No dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarou que a covid-19, doença infecciosa causada pelo coronavírus, era uma patologia de alcance mundial. Hoje, mais de um ano após o anúncio, o Brasil e o mundo choram pela devastação sanitária e econômica causada pela pandemia.
Mesmo que a perda de tantas vidas não possa ser reparada, começam a surgir soluções que iluminam a escuridão que acometeu a humanidade. A vacinação em massa, a observância das regras de distanciamento social e a busca por novos medicamentos contra a covid-19 são medidas imprescindíveis para que se retorne à situação semelhante a de outrora, ainda que uma normalidade idêntica a de antes seja inalcançável.
Na nova realidade que se avizinha, é certo que hão de surgir grandes oportunidades para o empresariado brasileiro, visto que a liberação de pacotes emergenciais pelo governo, bem como a superação da pandemia em si, tendem a aquecer a economia nacional.
A construção civil, por ser responsável pela geração de milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil, terá vital relevância na retomada do crescimento econômico. Para tanto, todavia, é necessário que certos vícios do setor sejam extirpados o quanto antes.
É imperativo, por exemplo, que haja coordenação entre mercado e governo para que não mais existam obras sem projeto executivo, com orçamentos incompletos ou prazos inexequíveis. Não custa lembrar que a corrupção surge justamente no espaço criado pelos vícios mencionados; trata-se da velha e famigerada prática brasileira de criar o
problema para, posteriormente, vender a solução.
Sanar esses maus hábitos é essencial não somente para os empresários do setor, mas também para a sociedade como um todo, dado que a transparência é o caminho certo para tornar a construção civil mais célere, menos onerosa ao erário e para garantir o tratamento isonômico daqueles que participam de licitações públicas.
Certa vez o historiador britânico Thomas Fuller disse que a noite é mais escura logo antes do amanhecer. Sinto que o Brasil, após a calamidade pelo causada Sars-Cov 2, encontra-se justamente nesse ponto que antecede a alvorada; a grande questão é saber se o país saberá ou não aproveitar o calor da manhã…
*Marcio Paulikevis dos Santos, presidente da Paulitec