidade de Manaus".
Ainda no que diz respeito ao abastecimento de água, Sales destaca outro projeto que está sendo desenvolvido e que visa a ampliar por mais 30 anos a longevidade da infraestrutura do abastecimento de água na capital amazonense.
Trata-se do Sistema da Ponta das Lajes (zona Leste), que engloba a captação de água bruta de 2,5 m³/s, extraída do Rio Negro, 38 km de novas adutoras com diâmetros de 600 mm a 1.800 mm, cinco grandes novos reservatórios de 5 mil m³ e mais 70 km de novos anéis de distribuição de água. "Combinados, os dois projetos promoverão, em médio e longo prazo, maior confiabilidade no sistema público de abastecimento de água em Manaus", diz o diretor da concessionária.
Esgotamento sanitário
O principal destaque, no setor de esgotamento sanitário, foi a revitalização de 30 estações de tratamento de esgoto e de outras 30 estações elevatórias, no período de 2007 a 2010. Elas se encontravam desativadas e em desuso há décadas. Somente em 2010, para a finalização da recuperação das estações de tratamento de esgoto, a Águas do Amazonas investiu R$ 8 milhões. Com isso, todo o esgoto coletado pela Águas do Amazonas é tratado.
Reordenação urbana
Paralelamente, vem sendo desenvolvido em Manaus, desde 2005, o projeto de reordenação urbana nas margens dos igarapés. Trata-se do Programa Social e Ambiental dos Igarap&eacut
e;s de Manaus (Prosamim), uma iniciativa do governo do Amazonas realizado nas áreas das bacias Manaus – Mestre Chico – Bittencourt, que além da recuperação urbanística, prevê implantação de novas redes coletoras de esgoto, ao longo de toda a sua extensão, que é de 70 km.
100 mil famílias usam água sem pagar
Hoje, o principal foco da concessionária está voltado para o combate de alguns problemas que também se tornaram crônicos em Manaus: as fraudes, furtos e desperdício de água. São fatores que desequilibram o sistema de abastecimento de água e provocando o desabastecimento de diversos bairros, a despeito cobertura de 96% da capital.
As 425 mil ligações (habitações) de água demandam aproximadamente 4,2 m3/segundo. A Águas do Amazonas produz e distribui 7 m3/segundo, o que representa quase o dobro da necessidade real de consumo.
De acordo com levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, a empresa privada de saneamento da capital amazonense investiu cerca de R$ 700 milhões, nos últimos dez anos. A extensão da rede de abastecimento de água aumentou em 1.900 km entre 2000 e 2010, tendo passado de 1.600 km para 3.500 km (equivalente à distância, em linha reta, entre Manaus e Porto Alegre).
No entanto, mesmo com expressiva cobertura, a cidade ainda sofre com a falta de água por causa do desperdício excessivo e da prática de furtos e fraudes nas redes públicas primárias e secundárias de grandes diâmetros e nos ramais prediais.
Mais de 75 mil habitações, em Manaus, praticam fraudes e furtos em ramais prediais. Outras 25 mil, que estão inseridas na condição de "invasões" ou de "ocupações irregulares", furtam água diretamente da rede pública. São 100 mil famílias que consumem água sem pagar pelo serviço.
Fonte: Estadão