Por um código florestal urbano

O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-IPT, está propondo uma discussão sobre a oportunidade da elaboração  – e aprovação – de um código florestal urbano.

 

Artigo de sua autoria, publicado no site de O Empreiteiro, justifica a proposta e tem algumas razões de ser. A mais importante é que o País não dispõe, hoje, de algo análogo, exceto o Código Florestal, que não se prestaria a dar soluções a problemas urgentes e cada vez mais graves de nossas cidades.  E, mesmo esse código, apresenta lacunas difíceis de serem reparadas, tal o volume de interesses de grupos ou entidades em  marginalizá-lo e, se possível, sepultá-lo.

 

As populações rurais andam desaparecendo.  Desaparecendo e gradativamente rarefeitas no mapa dos países. Por aqui isso é constatado a olhos vistos há muitos anos.  Não estará longe o tempo em que essas populações, para serem encontradas, somente com a ajuda de instrumentos especiais. Porque tudo é urbanização.  

 

Em termos mundiais, segundo o artigo do geólogo, 80% da população global, correspondentes a alguma coisa em torno de 5,6 bilhões, já estaria fora dos territórios rurais e abancando-se no meio urbano.  E, os meios urbanos, a rigor, constituem feridas abertas na face do mundo. Abertas de tal modo, que não podem ser cicatrizadas.  O agravante é que as cidades matam as regiões de florestas, já sacrificadas por outras ocupações e ações predatórias. O resultado são os fenômenos que temos visto.  As represas esgotadas do sistema Cantareira estão aí, para mostrar que não estamos  – eu e o Álvaro – contando lorotas.

 

Ora, se daqui a um par de anos, as cidades, para respirar, vierem a precisar do que poderá restar das florestas naturais, a situação vai se complicar. Por isso, há necessidade de legislação que coíba o desaparecimento de florestas à margem do entorno das regiões metropolitanas e de outros núcleos urbanos, e que favoreça a sua preservação. Isso significará cuidados com o meio ambiente, com a manutenção da normalidade climática, manutenção da fauna e flora. Enfim, da vida como a vida pode ser, apesar do desequilíbrio selvagem a que ela vem sendo submetida.

 

A proposta do código florestal urbano vai dar um bom debate. A favor de todos nós.

 

 

 

Fonte: Nildo Carlos Oliveira

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