Parque Olímpico somente terá obras civis a partir de julho

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Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

As obras civis do Parque Olímpico para os Jogos de 2016 — a principal instalação a ser construída para o megaevento no Rio de Janeiro; 14 modalidades olímpicas serão disputadas no local – somente terão início em julho deste ano. Os trabalhos ainda se concentram na demolição do antigo autódromo existente na área e no desenvolvimento dos projetos básico e executivo do empreendimento.

“O tempo curto é o grande desafio”, reconhece a engenheira Tomnila da Costa Lacerda Motta, gerente de engenharia do Consórcio Rio Mais, responsável pela obra. O consórcio é composto da Odebrecht Infraestrutura (líder do consórcio), Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken e foi o único que participou da licitação no modelo Parceria Público-Privada (PPP) para executar o projeto. O investimento é de R$ 1,35 bilhão, sendo R$ 525 milhões com recursos da prefeitura do Rio.

Atualmente, está em fase final de demolição, na área de 1,18 milhão de m² do futuro Parque Olímpico, os setores de arquibancada, pista, pit stop, grades de proteção, viaduto e mirante do autódromo. No caso das arquibancadas, dois módulos dos oito existentes foram mantidos. Eles serão utilizados como estrutura do novo canteiro das obras que está sendo erguido no local.

A demolição segue padrões de sustentabilidade e 70% dos resíduos que estão sendo processados e separados serão reutilizados na obra — o uso na camada de sub-base do pavimento é um dos destinos do material reciclado.

Em fevereiro, tiveram início os trabalhos de terraplenagem.

Fase de projeto

A inglesa Aecom, vencedora do concurso do Plano Geral Urbanístico do Parque Olímpico em 2011, realiza os últimos ajustes em seu projeto para ser entregue ao consórcio que fará a obra. A empresa realiza adaptações visando otimizar áreas de circulação e facilitar integração dos espaços públicos.

Já a elaboração dos projetos básico e executivo do Parque Olímpico está em andamento. Estas atividades estão a cargo do Consórcio Rio Mais e se concentram nos trabalhos de infraestrutura e equipamentos esportivos. O desafio é atender no projeto aos requisitos olímpicos. “O desenvolvimento do projeto é essencial para montarmos o cronograma definitivo”, explica a engenheira Tomnila. Há em andamento também trabalhos de sondagem e avaliação geotécnica.

O Consórcio Rio Mais é responsável também pela construção no local do MPC (Centro Principal de Imprensa) e de um hotel cinco estrelas com 400 quartos.

A construção do prédio do IBC (Centro Internacional de Radiodifusão) e quatro equipamentos esportivos do parque (centro de tênis, parque aquático, velódromo e quadra de handebol), e as reformas do Parque Aquático Maria Lenk e Arena Multiúso (ambas utilizadas nos Jogos Panamericanos de 2007), que se localizam ao lado da área do centro olímpico, não são de responsabilidade do consórcio. A prefeitura realiza licitações específicas para condução dessas obras — de três delas, inclusive, já foram definidos os consórcios construtores.

O Consórcio Rio Mais vai decidir mais próximo dos Jogos as outras obras a ser feitas e que não têm relação com os Jogos, de acordo com o que foi firmado com a prefeitura na exploração da área pós-Olimpíada em um contrato de 15 anos. A previsão é que edificações comerciais e residenciais sejam construídas nas áreas adjacentes ao Parque Olímpico.
A comunidade Vila Autódromo, com cerca de 900 famílias, que fica em trecho da área do futuro centro olímpico, será removida no ano que vem para a Estrada dos Bandeirantes, a 1 km de distância do local. Faz parte do escopo do contrato com a prefeitura a construção de condomínio residencial pelo Consórcio Rio Mais para reassentar a comunidade.

Hoje, trabalham na obra 383 pessoas. No pico, em 2014, deverão estar trabalhando 2 mil pessoas para erguer o Parque Olímpico a tempo de atender aos Jogos.

A previsão é que a obra dos equipamentos esportivos acabe um ano antes do início da Olimpíada, e a infraestrutura do local, no início de 2016.

O Parque Olímpico, localizado na Zona Oeste do Rio, deverá receber 120 mil pessoas por dia durante os Jogos.

Vila dos Atletas tem cinco frentes de trabalho para construção de 31 torres

Construir 31 torres de 17 andares cada, distribuídas em sete condomínios, para atender à “família olímpica” que chega ao Rio para os Jogos de 2016. Esta missão desafiadora já está em andamento e o consórcio responsável pelo projeto adotou algumas medidas importantes para cumprir o apertado prazo.

O engenheiro Maurício Cruz, diretor de engenharia do empreendimento, explica que foram criadas cinco equipes independentes para que todas as obras fossem feitas simultaneamente sem que se tornassem um elemento complexo: quatro equipes foram designadas para cuidar cada uma da construção de oito torres em média; e uma equipe foi direcionada para trabalhar na infraestrutura da área, o que inclui montagem do canteiro, a construção do parque central de 65 mil m² e as redes de utilidades a ser implementadas.

“O objetivo da divisão por equipe foi tornar a obra comum. A construção de 31 torres em uma única área ao mesmo tempo é algo incomum, extraordinário. Optou-se então pela partição”, informa Maurício.

Cada equipe tem seu próprio gerente de obra, gerente de produção, engenheiro de segurança do trabalho, além dos departamentos comercial e financeiro. Também cada grupo conta com seu almoxarifado, e
nfermaria e refeitório.

O consórcio, formado pela Carvalho Hosken e Odebrecht Realizações Imobiliárias, começou os trabalhos da Vila dos Atletas em meados de 2012. Ocupando uma área de 200 mil m², os alojamentos terão 710 mil m² de área construída. O investimento é de R$ 2 bilhões, com recursos totalmente privados.

Já as obras de pavimentação das ruas do empreendimento, além de saneamento básico e eletricidade, serão feitas pelo Consórcio Rio Mais (Odebrecht Infraestrutura, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken), o mesmo que executa o Parque Olímpico.

A terraplenagem na área da Vila dos Atletas já foi realizada e representa 1 milhão de m³ de movimentação de terra. Hoje, são 1,3 mil operários trabalhando na obra, mas no pico, no final deste ano, serão 5 mil.

Somente um condomínio já avançou no trabalho das primeiras lajes dos prédios. Toda a construção será realizada com concretagem in loco.

De outros três condomínios as fundações estão prontas e de outros dois esse tipo de serviço ainda está em andamento. Devido ao lençol freático raso na área, foi necessário fazer parede-diafragma com altura média de 10 m para as execuções de fundação no terreno.

Os 31 prédios residenciais terão no total 3.604 apartamentos de dois, três e quatro dormitórios. O projeto tem capacidade para abrigar 17.950 atletas e paratletas, treinadores e fisioterapeutas. Na área, também está prevista a construção de um empreendimento comercial para funcionar durante os Jogos. A previsão de entrega da Vila dos Atletas é dezembro de 2015.

Usina de concreto

Para diminuir a viagem de ca­mi­nhões-betoneira rumo ao canteiro de obras, inclusive sobrecarregando vias de acesso ao local, uma usina de concreto da Schwing Stetter com dois módulos foi montada pelo consórcio construtor. A central tem capacidade de produção de 1,5 mil m³/dia – hoje, a capacidade dela ainda não é plena e pouco menos da metade do concreto é produzido na usina.

Atualmente, chega-se a lançar 900 m³/dia de concreto no local, mas no pico deverá alcançar a média de 1,5 mil m³/dia. Serão utilizados no total 343 mil m³ de concreto na obra.

“A usina de concreto própria garante que não teremos problemas de entrega do produto nem de qualidade”, avalia o engenheiro Maurício. Foram também adquiridos sete caminhões-betoneira da Schwing Stetter para que as construtoras tivessem controle total da produção de concreto dentro do canteiro.

Uma área de corte e dobra de aço para atender a obra, com 2 mil m², foi montada próxima à usina. Há hoje 30 máquinas permanentes no canteiro, incluindo 3 gruas – no pico, serão 25 gruas trabalhando ao mesmo tempo.

Apartamentos

A venda dos apartamentos da Vila dos Atletas para habitação pós-Jogos se dará a partir do segundo semestre deste ano. Cada condomínio terá um clube com ampla estrutura de lazer. O parque central será todo arborizado e terá uma ciclovia. Os edifícios atenderão ao público de alto padrão.

A Vila dos Atletas, localizada na Zona Oeste do Rio, representa um terço de um projeto maior chamado Ilha Pura, que tem no total 800 mil m² e que inclui, além da Vila dos Atletas, a construção de outros prédios residenciais e comerciais. Serão 10 anos para a conclusão de todo o empreendimento.


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