Produção Industrial recuou 1,7% em outubro

Em outubro de 2008, a produção industrial recuou 1,7% frente a setembro, mês em que registrou expansão de 1,5%, na série com ajuste sazonal. Na comparação com outubro de 2007, houve expansão de 0,8%. Tanto o acumulado no ano (5,8%) como o acumulado nos últimos doze meses (5,9%) desaceleraram frente aos resultados de setembro (6,4% e 6,8%, respectivamente).

O recuo observado na produção, entre setembro e outubro, atingiu 15 dos 27 ramos pesquisados, com o principal impacto negativo vindo de outros produtos químicos (-11,6%), setor que acumulou perda de 20,9% nos últimos três meses.
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Também merecem destaque os ramos de refino de petróleo e produção de álcool (-9,0%) – valendo mencionar a influência da paralisação técnica em uma refinaria – máquinas e equipamentos (-5,2%), que interrompeu seqüência de quatro meses de taxas positivas, período em que acumulou 14,2% de expansão, e veículos automotores (-1,4%). Este último, que apresentara crescimento nos dois meses anteriores, teve seu desempenho influenciado pela concessão de férias coletivas em várias unidades do setor. Entre os 12 ramos industriais cuja produção avançou, alimentos (0,7%) e outros equipamentos de transportes (2,0%) exerceram as influências positivas mais relevantes.

Na comparação outubro 2008/setembro 2008, a redução no ritmo produtivo alcançou todas as categorias de uso.

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A queda mais acentuada foi observada em bens de consumo duráveis (-4,7%), segmento que apresentara dois meses consecutivos de expansão com ganho acumulado de 2,1%, seguido por bens intermediários (-3,0%), que acumula perda de 6,0% nos três últimos meses. No setor de bens de consumo semi e não-duráveis, o recuo ficou em 2,2%, após avanço de 1,7% no mês anterior, enquanto bens de capital (-0,5%) obteve taxa acima da média geral da indústria.



Com a redução da atividade industrial em outubro, o índice de média móvel trimestral interrompeu a trajetória de crescimento presente há quatro meses e registrou recuo de 0,6%, na passagem de setembro para outubro. Essa inversão de sinal é confirmada em bens de consumo semi e não-duráveis (de 0,5% para -0,3%).
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Bens intermediários apresentou a queda mais aguda (de -0,5% para -2,0%), enquanto bens de consumo duráveis (-0,9%) manteve o mesmo ritmo entre os dois meses. Setorialmente, há queda em 14 das 27 atividades.

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Por outro lado, a produção de bens de capital (0,8%) reduziu o ritmo, mas sustentou crescimento pelo quinto mês consecutivo, acumulando um ganho de 8,3% nesse período.

Na comparação com outubro de 2007, a produção global da indústria assinalou expansão de 0,8%, menor taxa desde dezembro de 2006 (0,3%), mesmo contando com um dia útil a mais em relação a outubro de 2007. Nessa comparação, a maioria (15) das 27 atividades mostrou recuo, com destaque para: outros produtos químicos (-15,9%), refino de petróleo e produção de álcool (-9,6%) e alimentos (-3,6%), influenciados pela redução nos itens herbicidas para agricultura e adubos e fertilizantes; naftas e gasolina; e açúcar cristal e sucos concentrados de laranja. O índice de difusão também reflete o menor dinamismo de outubro: após chegar aos 65% dos 755 produtos pesquisados em setembro, recua para 50% em outubro. Entre as doze atividades com crescimento, as que mais impactaram o resultado global foram outros equipamentos de transporte (63,0%), farmacêutica (28,2%) e máquinas e equipamentos (6,3%).

Nos índices por categorias de uso, ainda na comparação mensal, o segmento de bens de capital se destaca claramente com a taxa mais elevada (15,8%), apoiado no aumento de produção de todos os seus subsetores, à exceção de bens de capital para uso misto (-0,3%). O desempenho de bens de capital para transporte (44,8%) foi impulsionado, principalmente, pelos itens aviões e caminhões. Merecem destaque também os sub-setores de máquinas e equipamentos para fins agrícolas (31,5%) e de máquinas e equipamentos para fins industriais (3,9%). O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, praticamente, repetiu o nível de produção de outubro de 2007 (0,6%), sendo positivamente pressionado pelo grupamento de outros não-duráveis (7,4%), devido à maior produção de medicamentos, enquanto os demais sub-setores apontaram queda: semiduráveis (-7,6%), carburantes (-5,8%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,3%), com destaque para os itens calçados, gasolina, e sucos e concentrados de laranja.

A produção de bens de consumo duráveis foi inferior em 1,5% à de outubro do ano passado, menor taxa desde fevereiro de 2007 (-2,6%). Esse resultado foi particularmente influenciado pelo desempenho negativo de automóveis (-3,4%) e de motocicletas (-15,0%), ambos refletindo os efeitos das férias coletivas concedidas. A produção de automóveis não registrava queda dessa magnitude desde fevereiro de 2007 (-5,8%) e a de motocicletas, desde dezembro de 2006 (-23,6%). Vale citar, ainda, o recuo de eletrodomésticos (-1,7%), principalmente nos produtos da “linha branca” (-3,1%). Nesse quadro de queda, a produção de celulares prosseguiu em expansão (12,2%). O setor de bens intermediários recuou 2,4%, sua menor taxa desde março de 2002 (-2,5%), com queda em 54% dos produtos que compõem a categoria. As reduções mais importantes ocorreram em itens dos ramos de outros produtos químicos (-16,3%), particularmente influenciado pela redução nos itens adubos e fertilizantes; e herbicidas, e refino de petróleo e produção de álcool (-11,9%), refletindo sobretudo a paralisação técnica em uma importante unidade de refino. A queda na produção de bens intermediários da indústria alimentar (-9,9%) foi especialmente influenciada por açúcar cristal. Por outro lado, atenuando uma maior redução no total de setor de bens intermediários, destacam-se os resultados da metalurgia básica (3,4%) e de minerais não-metálicos (10,6%).

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O desempenho deste último é confirmado pelo grupamento de insumos para a construção civil (7,7%), que cresce há 22 meses consecutivos.

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O indicador acumulado para janeiro-outubro atingiu 5,8% e foi apoiado no crescimento de 21 atividades, com veículos automotores (16,0%) liderando a expansão, sustentado principalmente pela maior fabricação de automóveis e caminhões, vindo a seguir máquinas e equipamentos (10,1%), com destaque para aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias e máquinas para colheita. Vale mencionar, ainda, o impacto positivo vindo de outros equipamentos de transporte (34,5%), influenciado sobretudo pelos itens aviões e motocicletas. Entre os seis ramos industriais com queda em 2008, os de maior impacto sobre o resultado global foram madeira (-9,4%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,5%).

Em síntese, a redução observada na passagem de setembro para outubro (-1,7%) e a conseqüente perda de ritmo nos indicadores para períodos mais longos, mesmo com um calendário que favorece outubro de 2008 (com mais um dia útil que outubro de 2007), está marcada por quedas importantes em setores que concederam férias coletivas não planejadas ou efetuaram paralisações técnicas não programadas, num contexto de aumento da incerteza no ambiente econômico internacional.

Fonte: Estadão

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