Indicadores
Segundo ele, os preços das “commodities” (bens básicos com cotação internacional, como alimentos, minérios e petróleo, entre outros), que tinham “despencado”, já estão apresentando “ligeira elevação”. Explicou que isso é bom para o Brasil, que é um grande exportador de “commodities”. Acrescentou que outro bom sinal são as vendas de veículos, que, apesar do recuo em outubro e novembro, voltaram a crescer um pouco no fim de 2008 e início de 2009 com a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
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“O índice de confiança da indústria, que havia caído bastante, já esboça movimento de recuperação.
O índice de atividade da indústria paulista, que sofreu queda forte de 13,1% em dezembro, subiu 6,2% em janeiro. Há uma reativação da indústria paulista, que é bom termômetro para a produção industrial”, avaliou Mantega.
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Segundo o ministro da Fazenda, o mercado de trabalho, que sofreu forte queda em dezembro, com o fechamento de 654 mil postos com carteira assinada, começa a mostrar um aumento das contratações em janeiro – embora ainda tenha sido registrado maior número de demissões. “Se olharmos só as demissões, o quadro parece crítico, mas há um grande ‘turn over’. O importante é que está havendo contratações.
Em fevereiro eu não sei, mas talvez em março já volte a ter mais contratações do que demissões”, disse ele.
Preparado, mas não ‘blindado’
Mantega avaliou ainda que o Brasil está preparado para enfrentar a crise financeira internacional, mas não totalmente “blindado” contra os seus efeitos.
Ele acrescentou que o Brasil tem vários “círculos de defesa” contra a crise, como o alto nível de crescimento do PIB registrado antes da crise; o sistema financeiro sólido, com bancos públicos atuantes; um grande mercado consumidor; alto nível de investimentos que vigorava antes do agravamento da crise; boas condições nas contas públicas e autonomia nos campos energético e alimentar.
Problemas a resolver
O ministro avaliou, porém, que ainda há problemas a serem resolvidos para melhorar mais a condição da economia brasileira. Segundo ele, ainda há falta de crédito, principalmente para pequenas e médias empresas. “O custo financeiro é extremamente elevado. Temos que baixar o custo financeiro para que a economia volte a rodar, se não ficamos enterrados”, disse ele.
Afirmou também que a retração no comércio internacional também é um problema para o Brasil. “Parceiros importantes, como a Argentina, tem retraído o comércio. Se ela sofre queda da atividade econômica, reduz as importações do Brasil.
Temos que criar mecanismos de financiamento para que eles continuem comprando produtos do Brasil”, disse ele.
Acrescentou que também é preciso manter o nível de emprego e estímulo ao investimento. “No novo programa de habitação, um milhão de habitações em todo país. Deverá estimular fortemente o emprego. Será um programa robusto”, disse o ministro da Fazenda.
Esses desafios, segundo ele, não são só do governo, mas também do setor privado. “Cada um tem que fazer sua parte para que possamos superar as dificuldades e transformar a crise em oportunidade para o que o Brasil saia fortalecido”, concluiu.
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Fonte: Estadão