Pórtico móvel substitui guindaste sobre balsa na montagem de FPSO

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A inovação apresentada da Techint foi desenvolvida durante a execução do Projeto P76, que corresponde a um projeto EPC (Engineering, Procurement & Construction) para a construção de um FPSO (Floating Production Storage and Offloading). O FPSO P76 é um navio plataforma que irá operar no pré-sal, na bacia de Santos. É composto por 20 módulos.


O projeto durou mais de cinco anos, totalizando cerca de 20 milhões de horas homem, com um pico de 5.000 colaboradores. Durante este período, foram produzidas 25,8 mil t de fabricação e montagem.


Na etapa de tubulação, identificou-se a necessidade de se montar aproximadamente 480 t no M19 (pipe rack), as quais deveriam ser transpostas do cais para uma balsa de apoio, içadas na sequência com um guindaste patolado na balsa para um ponto de apoio na plataforma, e então transportadas com talhas tifor manuais para o local exato de montagem.


A atividade, além do custo elevado, impactaria o cronograma do projeto e traria uma série de riscos materiais (devido à complexidade dos içamentos) e pessoais (devido às interferências com as demais atividades em execução na plataforma e aos riscos inerentes ao uso de talha tifor após os içamentos). Alguns içamentos iriam se sobrepor a grandes extensões do convés, demandando a paralisação de múltiplas atividades.


O projeto inovador visa, utilizando uma estrutura pré-existente na plataforma, a otimizar as movimentações de carga a serem realizadas sobre o mar (lado bombordo).


A inovação consiste em substituir o guindaste sobre balsa (método tradicional) por um pórtico móvel, trazendo ganhos financeiros, de produtividade e de segurança.

Frente à complexidade, custo, prazo e risco da atividade, buscou-se alternativas de solução para o desafio. Foi identificado uma estrutura existente sobre o Riser Balcony da Plataforma, com capacidade de carga suficiente para suportar os içamentos. Esta estrutura tornou possível desenvolver um pórtico móvel, o qual foi capaz de içar as válvulas e peças de tubulação a serem montadas diretamente da balsa para a posição final de montagem.


Esta abordagem eliminou completamente a sobreposição de atividades. Todo o desenho, projeto e fabricação especial do pórtico foram feitos internamente no estaleiro, levando em consideração a estrutura onde seria apoiado, e a altura dos içamentos (aproximadamente 26 m, podendo variar em função do calado).


Com a inovação proposta, houve uma economia de 50 dias na execução da atividade, em função do aumento de produtividade de 6,4 ton/dia para 19,2 ton/dia. Há um ganho não quantificado, porém extremamente significativo, de produtividade em função das diversas atividades que não tiveram que ser interrompidas para as movimentações de carga.


Estima-se que 800 dos 5.000 colaboradores teriam suas atividades impactadas pelas movimentações de cargas a serem realizadas pelo guindaste sobre balsa, o que, em um período de 75 dias, representa uma exposição ao risco (ainda que mitigada por outros meios) extremamente elevada.


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