O Plano Estratégico da Petrobras para os próximos cinco anos indicou além do impacto da pandemia nos negócios, o foco na exploração do pré-sal. Por esse documento, apresentado no final do ano passado, a estatal prevê investir US$ 55 bilhões no período de 2021 a 2025.
Do total dos investimentos, 84% (US$ 46,5 bilhões) são voltados para o setor de exploração e produção, e a maior parte para a área do pré-sal, onde a Petrobras tem obtido resultados favoráveis de produção em meio à queda de preço do petróleo.
Para os ativos em águas profundas e ultra profundas, foram destinados US$ 32 bilhões. A previsão é de comissionar 13 novos sistemas de produção na área de exploração do pré-sal no período. Esses sistemas seriam as FPSOs (Unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência) – esse ano serão entregues duas, uma no ano que vem e as outras 10 até 2025.
No âmbito de direcionamento nos negócios do pré-sal, o chamado Projeto Integrado Rota 3, que inclui gasoduto, tanto marítimo como terrestre, e Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), tem previsão de conclusão no final do ano.
O gasoduto na parte terrestre (quase concluído; o trecho marítimo está pronto) se inicia em Maricá, no litoral do Rio de Janeiro, e segue para o Polo Gaslub (ex-Comperj), no município vizinho de Itaboraí, onde está em fase final de construção a UNPG. Há também um conjunto de utilidades necessárias para sua operação, que contempla a rede de água para combate a emergências e vários outros sistemas.
O Projeto Integrado Rota 3 permitirá escoar e processar 21 milhões de m³/dia de gás do pré-sal a partir de 2022.
Segue em análise pela companhia um plano de desenvolvimento da área do Polo Gaslub, que inclui também projeto com operação integrada com a Reduc (Refinaria Duque de Caxias), na Baixada Fluminense, para a produção de lubrificantes básicos e combustíveis de alta qualidade.
Encontra-se ainda em avaliação a implementação no Polo Gaslub de uma usina termelétrica utilizando o gás do pré-sal como combustível, com intenção de ser desenvolvido em parceria com outros investidores.
Esses projetos, segundo a Petrobras, agregarão valor ao parque industrial de processamento de óleo e gás.
Outros empreendimentos referentes ao refino de petróleo no polo, que estão com as obras paralisadas já há alguns anos, ainda não tiveram as mudanças definidas. No passado recente, tentou-se um acordo com uma empresa chinesa para finalizar as obras, mas as negociações não foram conclusivas.
Os desinvestimentos prosseguem dentro do plano, assim como a redução do endividamento. Ou melhor, vender ativos que não se considera mais dentro de seu foco, é o ponto central para diminuir a dívida.
Nesse aspecto, das 13 refinarias atuais da estatal no país, a proposta é manter até 2025 cinco delas – RBPC, Reduc, Replan, Revap e Recap. Todas essas cinco estão localizadas no Sudeste. Segundo o relatório da empresa, o motivo da venda de boa parte das refinarias seria por conta de foco no mercado premium. A Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, é a primeira que está sendo negociada pela Petrobras.
Ainda assim, para os próximos cinco anos, a empresa prevê um capex de US$ 3,7 bilhões em refinarias, sendo que 34% seria direcionado para o desenvolvimento de novos projetos nas refinarias que continuarão no portifólio da Petrobras. Vale destacar que os recursos para o Gaslub estão alocados aqui – eles representam 16% do valor de US$ 3,7 bilhões.
Na área de comercialização e logística, o Plano Estratégica indica investimentos em 2021-2025 de US$ 2,1 bilhões.
Desse valor, 70% são destinados às iniciativas de logística. São elas: Pró-Dutos (programa de proteção de dutos), Terminal Santos Alemoa, Plano Diretor de Dutos (projeto de ampliação e modernização do Estado de São Paulo), SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) e ETEs (Estações de Tratamento de Efluentes) – nesses dois últimos verifica-se também ênfase da empresa à sustentabilidade, que foi destacado pelos analistas de mercado do petróleo sobre o Plano da Petrobras.
Por fim, na área de gás e energia, os investimentos até 2025 serão de US$ 1,1 bilhão, sendo que 60% pretende-se destinar à construção da termoelétrica no Complexo do Gaslub, já citada. Há também recursos (22% de US$ 1,1 bilhão) para upgrade de turbinas a gás das térmicas da Petrobras e 7% para a modernização no sistema de controle e
partida das usinas termelétricas.