Reforma do Museu da Língua Portuguesa resgata sistema construtivo

Compartilhe esse conteúdo

Por Augusto Diniz

No dia seguinte ao incêndio (por conta de um problema no sistema elétrico) onde funcionava o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo (SP), em 21 de dezembro de 2015, a Concrejato Engenharia já estava lá para iniciar os trabalhos de remoção dos escombros.

O fato da empresa ter feito a restauração há 12 anos para transformar o lugar em museu (executada entre 2002 e 2006), além da longa experiência nessa atividade, favoreceu a sua contratação imediata para as obras de reconstrução da instituição.

Agora que chegou ao fim as intervenções, Maria Aparecida Soukef, diretora operacional da Concrejato Engenharia, conta como foi o andamento dos trabalhos.

A engenharia diz que a cobertura foi a que mais sofreu danos. Por conta disso, ela relata que a primeira medida no início efetivo das obras, em março de 2016, foi a construção de uma cobertura temporária para evitar infiltração de água da chuva no edifício e, também, para dar início a realização do restauro.

No final do mesmo ano começaram as obras de restauração das fachadas, seus ornamentos
e de mais de 300 esquadrias atingidas pelo incêndio.

Maria Aparecida relata que foram encontrados conjuntos de batente, não somente fora, mas dentro da parede, na ala leste, onde ocorreu o incêndio no local (o lado oeste, mais antigo, não foi atingido).

Tais conjuntos funcionavam como encaixe e apoio às janelas e foram todos recuperados.

A engenharia ressalta a importância de ter encontrado o sistema construtivo das janelas para a história do local, que já sofreu reformas, mas não havia identificado esse tipo de método que
não era aparente.

A Concrejato conhecia a estrutura do prédio e quando foi desmontar as peças de madeira comprometidas pelo incêndio (mas não estruturalmente afetadas), tratou de reaproveita-las
devido à qualidade do material. “Tínhamos esse entendimento e foi importante reaproveitar a maioria da peroba (madeira) da cobertura”, dia Maria Aparecida.

Boa parte da madeira utilizada na recuperação das esquadrias foi reaproveitada do próprio edifício.

No que se refere à cobertura do prédio, ela voltou a receber revestimento de zinco ( importado do Peru), uma característica antiga do prédio.


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário