O investimento estrangeiro direto de grande porte em empresas brasileiras, segundo dados do Banco Central (BC), tem sido predominantemente com aportes acima de US$ 1 bilhão. De janeiro a maio deste ano, essa participação chegou a 29,3% (US$ 7,758 bilhões) do total de US$ 26,499 bilhões de ingressos para a participação no capital.
No ano passado, os aportes acima de US$ 1 bilhão também lideraram esse tipo de investimento, ao alcançar 32,2% do total (US$ 15,635 bilhão). Em 2009, auge da crise financeira internacional, a participação dos ingressos de maior porte ficou em 5,6%, após registrar 18% em 2008.
Nos primeiros cinco meses do ano, os ingressos de capital estrangeiro na faixa de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão ficaram com a fatia de 17,2%. A faixa que tem a menor participação é a de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões.
Mas, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima, não é uma tendência ter concentração de grandes valores de investimentos nas empresas. Segundo ele, os dados de 2010 e deste ano foram influenciados por uma grande operação no setor de telecomunicações. "Isso distorce a estatística, mas não representa uma tendência", disse.
De acordo com Lima, o ideal é que o país fique menos dependente de poucas aplicações de grandes valores e receba investimentos em todos os setores e de vários países.
Segundo os dados do BC, o setor que mais recebeu investimento no capital das empresas é o de serviços: 60% de janeiro a maio deste ano. O segmento de telecomunicações lidera o ranking do setor de serviços, com 22,5%. A indústria recebeu 27% dos ingressos, com destaque para a metalurgia (11,7%). Em seguida vem agricultura, pecuária e extrativa mineral (12,7%).
Fonte: Estadão