Raízen planeja quatro plantas de etanol celulósico até 2024

Raízen planeja quatro plantas de etanol celulósico até 2024

A empresa integrada de energia Raízen ambiciona se tornar a maior produtora mundial a operar quatro plantas de etanol celulósico em escala industrial. A companhia anunciou que até 2024 prevê a ampliação da produção do E2G (etanol de segunda geração produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar) para cerca de 280 milhões m³, correspondendo a capacidade total das quatro plantas já divulgadas ao mercado: Costa Pinto, Barra Bonita, Univalem e Bonfim.

Esta última teve a construção anunciada em junho deste ano e será uma segunda planta de etanol celulósico integrada ao parque de bioenergia Bonfim localizado em Guariba (SP).


A previsão é que a planta entre em operação em 2023, com capacidade instalada para a produção de 82 milhões de litros por ano, correspondente ao dobro da capacidade de primeira planta em Piracicaba (SP).

Com o início da operação de E2G em Bonfim, a capacidade de produção da Raízen será de aproximadamente 120 milhões de litros de E2G por ano.

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Em maio de 2022, a Raízen anunciou a construção da terceira e quarta planta, que ficarão nos parques de bioenergia Univalem, em Valparaíso (SP), e Barra, em Barra Bonita (SP). Após o início das operações, previsto para 2024, a companhia se consolidará como o único produtor mundial a operar quatro plantas de etanol celulósico nessa escala.

Segundo a Raízen, com o investimento de cerca de R$ 2 bilhões, cada planta terá capacidade de produção de 82 mil m³ de etanol por ano, acrescendo a capacidade de produção anual da companhia em aproximadamente 164 milhões de litros de biocombustível. Com os investimentos em novas plantas feito mediante o fechamento de fornecimento de longo prazo, 80% da produção das duas unidades já foi vendida.

De acordo ainda com a companhia, a meta é ter 20 plantas até 2030, aumentando em mais de 50% a capacidade de produção do combustível celulósico até 2030/31, totalizando mais de 1,6 bilhão de litros anualmente em seus parques de biocombustível produzido a partir da biomassa e palha não aproveitadas no processo do etanol de primeira geração, o E1G.

BIOGÁS

A Raízen também informou que irá começar a construir, junto com sua parceira Geo Biogás e Tech, uma planta de biometano produzido a partir de resíduos da produção de etanol em Piracicaba, no interior paulista. Com a previsão de investimentos que deverão alcançar R$ 300 milhões, a planta da joint venture já tem clientes contratados.




Um dele é a Yara, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, que usará o biometano para produzir hidrogênio e amônia “verdes”, conforme contrato fechado em setembro de 2021.

Outro cliente é a Volkswagen, que utilizará o biometano em suas fábricas no Brasil.


A Raízen já havia anunciado uma parceria com a fabricante alemã de automóveis em outubro passado, que também envolvia a entrega de energia elétrica e o desenvolvimento de novas fórmulas de etanol. Com os dois clientes, toda a produção da nova planta de Piracicaba já está vendida.
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Ricardo Mussa, presidente da Raízen, afirmou que com a construção de mais uma unidade produtiva no polo de Piracicaba, este agora é um “parque de bioenergia”: “Tem planta de etanol celulósico, tem cogeração, tem biogás. É como se fosse uma biorrefinaria.”

A unidade em Piracicaba será constituída de dois “módulos” de produção de biometano e terá capacidade para 26 milhões m3/ ano. A Yara receberá 20 mil m3 de biometano por dia, enquanto a Volkswagen absorverá 50 mil m3.

A vinhaça que será usada para produzir biometano já é utilizada como adubo orgânico nos canaviais que servem à Usina Costa Pinto, da Raízen. A escolha por Piracicaba para este projeto é simbólica (foi onde a Cosan iniciou sua história no setor sucroalcooleiro), porém prática, pois para a entrega do biometano aos clientes era preciso construir uma planta próxima à rede de distribuição de gás – no caso da Comgás.

A companhia já havia inaugurado sua planta de biogás em outubro de 2020, em Guariba (SP). Este projeto, por sua vez, iniciado em agosto de 2018, tem capacidade instalada de 21MW. Com a iniciativa é possível aumentar em até 50% o potencial de geração de energia elétrica com a mesma área plantada.

No plano apresentado neste ano aos investidores antes do IPO, a Raízen projetou 39 módulos industriais de biogás até a temporada 2030/31. A perspectiva é que as unidades sejam erguidas nas proximidades da rede de distribuição de gás, seja da Comgás ou da Gás Brasiliano.

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