O segredo da integração

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Com investimento de R$ 7 bilhões, novo polo automotivo da Fiat-Chrysler em Pernambuco fabrica modelo Jeep com 40% dos componentes vindos de fornecedores que ajudou a instalar em terreno vizinho

Lúcio Mattos

 

No final de abril foi inaugurado o primeiro complexo da indústria automobilística no Estado de Pernambuco, no município de Goiana. Em uma área de 530 mil m², o Polo Automotivo Jeep foi planejado para explorar ao máximo as vantagens logísticas e operacionais, incorporadas em minúcias aos processos produtivos, para reduzir custos e ganhar eficiência. O complexo recebeu investimento de R$ 7,1 bilhões ao longo de quatro anos, no que se tornou a primeira unidade construída depois da fusão entre a Fiat e a Chrysler.

 

A unidade pernambucana faz parte de um plano de negócios para os quatro anos posteriores à fusão (2014-18). Desse planejamento saiu a meta de fazer com que a marca Jeep cresça globalmente, passando de 1 milhão de unidades vendidas no ano passado para 1,9 milhão em 2018. Nesse plano encaixa-se o Polo Automotivo Jeep, com capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. Atualmente, está sendo montado ali um único modelo, o Jeep Renegade.

 

Complexo automotivo projetado para oferecer vantagens logísticas e operacionais
 

As obras

O terreno do novo polo automotivo era ocupado por canaviais até 2012 – foi preciso esperar a colheita terminar para começar os trabalhos de terraplenagem, em dezembro do mesmo ano. Para isso foi formado o Consórcio Construcap-Walbridge (CCW), uma parceria entre a Construcap e a norte-americana Walbridge, com base em Detroit (EUA), onde começou construindo fábricas para a própria Chrysler.

 

O consórcio envolveu outros 200 fornecedores nas obras que devem terminar no final do ano – faltam concluir algumas utilidades externas, como centrais de tratamento de efluentes e equipamentos elétricos. Ainda há 7.500 operários do CCW trabalhando no local.

 

A parte de automação industrial ficou a cargo da italiana Comau, o braço de automação industrial da Fiat-Chrysler, que responderá ao final pela instalação de 700 robôs (650 no setor de funilaria, 40 no de pintura e dez no de montagem).

 

Os 16 vizinhos

O complexo tem seu espaço dividido quase ao meio: 260 mil m2 ficaram para as instalações da fábrica e 270 mil m² foram reservados para receber 16 fornecedores de componentes, que respondem pelo equivalente a 40% do conteúdo dos veículos montados nas instalações vizinhas, mantendo o nível de nacionalização dos automóveis produzidos ali em 70%, com planos de atingir 80%.

 

Se o investimento na nova unidade própria exigiu R$ 5 bilhões, o Parque de Fornecedores recebeu outros R$ 2,1 bilhões. Pelo acordo, a montadora entrou com R$ 1 bilhão para as obras civis e utilidades, enquanto as empresas aportaram outro R$ 1,1 bilhão em equipamentos e maquinário.

 

Também no Parque de Fornecedores fica o Centro de Consolidação Fiat-Chrysler, ocupando uma área de 54 mil m². É a estrutura montada para lidar com os componentes que virão de fora do parque.

 

As estruturas

Dos cinco prédios da chamada planta principal do complexo da Fiat-Chrysler, quatro foram construídos com estrutura metálica pré-fabricada – o que inclui as instalações da prensa, funilaria, montagem e centro de comunicação. Para o edifício da pintura, optou-se por uma estrutura mista, composta de peças pré-moldadas com concreto armado e partes metálicas pré-fabricadas.

 

O fechamento lateral dos edifícios é formado por duas telhas trapezoidais metálicas, tipo sanduíche (interna e externa), separadas por isolamento térmico com lã de rocha. As coberturas são de manta ultraply TPO sobre telha trapezoidal, com enchimento de placas de poli-isocianurato ISO + 95 GL 1”1/4 Firestone, ou equivalente técnico.

 

Para a seção de montagem foram construídos 34 pits, compostos de concreto, ferragens e cantoneiras.

 

Polo Automotivo Jeep

 

– Localização: Goiana (PE)

– Área total: 530 mil m²

– Planta Fiat-Chrysler: 260 mil m²

Parque de Fornecedores: 270 mil m²

– Investimento: R$ 7,1 bilhões

Planta Fiat-Chrysler: R$ 5 bilhões

Parque de Fornecedores: R$ 2,1 bilhões

– Capacidade de produção: 250 mil veículos/ano, com possibilidade de chegar a 600 mil veículos/ano

– Grau de nacionalização: 70%

– Parque de Fornecedores: Adler Pelzer (acabamento interno e isolamento acústico), Brose (componentes mecatrônicos e sistemas de portas), Denso (sistemas térmicos), Lear (bancos), Magneti Marelli (sete fornecedores de componentes plásticos, pedais e suspensão), Pirelli (pneus e montagem dos pneus nas rodas), PMC (conjuntos soldados estruturais de chassi e estruturas dos bancos), Revestcoat                         (tratamento de peças metálicas, aplicação de adesivos em peças de reposição, montagem de subcomponentes e preparação de embalagens para peças metálicas de reposição), Saint-Gobain (vidros, montagem e preparação 0de vidros) e Tiberina (conjuntos soldados estruturais de chassis)

 

Fonte: FCA (Fiat Chrysler Automobiles)

Fonte: Redação OE


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