Paraná atualiza plano aeroviário

Estudo vai identificar oportunidades e planejar expansão

Guilherme Azevedo

O ano de 2013 parece marcar a retomada do planejamento estratégico da aviação comercial no Paraná. Com esse fim, o estado firmou convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina, que vaia elaborar o novo Plano Aeroviário Estadual do Paraná.

Regiane Teresinha Chemin Busato, assessora de gestão estratégica da secretaria estadual da Infraestrutura do Paraná, com mais de 15 anos de serviços prestados na área, lembra de que o último plano, elaborado em 1988, venceu em 2008.

Nos mais de 20 anos passados desde as primeiras projeções, o contexto sócio, político e econômico do estado e do Brasil mudou substancialmente. Agora, os pesquisadores da universidade têm cerca de nove meses para apresentar um diagnóstico dessa nova situação aeroportuária paranaense. O objetivo é avaliar a malha aeroviária atual, constituída de 40 aeroportos, mas com apenas seis operando voos regulares (Afonso Pena, em Curitiba, Foz do Iguaçu e Londrina, administrados pela Infraero; e Maringá, Cascavel e Francisco Beltrão, municipais). O estudo também pretende identificar novas demandas e questões atuais e antigas que atrapalham o desenvolvimento da atividade por ali. Com esse documento, será possível saber o quê, como e quanto investir.

Por ora, enquanto o novo plano aeroviário não fica pronto, o estado promete seguir investindo. Nas contas de Regiane, o biênio 2013/2014 já dispõe de R$ 34,7 milhões (do governo federal e estadual) para projetos. Esse valor vai se somar ao volume financeiro indicado pelo "Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos", lançado em dezembro último pelo governo federal, que destina ao Paraná mais R$ 319,9 milhões e contempla 15 aeroportos/localidades. Os projetos paranaenses, já apresentados, encontram-se agora sob análise de viabilidade do Banco do Brasil, que é responsável por todo o processo de gestão das verbas do programa.

Embora reconhecendo a maior importância relativa do modal rodoviário (o Paraná administra 10,4 mil km de rodovias, que transportam cerca de 70% a 80% do volume total de cargas), a assessora de gestão estratégica para a área de infraestrutura identifica uma vocação da aviação regional: a de transportar pessoas. "Não podemos perder de vista a opção de incentivá-la. Queremos aumentar o número de linhas de voos regulares. É uma questão de mercado. Há demanda, mas ainda é potencial", resume Regiane. Ela recorda que o número de aeroportos paranaenses que hoje recebem voos é menor que no passado e identifica o obstáculo: a dificuldade financeira e de gestão das administrações locais. "O estado abre o aeroporto, mas o município não consegue manter."

Aeroporto de Cascavel

Entre os projetos de melhorias já em andamento no Paraná, destacam-se os do Aeroporto Regional de Maringá, modelo de gestão reconhecido no setor (veja reportagem nesta edição), e o do Aeroporto Municipal de Cascavel, no oeste do estado.
A principal obra, em Cascavel, é a de construção do novo terminal de passageiros, estimada em cerca de R$ 7,5 milhões, com R$ 2 milhões do estado e R$ 5 milhões da União (e mais R$ 500 mil da prefeitura, para projetos e terraplenagem).

A futura nova localização do terminal, cerca de 100 m adiante da posição do atual terminal, possibilitará mudanças na posição da pista, de forma a receber pousos e decolagens de aeronaves de maior porte. O projeto foi aprovado em fevereiro último pelo V Comar (Quinto Comando Aéreo Regional) e agora entra em processo de licitação. A expectativa estimada para a conclusão da obra é de 15 meses (se o cronograma for mantido, a data é fim de 2014).

Pesquisadores têm cerca de nove meses para apresentar um diagnóstico dessa nova situação aeroportuária paranaense

Paraná

População: 10,444 milhões

Área: 199 mil km2

Municípios: 399

Localidades/aeroportos contempladosno programa federal: 15
Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Guarapuava, Toledo, Umuarama, União da Vitória, Bandeirantes, Telêmaco Borba e Pato Branco

Investimento: R$ 319,9 milhões

Fonte: Padrão

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