Intervenções do Porto Maravilha se ampliam

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O Porto Maravilha é o projeto mais ousado em andamento no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos. A proposta é reconstruir parte do centro da cidade ocupado pela antiga zona portuária e adjacências. Trata-se de 5 milhões de m² de área. No total, serão R$ 8 bilhões em investimentos, de acordo com a prefeitura.

Intitulada Operação Urbana Porto Maravilha, o projeto é gerido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP). Ela administra o contrato com a Concessionária Porto Novo e articula ações com agentes públicos e privados (principalmente para ocupação de áreas e reforma de edificações na região) no desenvolvimento e requalificação do território.

A Concessionária Porto Novo é integrada pelas construtoras OAS, Odebrecht e Carioca, e obteve a concessão por 15 anos, em regime de parceria público-privada (PPP), que envolve execução de obras e operação e manutenção da área – a iniciativa é pioneira em centro urbano e o modelo de PPP tem inspirado outros projetos semelhantes em cidades brasileiras.

Dentre as principais obras sob a responsabilidade da concessionária, incluem: Via Binário do Porto (composta de dois túneis – Saúde, com 81 m, este já em operação, e Binário, com 1.480 m), com seis faixas de tráfego e viadutos de conexão ao elevado do Gasômetro (que dá acesso à ponte Rio-Niterói e Avenida Brasil); construção da Via Expressa, com seis faixas, que substituirá o Elevado da Perimetral (em processo de demolição) e que será composta de um túnel com 2.570 m de extensão; Museu do Amanhã (projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, localizado em antigo píer e que está em obra); implantação de nova infraestrutura, toda subterrânea, de iluminação pública, distribuição de energia e telecomunicações, além de redes de água, esgoto e gás; e novo padrão urbanístico de ruas e calçadas daquela região do Rio marcada por muitos prédios históricos.

Cronograma

O cronograma de obras do Porto Maravilha prevê até o primeiro semestre de 2016 a demolição total do Elevado da Perimetral e a inauguração da Via Expressa. No mesmo período deve estar funcionando o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ainda não teve as obras iniciadas. A infraestrutura urbana e a urbanização dos morros da região (Providência, Conceição e Pinto, onde se estabeleceram as primeiras comunidades cariocas) deverão ser entregues até o final de 2015. Até agosto, somente a Via Binário estava pronta.

As obras dos túneis do Binário e da Via Expressa, com as execuções sendo realizadas a uma profundidade de até 46 m, são consideradas um desafio logístico e de engenharia por conta de se trabalhar em área altamente urbanizada. Hoje há mil operários nessas obras.

O túnel do Binário será concluído no segundo semestre deste ano (cerca de 80% dos serviços já foram feitos) e se incorporará à Via Binário, em funcionamento desde o final de 2013.

A Via Expressa, com 6.847 m, fará a futura conexão entre o Aterro do Flamengo, Avenida Brasil e Ponte Rio-Niterói (antes se fazia pelo Elevado da Perimetral). Os trabalhos no túnel foram mais de 50% executados. Há sete frentes de obras, com dois poços de serviço – mobilizando cerca de 600 operários nessa atividade.

A implosão do Elevado da Perimetral está em sua terceira etapa de remoção- 2.513 m do elevado já foram removidos, representando mais de 50% do total de 4.790 m da via elevada. Até começar a ser removido, no ano passado, o elevado recebia quase 80 mil veículos/dia. A obra de remoção deixou o trânsito na região central do Rio caótico, o que a torna alvo de críticas da população. A previsão é que a situação piore ainda mais com as obras do VLT que, quando pronto, deverá circular pelos principais pontos do centro e substituirá os ônibus naquela localidade.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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