O fluxo do processo

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Maior projeto do setor siderúrgico brasileiro dos últimos 10 anos, com custo estimado em três bilhões de euros, a construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) é resultado de parceria entre a ThyssenKrupp Steel, com participação de 90%, e a Vale, com 10%. Trata-se de um complexo siderúrgico, localizado no Distrito Industrial de Santa Cruz, no município do Rio de Janeiro, às margens da baía de Sepetiba, que, uma vez concluído, terá capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço.

À siderúrgica está integrada uma usina termelétrica com capacidade de gerar 490 MW e um terminal portuário para recebimento do carvão importado e escoamento de toda a produção da usina.

O empreendimento vai gerar até 18 mil empregos diretos durante sua implantação, e 3.500 empregos para a operação do complexo siderúrgico. O início da produção está previsto para março de 2009.

Para a ThyssenKrupp Steel, a nova usina é o elemento chave de sua estratégia de crescimento global.

Com atividades desenvolvendo-se em paralelo em todas as frentes – estaqueamento, escavações, fundações, construção civil e montagem mecânica de equipamentos – as obras avançam, apresentando, no início de abril, a maior parte do aterro e o nivelamento do terreno já concluídos. A primeira unidade a ficar pronta será o porto, previsto para agosto ou setembro deste ano. E a primeira placa de aço será produzida pela CSA em março de 2009, com o uso de um alto-forno, um conversor na aciaria e uma máquina de lingotamento contínuo. Os demais equipamentos de produção entrarão em operação até junho ou julho de 2009, segundo a direção da empresa.

O cronograma de comissionamento das diversas unidades/equipamentos de produção segue a lógica do fluxo do processo. O porto, a unidade de descarregamento de minérios e o pátio de matérias-primas, bem como as unidades de utilidades (água, energia elétrica e gases industriais), são os primeiros a entrarem em operação. Coqueria, sinterização, altos-fornos, aciaria, lingotamento e pátio de placas vêm em seqüência.

Muitas empresas trabalham nos diversos pacotes de equipamentos em que a obra foi dividida. Em cada um deles, há, normalmente, um fornecedor do equipamento e da tecnologia, que pode ser ou não responsável pela execução de todo o pacote, mais uma empresa que responde pelas obras civis, incluindo fundações, e uma empresa que responde pela montagem eletromecânica dos equipamentos.

Diversas empresas estão prestando serviços para as obras da CSA, como Delta, Hochtief, Consórcio Andrade-Carioca, Consórcio OAS-Engevix, Craft Engenharia, MPE, Paul Wurth, Outotec, Siemens-VAI, Citic, Mascarenhas Barbosa-Roscoe, Enesa, Tkfla, Alstom, entre outras.

Com relação à determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Rio de Janeiro (Ibama-Rio) de que não fosse feita qualquer intervenção adicional na área de mangue, junto à ponte de acesso ao píer de atracação dos navios, onde foi verificada a supressão do dobro da vegetação em relação à área autorizada, a principal acionista do empreendimento, a Thyssen Krupp Steel, informa que está sendo observada à risca pela siderúrgica. De acordo com a empresa, já foi encaminhado às autoridades competentes um projeto para a aceleração da reconstituição do manguezal nas regiões laterais à ponte de acesso ao píer de atracação. A área total é de 14 mil m² e corresponde a cerca de 1% da área total de mangue, segundo os responsáveis pelo projeto.

Ramal ferroviário

Contratada pela Vale, a Construtora OAS responde pela execução de um ramal ferroviário e de uma caixa de descarga enterrada, na qual será descarregado o minério de ferro fornecido pela mineradora e que será empregado no processo de fabricação de aço. Os trabalhos estarão concluídos em outubro próximo e encontram-se atualmente na fase de execução das paredes da galeria e do jet grouting da caixa de descarga. Para o ramal ferroviário, está sendo aterrada uma área de 8 km, que envolve a movimentação de 500 mil m3 de terra. A caixa de descarga tem 600 m² e galeria com 1.270 m², compreendendo serviços de 10.500 m² de parede-diafragma e 14 mil m3 de jet grouting.

Segundo o engenheiro Dárcio Levy Eduardo, líder do projeto CSA na construtora, a escolha das paredes da caixa em parede-diafragma e o fundo em jet grouting deveu-se por ser considerada a melhor solução face às condições geológicas do terreno e aos níveis do lençol freático no local. No entanto, explica que estão sendo enfrentadas duas dificuldades técnicas na realização dos trabalhos: as grandes dimensões da parede-diafragma aliadas às condições do solo e a logística de acessos e transporte, devido à interface com outros serviços que estão sendo executados na planta. Para resolvê-las, “a OAS recorreu à contratação das melhores empresas especializadas no mercado para execução da parede-diafragma e do jet grouting e a uma intensa integração com o proprietário da obra, para mitigar as dificuldades e reduzir os riscos que possam causar atraso à obra”, informa Levy Eduardo.

Fonte: Estadão


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