Obra do Lages Garden Shopping opta por soluções pré-moldadas

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Com quase tudo chegando pronto no canteiro de obras, empreendedores dizem ter aumentado velocidade na construção e diminuído em pelo menos 25% o custo total para erguer o centro de compras

 

José Carlos Videira – Lages (SC)

 

A construção do Lages Garden Shopping, centro de compras da Tenco Shopping Centers e sócios locais, está em fase final, com quase 80% do total de obras concluído. Com fundações e terraplenagem  iniciadas em janeiro do ano passado e as primeiras estruturas erguidas em julho, a obra está prevista para terminar em 30 de agosto. E o shopping já tem data marcada para inauguração: 29 de outubro, a tempo de capturar todo o clima e as vendas para o Natal deste ano. A velocidade com que o empreendimento está avançando é resultado direto da estratégia adotada pelos empreendedores de aplicar o máximo possível de soluções pré-moldadas na construção.
 

“Quase tudo veio pronto para o canteiro de obras”, destaca Antônio Wiggers, um dos sócios locais do shopping. Sua missão é acompanhar e fiscalizar de perto todo o desenvolvimento da obra, junto com o arquiteto Herasmo Furtado Junior, diretor responsável pela construção. “Nossa estratégia foi a de aproveitar o que existe de tecnologia disponível na área de construção civil”, ressalta Wigger.

 

Wiggers conta que, além do tempo menor na execução, o custo total ficou cerca de 25% mais barato do que se fosse construído de forma convencional. “No pico de obra temos apenas 350 funcionários para uma área construída de 56 mil m², erguida em apenas 13 meses”, ressalta. De acordo com ele, uma construção dessa envergadura demoraria no mínimo 18 meses para ficar pronta.

 

Antônio Wiggers: Olho do dono faz a obra avançar mais rapidamente

 

De longe, pela BR-282, já é possível enxergar pronta toda a silhueta do centro de compras à margem esquerda de quem vem de Florianópolis (SC). A cobertura está praticamente pronta. Feita com telha zipada com face felt (manta de lã de rocha), vai sendo desenrolada formando a cobertura, que já protege todas as atividades de acabamento internas, como a aplicação de piso e a instalação de dutos de ar-condicionado.

 

E com essa obstinação por custos e menor tempo de construção, os empreendedores se permitiram algumas ousadias ao longo da obra. Uma delas está no fechamento lateral do shopping. Ao invés de paredes de alvenaria, decidiram utilizar chapas de aço com recheio de poliuretano. As peças prontas são instaladas por um operário sobre uma plataforma aérea e fixadas no local com apenas três parafusos. Wiggers conta que é possível fazer 500 m² por dia de fechamento lateral. Produtividade que, segundo ele, não seria possível com o revestimento mais tradicional.

 

Também nessa etapa, entre as vantagens dessa solução, segundo os empreendedores, estão o ganho no prazo de execução e a economia de material. Eles afirmam que só vão usar alvenaria em 10 mil m² de fechamento da praça de alimentação, enclausuramento das escadas e rotas de fuga. Mesmo assim, por exigência dos bombeiros, explica Wigger, um dos sócios locais do shopping.

 

Nos espaços onde vai ser utilizada alvenaria, a decisão foi aplicar uma massa à base de água, que substitui o reboco convencional com a vantagem de a parede já sair praticamente acabada. Wiggers garante que basta aplicar seladora e pintar que a parede está pronta. “O custo com esse produto no lugar do reboco fica 40% mais barato”, calcula.

 

Quanto às placas de fechamento lateral, ele diz que normalmente esse tipo de material é utilizado em construções industriais e em câmaras frias. “Uma grande vantagem que teremos com esse método é o isolamento acústico e térmico do prédio, que vai nos dar uma eficiência energética bem superior”, frisa.

 

Nesse caso, ganho de eficiência significa conta menor com o ar-condicionado, inegavelmente o grande vilão dos centros de compra. “Nossa estimativa é de uma economia de 20%”, antecipa o executivo. Seguramente, uma grande vantagem para os administradores e lojistas que vão ocupar o empreendimento.

 

Nervurada

Os empreendedores optaram pela utilização de laje nervurada nos dois pavimentos do edifício do Lages Garden Shopping. Wiggers justifica que, com esse tipo de laje, ganha-se mais espaço, por não ter vigas, e ainda aumenta a velocidade da execução.

 

No total, foram 29 mil m² de laje que avançou à velocidade de 1.500 m² por semana, ou 6 mil m² por mês. Com capacidade para suportar até 1 t por m², a laje tem vão de 8 m por 10 m, com 50 cm de espessura e consumiu 754 t de aço.

 

As fundações não exigiram um estaqueamento muito profundo. “Podíamos ter feito a sapata até em cima do solo”, diz. Segundo ele, somente para nivelar o terreno, foi necessária a movimentação de 320 mil m³ de terra.

 

Ele conta que a obra não sofreu impacto relevante de dias chuvosos. Mas a temperatura baixa da serra catarinense, por vezes, interrompeu alguma atividade construtiva. “Abaixo de 5°C não é possível trabalhar na concretagem da laje”, exemplifica o executivo. Por isso, os construtores da região precisam ficar sempre de olho no termômetro, para evitar prejuízos à qualidade por conta do frio intenso daquela localidade.

 

Principais números

Terreno: 61.186 m²

Área Bruta Locável: 21 mil m²

Expansão 1 (hipermercado): 10 mil m²

Expansão 2: 10 mil m²

Terreno da expansão: 20.000 m²

Inauguração: Outubro / 2014

Estacionamento coberto: 980 vagas

Estacionamento descoberto: 90 vagas

212 operações comerciais

5 âncoras

5 megalojas

4 salas de cinema

20 fast-food

2 restaurantes

 

Dados de consumo de materiais

?14,1 mil m³ é o volume de concreto utilizado na obra

1.080 t é o peso total da estrutura metálica do empreendimento

29 mil m² é a área total de laje da construção

 

Ficha Técnica – Lages Garden Shopping

Arquitetura: Fábio Ghiorzi Valente

Construtora: Peruzzo

Terraplenagem/Pavimentação: CCL Construtora

Estruturas Metálicas: Peruzzo & Cia.

Cobertura: Pró-Aço Indústria Metalúrgica

Elétrica: Eletro Comercial MW

Climatização: Blumetal

Tanque de água gelada: Fogliene Instalações Industriais

Formas, andaimes e escoramentos: SH

Concreto: Engemix

Sistemas construtivos em drywall e steel frame: Soltec Engenharia: Centroplac/Placocenter SC

Massa para acabamento/reboco: Selamix

Preventivo: Albras

Dados: Logica

 

Laje nervurada garante mais espaço com eliminação de vigas

 

Centro de compras trará impacto econômico à região

Às margens da BR-282, no alto da serra catarinense, a 216 km de Florianópolis (SC) e a cerca de 3 km da entrada principal da cidade de Lages, surge o primeiro shopping center da região serrana de Santa Catarina. Sem concorrentes num raio de 220 km, o centro de compras deve provocar um sensível impacto econômico na região.

 

De acordo com Antônio Wiggers, um dos sócios locais da Tenco no empreendimento, a viabilidade econômica do Lages Garden Shopping vem sendo estudada desde 2009. “A estimativa é de que o comércio de rua da cidade de Lages tenha uma queda de 15% nas suas vendas”, revela o empresário.

 

Lages Garden Shopping fica às margens da BR-282 e não tem concorrentes num raio de 220 km

 

Em contrapartida, segundo Wiggers, o centro de compras vai trazer clientes para a cidade que normalmente não compravam no comércio local. “Muda o comércio, muda a rotina da cidade, muda o conceito de fazer compras”, destaca.

 

Com cerca de 160 mil habitantes, “Lages é um polo comercial, médico e educacional”, define o sócio do shopping. A ideia é que a população de dezenas de cidades no entorno tenha mais essa opção de compra e de lazer. “Nosso público estimado que irá frequentar o shopping é BCD”, ressalta Wiggers.

 

A BR-282 é uma importante rodovia que liga a capital do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, até a divisa com a Argentina. A expectativa dos empreendedores é de que o centro de compras, estrategicamente localizado, será um ponto de referência para os turistas que frequentam a região em busca do frio da serra durante o inverno, assim como os turistas argentinos que invadem Florianópolis nos meses de verão.

 

Olho do dono

O investimento total no Lages Garden Shopping é de R$ 120 milhões. Desse total, R$ 74 milhões referem-se apenas à execução das obras do empreendimento. Com cinco sócios locais, quatro pessoas físicas e uma jurídica, a opção da Tenco foi pelo gerenciamento próprio da obra. “O olho do dono faz a obra avançar mais rapidamente.”

 

Wiggers diz que os valores da obra podem até diminuir mais com a gestão própria. Segundo ele, esse modelo também teve papel fundamental para tornar os custos e o tempo de construção do shopping menores “do que o mercado está acostumado”.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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