O grupo de engenharia francês Vinci foi selecionado para construir o museu. O que sobressai do conjunto são as 12 enormes fachadas de vidro curvas, que parecem se inspirar nos edifícios de vidro clássicos, como o Grand Palais, em Paris. A estrutura desafia as regras de construção clássica com seus volumes inusitados, balanços ousados e a combinação de elementos e materiais.
O arquiteto se valeu de esboços e mock up de papel e madeira ao invés de desenhos e cortes típicos, e a edificação começou a tomar forma como um modelo em escala e um modelo eletrônico 3D desenvolvido por sua empresa de engenharia, a Gehry Technology.
Em termos de construção, ela se caracteriza pela ausência de um conjunto principal estrutural, que normalmente seria de concreto no qual outros elementos construtivos se integrariam. Aqui, os três conjuntos principais da obra — a engenharia civil, o envoltório e as fachadas de vidro — com os dois primeiros divididos numa estrutura metálica e noutra de concreto — estão entrelaçados por completo em termos estrutural e de execução.
Ao todo, os projetos da estrutura e do envoltório levaram 1,5 milhão de horas para ser detalhados. Depois que a configuração geométrica foi definida, a etapa seguinte foi simplificar as superfícies de referência — em princípio, altamente complexas — para efeito de construção. Esse processo de construbilidade ao longo de seis meses forneceu as informações para pré-fabricação dos 3.600 elementos curvos das fachadas de vidro, os 19 mil painéis de fibrocimento das fachadas sólidas e as estruturas de suporte. Por exemplo, o sistema para instalar os painéis de fechamento, fabricados com concreto reforçado de fibras de ultrarresistência, teve de ser reformulado para atender as complexas superfícies do projeto arquitetônico.
Para facilitar a troca de informações entre as empresas de engenharia, a Vinci adotou a ferramenta de projeto em 3D Digital Project, desenvolvida pela Gehry Technology, e a modalidade BIM, para agilizar o processo entre cinco empresas projetistas (de quatro países) envolvidas no projeto estrutural, e mais adiante, as 80 subempreiteiras e fornecedores.
Para coordenar a programação, as equipes e os recursos exigidos, a Vinci também se valeu do modelo BIM da obra. Cada segmento de execução em cada uma das 22 zonas de construção pré-definidas precisou acomodar as necessidades do conjunto final da obra. Começando em maio de 2012 e ao longo de 18 meses, o ritmo foi ditado pela montagem das fachadas de vidro, que tinha de ser sequenciada segundo a capacidade da estrutura em suportar as cargas provisórias a cada etapa.
Veja o vídeo em francês |ww.vinci.com/vinci.nsf/en/newsroom/pages/the_louis_vuitton_foundation_an_extremely_complex_sructure.htm, em que as imagens atestam a complexidade da coordenação das atividades no canteiro e onde os equipamentos e materiais mais sofisticados estão lado a lado com métodos clássicos, como o operário que faz o acabamento fino de uma parede manualmente, usando uma tábua.
Fonte: Revista O Empreiteiro