Na direção dos ventos

Novos projetos já devem operar em 2013

Depois de Santa Clara, clareou, garantem os engenheiros. É que o Complexo Santa Clara, no Rio Grande do Norte, foi o primeiro empreendimento de energia eólica planejado, construído e agora gerido pela própria CPFL Renováveis, em sua curta história. Concluído em junho deste ano e em operação desde o mês seguinte, compreende um total de sete parques eólicos (Santa Clara I, II, III, IV, V e VI e Eurus), com capacidade instalada de 188 MW. Deixa o vento soprar.

Um empreendimento com complexidade própria é o de energia eólica. Desde as obras civis, com as fundações no terreno, a criação dos acessos internos e a construção de plataformas, para manuseio de guindastes, e de bases, para a fixação dos aerogeradores; seguindo pelo posicionamento adequado dos aerogeradores, equipamentos que podem ultrapassar os 100 m de altura; e chegando à instalação da rede de média tensão e de todas as suas interligações. Leve em conta também que cada parque eólico tem suas especificidades, geograficamente falando; por exemplo, o regime dos ventos, que difere de um sítio para o outro. Significa, portanto, que certo equipamento é bom aqui, mas ruim ali.

As obras eólicas da CPFL Renováveis que hoje sobressaem são o do Complexo Atlântica, no Rio Grande do Sul; e o do Complexo Macacos I, no Rio Grande do Norte. Com previsão de entrega em julho de 2013, o Complexo Atlântica (quatro parques, Atlântica I, II, IV e V) terá capacidade instalada de 120 MW. Em cada um dos parques, haverá dez aerogeradores Acciona. Cada um deles com capacidade unitária de 3 MW de potência, mediante 116 m de diâmetro do rotor (área de alcance da pá) e 120 m de altura do chão. No Complexo Macacos I, a previsão é de que as obras sejam entregues em setembro do ano que vem. Compreendem a edificação de quatro parques (Macacos, Costa Branca, Pedra Preta e Juremas), para uma capacidade instalada de 78 MW. A energia virá de 36 aerogeradores Siemens, de 2,3 MW de potência unitária, 101 m de diâmetro do rotor e 80 m de altura do chão.

A matriz eólica entrou de vez nos projetos energéticos do País? Parece que sim, embora sua participação ainda seja muito pequena, de apenas 0,5%, segundo o Balanço Energético Nacional 2012. Na CPFL Renováveis, tem status prioritário, mas como fonte que vem para complementar a matriz geral do País. “O melhor sistema é o de uma matriz efetivamente diversificada, como uma garantia de eficiência energética. Mas a energia eólica ficou retraída durante um período e, por isso, estamos agora com a expectativa de crescimento forte dessa fonte”, projeta João Martin, diretor de engenharia e obras da empresa.

E o vento gerou.

Trabalhos para acoplagem e içamento de páde aerogerador no Complexo Santa Clara (RN)

(Guilherme Azevedo)

Fonte: Padrão

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