O empreendimento da Petrobras, em Itaboraí (RJ), foi orçado em US$ 8,4 bilhões (com dólar a R$ 2,18), e é considerado, isoladamente, um dos maiores investimentos atuais da estatal.
O Comperj contará com tecnologia necessária para o refino do petróleo pesado do Campo de Marlim, na Bacia de Campos, e para a produção de petroquímicos e resinas plásticas. Hoje, o petróleo desse campo, que tem capacidade produtiva para 150.000 barris por dia, é exportado porque o País ainda não tem capacidade para seu refino. O mineral é classificado com o grau 19o, da American Petroleum Institute (API), método que compara a densidade do óleo em relação à da água.
Com área total de 45 km2, o complexo da Petrobras será composto por quatro unidades: Unidade de Petroquímicos Básicos (UPB), Unidade Petroquímica Associada (UPA), Unidade de Utilidades (UTIL) e Unidades Auxiliares de Processo (AUX).
Principais produtos e capacidades
• Unidade de Petroquímicos Básicos (UPB): 1.300.000 t/ano de etileno;
881.000 t/ano de propileno; 700.000 t/ano de paraxileno; 608.000 t/ano de benzeno; 284.000 t/ano de nafta pesada; 157.000 t/ano de butadieno; 535.000 t/ano de diesel; 700.000 t/ano de coque; e 45.000 t/ano de enxofre.
• Unidade Petroquímica Associada (UPA): 860.000 t/ano de polietilenos (LLDPE e HDPE); 850.000 t/ano de polipropileno; 500.000 t/ano de estireno; 500.000 t/ano de etileno glicol; 500.000 t/ano de ácido tereftálico purificado (PTA); e 600.000 t/ano de polietileno tereftalato (PET).
Participação da Concremat
De acordo com o engenheiro Mário Sérgio Azevedo de Oliveira, diretor do segmento de petróleo e gás da Concremat, a empresa desenvolve os seguintes projetos para o Comperj:
• Estudos de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) das unidades industriais e estrada de acesso e outros estudos complementares como análise quantitativa de risco, plano de gestão de resíduos sólidos, estudo de dispersão atmosférica e guia preliminar para realização de auditoria ambiental. E elaboração do plano básico ambiental (PBA) – fase de urbanização e suporte para obtenção da licença de instalação (LI). O valor desse contrato, que teve início em dezembro de 2006 e deve ser encerrado em junho de 2009, é de R$ 2.230.831,61.
• Serviços técnicos especializados de consultoria de estudos socioambientais do extra-muros do Comperj. Orçado em R$ 960.000,00, foi desenvolvido entre dezembro de 2007 e janeiro deste ano.
• Serviços de consultoria em engenharia e apoio técnico para qualidade, segurança e meio ambiente, responsabilidade social e comunicação para a implementação de empreendimentos para o complexo. Esse projeto acaba de ser iniciado (outubro de 2008) e tem conclusão prevista para setembro de 2009, ao custo de R$ 5.010.271,28.
O engenheiro Mário Sérgio informa que a Concremat está elaborando o PBA para a fase de urbanização do Comperj, cuja aceitação resulta na concessão da licença de instalação. Faltam, segundo ele, os planos básicos ambientais da implantação, construção e montagem. O EIA/Rima da estrada principal de acesso foi entregue e já está em fase final de análise pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema).
“A importância estratégica do Comperj para o Estado do Rio de Janeiro exigiu que fossem definidos diversos recortes territoriais em que sua influência se faz sentir de modo diferenciado, demandando níveis também diferenciados de abordagem”, destaca o engenheiro.
Segundo ele, os estudos socioeconômicos visaram permitir um encadeamento dos aspectos relevantes de cada um desses recortes territoriais, a partir de uma visão geral do Estado do Rio de Janeiro seguida de uma abordagem da Região Metropolitana da capital fluminense e do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento da Região Leste Fluminense (Conleste). “Em sua elaboração esteve-se particularmente atento ao atendimento das demandas expressas na instrução técnica da Feema”, acrescenta.
Fonte: Estadão