Petrobras pode investir até US$ 100 bi no plano 2024-2028 e deve focar em energia renovável e soluções de baixo carbono

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Com o fechamento do mercado nesta semana, bancos estimam que a Petrobras deve divulgar o planejamento da empresa para o período 2024 a 2028 ainda esta semana.-. Segundo o levantamento, nos próximos cinco anos, os investimentos totais da companhia podem variar de US$ 86 bilhões (R$ 421,4 bilhões pela cotação de ontem) até US$ 105 bilhões (R$ 514,5 bilhões). Caso as projeções se confirmem, a companhia vai registrar uma média anual de US$ 21 bilhões (R$ 102,9 bilhões), consolidando a estatal  como uma das empresas brasileiras que mais investem.

As previsões sobre a companhia foram feitas pelo Itaú BBA, Ativa Investimentos, Goldman Sachs e UBS BB, e divulgadas no jornal Valor Econômico nesta quarta-feira, dia 22. Os especialistas consideram que haverá, no mínimo, aumento de US$ 8 bilhões (R$ 39,2 bilhões) em relação ao atual plano, válido para os anos de 2023 a 2027. De acordo com eles, a justificativa para essa alta está na necessidade da correção dos desembolsos dos projetos pela inflação.

Atualmente, o plano da Petrobras em vigor prevê US$ 78 bilhões em investimentos totais, sendo 83% voltados para a exploração e produção. No início de novembro, a estatal reduziu a previsão de Capex para 2023 de US$ 16 bilhões para US$ 13 bilhões.

Agora, os investimentos da Petrobras para 2024 a 2028 devem ficar entre os US$ 95 bilhões e os US$ 105 bilhões, estima o UBS BB. O Goldman Sachs prevê investimentos de US$ 90 bilhões e classifica a divulgação do plano como um “risco potencial a curto prazo” a ser monitorado pelos investidores. O Itaú BBA espera o mesmo valor. Para o BTG Pactual, essas projeções são de US$ 86 bilhões, mas sem considerar potenciais fusões e aquisições.

O banco de investimentos americano Jefferies diz que é importante que a Petrobras dê clareza sobre os parâmetros de investimentos que serão utilizados. Segundo relatório, a projeção inicial é de aumento de 10% nos investimentos da petroleira em relação ao que se tem hoje, que chegaria aos US$ 90 bilhões, mas afirma que há risco de se chegar aos US$ 100 bilhões.

Entre os temas discutidos pelo mercado para o plano da Petrobras, está a previsão de investimentos em projetos de baixo carbono. Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, diz que o principal ponto é o quanto a companhia irá alocar para projetos como biocombustíveis e petroquímicos, além de ativos como os de eólica offshore. D’Elia afirma que as decisões da Petrobras sobre os projetos de baixo carbono irão pautar as decisões do país sobre os temas, dada a dominância da companhia e a capacidade de investimentos.

Executivos da estatal têm afirmado que o objetivo da Petrobras é ser uma empresa de energia com projetos de geração renovável em dimensão semelhante a de companhias como as europeias Iberdrola e Equinor, com alta capacidade instalada de usinas eólicas e solares fotovoltaicas, terrestres e marítimas.

O segmento das eólicas offshore, por exemplo, é um dos que a companhia já começou a dar os primeiros passos, mas que ainda precisa de um ambiente regulatório definido. Inclusive, a Petrobras já trabalha em projetos sozinha e também protocolou outros em parceria com a Total Energies.

O hidrogênio verde também está nos planos da companhia. A Petrobras assinou memorandos de entendimento com empresas e governos de outros países para estudar o insumo, cuja obtenção depende de eletricidade vinda de fontes renováveis. Em setembro, a petroleira assinou com a Vale, um acordo para estudar projetos com soluções de baixo carbono.


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