A percepção dos empresários com relação ao desempenho atual de suas construtoras recuou 10,4% em agosto ante a pesquisa anterior e 18,8% em 12 meses. Isso é o que aponta a 60ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, realizada pelo SindusCon-SP e pela FGV, com uma amostra de 187 empresários do setor em todo o País.
Entre os componentes do indicador de desempenho, o que apresentou pior resultado foi o de emprego. O saldo líquido de contratações das empresas no ano até agosto está quase 50% abaixo do verificado no ano passado. Isso reflete um cenário de atividade mais fraca – com sinais de final de um ciclo de produção.
A perspectiva de desempenho para os próximos meses acentuou a trajetória de declínio, com retração de 16% em relação à pesquisa anterior e de 26,6% em 12 meses. Pela primeira vez, desde 2009, o indicador de perspectivas de desempenho da empresa ficou abaixo do indicador de desempenho atual.
A avaliação dos empresários com relação aos custos setoriais subiu 4,5% na comparação com o trimestre anterior e 2,1% em 12 meses.
Sobre a condução da política econômica, as perspectivas apontaram quedas de 22,7% ante a sondagem anterior e 48,5% na comparação com 2013. Ao mesmo tempo, a perspectiva com relação ao crescimento econômico caiu 23,5% em relação ao trimestre anterior e recuou 37,1% em 12 meses, enquanto a perspectiva de inflação reduzida apresentou retração de 18% e 26,1%, respectivamente.
O indicador de dificuldades financeiras permaneceu alto, em 55,1, e crescendo na comparação com o ano passado, indicando um crédito mais caro e mais difícil para as empresas da construção.
DESEMPENHO E PERSPECTIVAS DAS EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO1
|
Brasil |
São Paulo |
|||||||
|
Mês |
Variação (%) |
Mês |
Variação (%) |
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|
Agosto 2014 |
Trimestre anterior |
12 meses |
|
Agosto 2014 |
Trimestre anterior |
12 meses |
||
Desempenho da empresa |
40,0 |
-10,4% |
-18,8% |
|
39,4 |
-10,9% |
-20,8% |
||
Dificuldades financeiras |
55,1 |
-1,8% |
6,4% |
|
55,1 |
-3,1% |
6,2% |
||
Perspectivas de desempenho |
37,6 |
-16,0% |
-26,6% |
|
36,3 |
-17,2% |
-28,6% |
||
Perspectivas de evolução dos custos |
50,3 |
4,5% |
2,1% |
|
50,9 |
5,3% |
-0,3% |
||
Condução da política econômica |
15,6 |
-22,7% |
-48,5% |
|
15,7 |
-21,4% |
-49,8% |
||
Inflação reduzida |
20,9 |
-18,0% |
-26,1% |
|
20,6 |
-22,9% |
-25,4% |
||
Crescimento econômico |
17,5 |
-23,5% |
-37,1% |
|
17,5 |
-24,2% |
-34,1% |
||
(1) Os dados apresentados na tabela estão dispostos numa escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso quer dizer que valores abaixo de “50” podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de dificuldades financeiras, no entanto, valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.
Fonte: Sinduscon-SP/FGV Projetos