Em entrevista à revista O Empreiteiro, o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social da CBIC, Carlos Henrique Passos, disse que as obras paralisadas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) já afetaram o setor da Construção Imobiliária, mas que a expectativa é positiva pela retomada das obras na nova gestão do Governo Federal. Segundo Passos, “as contratações do MCMV são anteriores a 2018, portanto o efeito negativo das paralisações sobre o setor já ocorreu.
Contudo, temos a expectativa pela retomada dessas obras”.
Na última semana, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) foi uma das entidades que se reuniram com o governo para tratar sobre o Minha Casa, Minha Vida.
Para a Cbic, a solução para o relançamento do programa seria priorizar os empreendimentos já iniciados, mas aqueles que possuem condições devido os investimentos já realizados.
“As obras paralisadas ou em ritmo inadequado merecem uma atenção especial e prioritária, porque permitem dar efetividade a investimentos já realizados, além de, normalmente, tratar de empreendimentos licenciados e aptos para imediato início de obras, gerando emprego e renda.
Quanto ao relançamento do programa MCMV, entendemos que cabe ao governo definir os parâmetros (projetos, critérios de priorização e contratação, precificação) para seleção de propostas que atendam as novas regras, com os devidos cuidados para garantir a plena eficácia dos recursos a serem investidos”.
Sobre o impacto da mudança de gestão no Governo Federal no setor da Construção Imobiliária, a Cbic avalia que o cenário é positivo, pois a proposta de quase R bilhões para programas de habitação tem sido tratada como prioridade.
“Em relação ao MCMV, entendemos que a nova gestão tem demonstrado a priorização para os programas de habitação de interesse social.
A alocação de recursos para este fim na PEC da Transição (Proposta de Emenda Constitucional 32/22), de quase R$ 10 bilhões, ante o que havia sido previsto no projeto de lei do Orçamento, ratifica esta priorização. Também as declarações de revisão para saques no FGTS para fins não alinhados com a constituição deste importante funding, entre outras medidas, demonstram o interesse do governo em estimular o MCMV/FGTS.
Deste modo, o cenário neste segmento tem sido positivo”, avaliou Passos.
Ele ainda acrescenta, que “para o segmento de classe média, dependente dos recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupanças e Empréstimos), a Cbic julga importante que o governo mantenha o controle inflacionário e o devido equilíbrio fiscal, de sorte a permitir a redução da taxa de juros básicos e o crescimento da economia”.
