Disposto a negociar com o governo brasileiro para rever itens do Tratado de Itaipu, o presidente Fernando Lugo acredita estar próximo de materializar um sonho que vem ocupando há anos a mente visionária de lideranças políticas e de empresários de Mato Grosso do Sul, sobretudo da região sudoeste: a construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, município do Alto Paraguai, região oriental do País vizinho. Desde antes de assumir a Presidência do Paraguai, Lugo já fala em fazer uma revisão dos valores que o Brasil paga pela energia que compra da usina hidroelétrica de Itaipú.
Atualmente o Paraguai é obrigado a vender todo excedente de sua parte da energia gerada pela Usina. O Brasil paga cerca de US$ 105 milhões por ano. O valor é baixo porque o Paraguai não investiu nada na obra e tem direito a 50% do que é produzido. A possibilidade da construção da ponte em Porto Murtinho começou a se materializar quando o governo brasileiro propôs a Fernando Lugo um empréstimo de U$ 1 bilhão para financiar obras de infraestrutura no Paraguai – uma tentativa de demovê-lo da idéia de rever o Tratado de Itaipú.
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No Planalto prevalece a idéia de que Lugo não pode mais tocar seu governo com base em discursos ideológicos precisando, portanto, de começar a mostrar resultados.
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A ponte sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho é considerada uma das obras mais importantes para viabilizar a rodovia bioceânica, que abrirá um corredor multimodal pelo centro-oeste do Brasil e costa brasileira aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, reduzindo consideravelmente a distância dos países asiáticos em quase 8 mil km. Essa questão foi levantada pelo vice-presidente do Paraguai, Frederico Franco, no sábado passado, durante a visita a Carmelo Peralta, e anteriormente pelo próprio Fernando Lugo em Fuerte Olimpo, no mês passado.
O presidente Lula sabe da importância dessa obra e já falou sobre ela por diversas vezes com o deputado Vander Loubet, o senador Delcídio Amaral e o ex-governador Zeca do PT.
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“O presidente Lula é um dos entusiastas desse projeto que poderá se tornar realidade e assim mudar radicalmente o perfil econômico, turístico e cultural dessa região esquecida do Paraguai e de Mato Grosso do Sul”, frisou Vander. A partir de Porto Murtinho já são feitos muitos pacotes de excursões pela estrada do Chaco Paraguaio até lugares pitorescos e de enorme potencial econômico e cultural.
Nessa rota ficam, por exemplo, as localidades menonitas de Loma Plata, Filadélfia e Newlend, a 260 km de Murtinho, numa conexão rodoviária pela estrada pavimentada do Trans-Chaco. A vereadora Carmem Ruiz é uma das que já oferece apoio a esse projeto que, com certeza, vem a fazer a verdadeira inclusão social, cultural e econômica. “Com certeza a nossa região ganha muito com isso e vamos incluir os irmãos paraguaios no desenvolvimento”, afirma.
Fonte: Estadão
