Ao longo de 2006, a concessionária Águas do Amazonas direcionou investimentos para a conclusão dos programas de expansão dos sistemas de abastecimento de água e a recuperação, ampliação e modernização de sete unidades de tratamento de esgotos e três unidades do sistema central. No segmento água, o foco das ações foi o término dos programas Água na sua Casa e Água e Cidadania, com atividades nos bairros das zonas Norte e Leste. “Depois de concluídas, essas obras beneficiarão diretamente 13 mil famílias, ou uma população de 56 mil habitantes, nos bairros Gilberto Mestrinho, Cidade de Deus, João Paulo II e Jorge Teixeira II”, informa José Diniz, diretor administrativo-financeiro. Mas os olhos da empresa voltam-se para o fim da atual década, quando terão ocorrido diversas obras com vistas à ampliação dos sistemas de água, recuperação das estações de tratamento de esgotos (ETEs) e expansão da rede de esgotamento sanitário, envolvendo investimentos de R$ 155 milhões. “As principais obras previstas para o ano de 2007 fazem parte do plano de curto e médio prazos apresentado à prefeitura de Manaus e referem-se à ampliação da capacidade de produção das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Ponta do Ismael, de 5,2 m³/s para 7 m³/s, e da ETA Mauazinho, de 200 l/s para 400 l/s”, diz Sandro M.Stroiek, diretor de Planejamento. As medidas previstas para os próximos 18 meses e que estão detalhadas no plano apresentado ao Poder Concedente, incluem a construção de 40 poços profundos a serem implantados, em sua maioria, nas zonas de maior crescimento habitacional da cidade, localizadas nas regiões Norte e Leste, atendendo de imediato áreas com abastecimento precário. As intervenções incluem a implantação de 33 km de novas adutoras, com diâmetros de 400 mm a 1.200 mm; execução de 11 reservatórios, de modo a elevar a capacidade de reservação em mais 55 mil m³; construção e reabilitação de 26 estações elevatórias de água; implantação de 428 km de redes de distribuição e 61 mil novas ligações. “Este plano prevê melhorar o abastecimento para 600 mil pessoas que contam com abastecimento irregular, bem como atender 250 mil pessoas que hoje não possuem serviços de água, garantindo atendimento à população estimada até 2010, que é de 1,9 milhão de habitantes”, esclarece Arlindo Sales Pinto, diretor-adjunto de Operações. Daí para a frente, o próximo passo será a construção da ETA Ponta das Lajes, com o objetivo de suprir o abastecimento de água diante do futuro crescimento populacional da cidade. A obra faz parte de uma estratégia de médio e longo prazos para atender às demandas da população a partir de 2010, que está prevista para atingir 2,55 milhões de habitantes em 2030, e poderá ser implementada de forma modular. A capacidade inicial projetada do sistema produtor é de 2,5 m³/s, podendo ser ampliada para até 4 m³/s. Uma das principais vantagens da execução dessa estação será permitir a flexibilização das operações da concessionária, com a interligação dos sistemas produtores Ponta das Lajes e Ponta do Ismael, possibilitando ainda a desativação da ETA Mauazinho. “Essa obra permitirá consolidar a ocupação urbana nessas áreas e oferecerá disponibilidade para atendimento integral da demanda industrial, constituindo-se em uma solução robusta e flexível para o atendimento definitivo da demanda, em função da ocupação urbana acelerada”, afirma Arlindo Sales Pinto. A ETA Ponta das Lajes, cujo projeto encontra-se em fase de estudos preliminares, estará localizada na zona Leste de Manaus. A captação de água será efetuada no rio Negro e o tratamento será convencional.
Sistema de flotação, um dos maiores do mundo
Uma das primeiras providências da Águas do Amazonas ao assumir o contrato foi se dedicar à melhoria da qualidade da água produzida nas estações de tratamento localizadas na Ponta do Ismael. Na ETA 1, com processo de tratamento do tipo convencional, foram implantados modernos sistemas de extração de lodos mecanizados e realizados ajustes no sistema de dosagem, orientados por um amplo estudo das características físico-químicas e bacteriológicas das águas do Rio Negro. Já na ETA 2, com processo de tratamento realizado originalmente com sistema de filtração direta, foi necessário instalar, a montante deste sistema existente, um inédito sistema de flotação, que funciona por ar dissolvido. Ele é constituído por duas câmaras de mistura rápida, oito flotadores, oito floculadores hidráulicos, uma elevatória de recirculação de água com poço de sucção e casa de bombas, sendo considerado um dos maiores sistemas de flotação do mundo construídos pelo Grupo Suez. A solução foi desenvolvida e implementada em parceria com a Degrémont, detentora da tecnologia, proporcionando excelente padrão de qualidade da água distribuída com relação aos elevados parâmetros de cor e turbidez da água bruta do Rio Negro, de onde é captada. (R.C.S.R.)
Fonte: Estadão