Com total de 2,4 mil km navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná que atende, sobretudo, o transporte da produção agrícola até o Porto de Santos, deve ter obras retomadas. O Governo de São Paulo anunciou que vai retomar as obras para ampliar a profundidade do canal de navegação de Nova Avanhandava, no trecho da Hidrovia Tietê-Paraná em Buritama, na Região Noroeste do estado.
Estão previstos investimentos de cerca de R$ 300 milhões no projeto para os próximos três anos e a geração de 1,4 mil empregos diretos e indiretos. Com 30 terminais intermodais para carga e descarga de produtos, a via fluvial conecta os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
“Com essa obra, vamos garantir a perenidade da operação da hidrovia, que vai ser muito mais resiliente a essa situação de estiagem. Imagina que vamos operar comboios com quatro barcaças, e elas vão substituir nada menos que 172 carretas. Ou seja, estamos economizando combustível, estamos deixando de eliminar CO2 e material particulado”, destacou o governador Tarcísio de Freitas.
O aprofundamento do canal será feito por processo de derrocamento do pedral – fragmentação da rocha por explosão. O projeto estava paralisado desde 2019. A obra vai permitir aprofundar o canal em 3,5 m, com largura de 60 m, ao longo de 16 km de extensão. Além de melhorar a navegabilidade, a obra também permitirá maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, eliminando eventuais conflitos entre navegação e geração de energia.
No total, serão retirados 552 mil m3 de rochas, equivalentes ao volume de 600 piscinas olímpicas, o que permitirá manter as condições de navegabilidade na hidrovia, mesmo em períodos de estiagem. Entre 2014 e 2015 e 2020 e 2021, a navegação foi interrompida por 20 meses e sete meses, respectivamente, devido ao nível baixo das águas.
O trecho paulista da hidrovia possui 800 km – começa na altura de Mogi das Cruzes e termina no município de Pereira Barreto, passando por São Paulo, Santana de Parnaíba, Pirapora de Bom Jesus, Salto, Tietê, Barra Bonita, Ibitinga e Buritama.
No ano passado, foram transportados, pelo trecho paulista 1,4 milhão de toneladas de cargas, principalmente soja in natura, farelo de soja, milho, cana-de-açúcar e areia.