Preocupação com energia impõe iniciativas em várias frentes

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As revistas ENR-Engineering News Record e O Empreiteiro apresentam a seguir a edição 10 da newsletter eletrônica ENR Global Insider OE

China constrói os prédios mais altos do mundo

A China é o centro das maiores construções. O país constrói sete dos dez maiores edifícios do mundo. No entanto, alguns especialistas questionam os padrões de qualidade e segurança adotados, principalmente em caso de terremoto.

De acordo com profissionais reunidos no evento global Council on Tall Buildings & Urban Habitat, realizado recentemente em Xangai, China, altas estruturas custam caro, demandam muito material e longo tempo para sua construção, principalmente para atender segurança extra.

A nova geração de prédios mais altos na China é vista no próprio país como um desafio. De acordo com Zhoahui Jia, diretor-técnico do Greenland Group, uma das maiores construtoras de prédios altos da China, “o modelo de negócios ainda está amadurecendo no país. Porém, têm existido práticas bem-sucedidas”.

O Greenland Group está desenvolvendo uma torre de 518 m em Dalian, nordeste da China. O prédio deve ficar pronto em 2016.

O Jin Mao Tower, finalizado em 1999, deu início à era de prédios altos na China. Localizado em Pudong Lujiazui Finance, em Xangai, possui 421 m. No mesmo bairro, existem a mais alta torre finalizada da China, a Shanghai World Financial Center, de 492 m, e a mais alta torre em construção no país, a Shanghai Tower, de 632 m.

O primeiro prédio alto na China alcançou 100 m e foi construído em Shenzhen, na década de 1980. Naquela construção, o aço foi importado do Japão e o os operários, treinados pelos japoneses, explica Li Guo Qiang, professor de engenharia civil da Tongji University, de Xangai. ”A China não tinha experiência”, diz. Porém, a situação “melhorou”, segundo Li Guo. O aço não é mais importado, os operários estão mais bem treinados e engenheiros e arquitetos estão mais experientes em altas edificações, adiciona o professor.

 

Os superguindastes em ação

A revista ENR pesquisou canteiros de obras em quatro continentes e encontrou superguindastes que começam na faixa de 2 mil t em capacidade de levantamento e vão até 7 mil t. Eles podem medir 185 m de altura e custar mais de US$ 30 milhões cada.

Muitos desses superguindastes foram construídos com os olhos voltados para novas usinas nucleares, mercado que ficou abalado após o acidente em Fukushima, Japão. A nova geração de usinas nucleares, como a Westinghouse AP1000, é montada com um grande número de módulos pré-fabricados, ao invés de ser construída peça por peça no local.

Os maiores guindastes atuais possuem uma base anelar, como o Bigge 125D AFRD de 6.800 t, o ALE AL.SK190 de 4.300 t, e o Mammoet PTC-140/200 de 3.200 t, respectivamente, 1º, 2º e 4º na lista dos gigantes. Na categoria sobre esteiras, os modelos mais recentes são Sany SCC36000 de 3.600 t, Liebherr LR-13000 de 3.200 t, Terex CC8800-1 TWIN de 3.200 t e o Manitowoc 31000 de 2.300 t.

Como rugosidade e deflexãodo pavimento afetam o consumo do veículo

O Concrete Sustainability Hub,do famoso MIT – Massachusetts Institute of Technology, núcleo financiado pela indústria do cimento, está investigando como os fatores de rugosidade e deflexão do pavimento rodoviário influem no consumo de combustível dos veículos, e se eles apresentam alguma relação com a espessura da capa e as condições do substrato.

Altas temperaturas aumentam mais a rugosidade dos pavimentos asfálticos do que os de concreto, tornando estes mais indicados para as regiões quentes. Ao contrário, em climas frios, a rugosidade do concreto aumenta mais do que o asfalto.

Ao elevar a rigidez do pavimento, a economia de combustível dos veículos pode chegar a 3%. Na rede interestadual dos Estados Unidos, isso equivale a 680 milhões de l/ano.

Parque nacional remove barragenspara restaurar o ecossistema

O maior projeto de remoção de barragens já realizado nos EUA se realiza no Olympic National Park, no estado de Washington, onde a barragem Elwha será demolida, a 8 km da foz no Oceano Pacífico, seguida pelo desmonte da barragem Glines Canyon, 8 km a montante do rio Elwha, reestabelecendo o fluxo natural num trecho de 75 km que tinha sido interrompido há quase 100 anos. A ideia é trazer de volta a migração do salmão e do steelhead.

A remoção segue um plano meticuloso, para evitar que milhões de m³ de sedimentos prejudicassem o ecossistema já combalido do rio. Contratada a empresa especializada Barnard Construction por US$ 26,9 milhões, a National Park Service estabeleceu quatro janelas de trabalho, de 45 dias a dois meses, e restringiu a quantidade d’água liberada, dando aos peixes tempo para se adaptar às novas condições do rio e permitindo que a erosão natural prosseguisse nas margens e na foz. Cada vez que o nível do rio desce 0,5 m, a empreiteira é autorizada a demolir uma parte adicional da barragem, liberando mais água, cuja vazão se mantém próxima da média histórica.

 

Ralls Corp., fundada por empresários chineses,vai à justiça nos EUA

A empresa Ralls sediada em Delaware, fundada por Duan Dawei e Wu Jialiang, de nacionalidade chinesa, vai questionar na justiça o governo norte-americano, que proibiu sua participação nas obras de quatro complexos eólicos de 10 MW no estado do Oregon, alegando os riscos potenciais pela proximidade com uma instalação militar da Marinha nacional. Entretanto, outras torres eólicas já operam na região.

O caso adquire contornos mais nebulosos pelo fato de os dois executivos também pertencerem à Sany Heavy Industry, baseada na China, que adquiriu a Ralls em 2012. A Sany norte-americana abriu uma nova fábrica de equipamentos de construção em Peachtree City, em Georgia. A decisão do governo é baseada numa recomendação da comissão de Relações Exteriores do Congresso dos Estados Unidos.

Acciona da Espanha instalatorre eólica de concreto de 100 m

A Acciona executa torre de concreto para suportar uma turbina de 3 MW no topo, na Pioneer Grove Wind Farm, em Cedar County, Iowa. A obra é considerada pioneira
nos Estados Unidos. A Acciona já empregou outras torres de concreto em projetos similares pelo mundo. Uma torre metálica de 92 m também está sendo utilizada no projeto norte-americano.

Conforme o consultor Charles Hanskat, de Illinois, o concreto suporta melhor as cargas laterais e dinâmicas provenientes de geradores eólicos mais potentes. “A partir de 100 m de altura, o aço deixa de ser competitivo em termos de custo e projeto”, diz.

Inovação em ETE gera maior produção de eletricidade

Pesquisadores na Universidade de Oregon testaram com sucesso, em uma estação de tratamento de esgoto (ETE), uma célula de combustível que funciona com micróbios, capaz de produzir de 10 a 50 vezes mais eletricidade por volume d’água do que outras técnicas. A célula de combustível microbial (CCM) usa bactérias para consumir matéria orgânica existente no efluente, gerar eletricidade nesse processo e depurar a água. A professora de engenharia biológica da universidade, Hong Liu, disse que o desafio era elevar a quantidade de energia gerada.

Sua equipe reduziu o espaçamento anodo-catodo e mudou o uso de micróbios e novos materiais isolantes entre os lados anodo e catodo da célula, adotando um biofilme tolerante a oxigênio que reduz a resistência interna do sistema, que possibilita gerar 2 kW de energia por m³ de volume líquido do reator, de acordo com testes utilizando um reator do tamanho de um livro. Mas os testes se valem de um espaçamento muito pequeno entre anodo e catodo e um volume reduzido no reator, dificuldades que precisam ser superadas ao se passar para uma escala industrial.

Para o próximo estudo-piloto, Liu procura uma ETE de pequena escala. Se conseguir recursos, a tecnologia poderá ser testada numa escala maior em cerca de um ano. Se ela atingir a escala industrial com sucesso, as ETEs passarão a ser autossuficientes em energia, com excedente vendável à rede publica. Nos Estados Unidos, 3% do consumo nacional de energia é gasto no tratamento de esgoto.

Nova York torna obrigatório medir gastos com energia

A norma denominada New York City Local Law 84 Benchmarking Report, ou simplesmente LL84, exige que os proprietários de edifícios acima de 15 m ou empreendimentos múltiplos acima de 30 m façam medição anual do consumo de energia e água. Nos prédios de escritório ou multiúso, os números mostram que os maiores consumidores usam de três a cinco vezes mais energia que os usuários pequenos. Se todos os prédios altos que gastam mais energia forem alinhados ao consumo médio, essa redução seria da ordem de 18%. Outro fato curioso é que os edifícios mais novos gastam mais energia que os antigos.

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A ENR é uma publicação da McGrawHill, editora com mais de 100 anos de atividades e a principal no mundo com foco em Construção, Infraestrutura e Arquitetura. A revista O Empreiteiro é parceira editorial exclusiva da ENR no Brasil. Mais informações: www.enr.com


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