Recuperação à vista

Augusto Diniz
A indústria de máquinas e equipamentos para construção e mineração enxerga o futuro com otimismo, seja no Brasil ou no mundo. Mas a necessidade de buscar relacionamentos mais densos com os usuários é fundamental para manter-se ativo no mercado, dizem executivos entrevistados pela revista O Empreiteiro.
Carl Gustaf Göransson, presidente global da marca CNH Construction Equipment e membro do conselho executivo da CNH Industrial, explica que “se você quer um cliente hoje, você tem que investir a longo prazo.
Tem que se trabalhar também junto com o distribuidor, em uma ação consistente e por longo tempo. E oferecer solução completa”. Segundo ele, o cliente tem sido cada vez mais exigente.
Sobre o Brasil, o executivo disse que a marca está preparada para novo ciclo de crescimento: “Tem muito potencial”. Porém, ele afirma que os Estados Unidos hoje concentram as grandes expectativas de retomada.
Ele vê ainda a Índia com grande oportunidade. Roque Reis, vice-presidente da Case na América Latina, acrescenta que a fábrica brasileira da marca passou até a exportar pela primeira vez para os indianos motoniveladoras. Rafael Silva, executivo de marketing da Liebherr no Brasil, diz que a empresa ganhou novos clientes na área de peças e serviços, fruto de um direcionamento maior no mercado brasileiro à manutenção de frota. Porém, afirma ele, “a ordem da matriz é continuar investindo no País”.
Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America, vê segmentos no País com potencial de expansão, como aos ligados direta ou indiretamente ao setor agrícola, incluindo o florestal, indústria de fertilizantes e movimentação de portos, com reflexo nas obras nas regiões atingidas. “A realidade é de que o mercado brasileiro parou de cair”, diz.
Alisson Brandes, diretor de Marketing e Vendas da JCB do Brasil, conta que em abril a marca apresentará novo equipamento no País, seguindo a estratégia de fazer pelo menos um lançamento anual de produto. “Queremos dobrar a receita em 2018 (com base em 2015) e participação no market share em 2020 (também relativo a 2015)”, revela.A John Deere continua diversificando e monta nova linha de produção em sua fábrica em Indaiatuba (SP). A marca produzirá nela trator de esteira, agregando novo produto fabricado no Brasil ao seu portfólio. “O trator de esteira servirá para agricultura, movimentação de terra, aterro sanitário e serviço secundário na mineração”, conta Roberto Marques, diretor de Vendas da John Deere Construção
e Florestal. “A tendência no mercado é de se atender mais o cliente na manutenção, no monitoramento de
performance e na localização. E de como está sendo utilizada a máquina”, expõe.
Ricardo Bertoni, gerente de Vendas da JLG no Brasil, avalia que o setor está se recuperando. “O Brasil tem capacidade para dobrar de 30 mil plataformas para 60 mil plataformas aéreas, para atender logística, atividade industrial e construção”, menciona.
Numa linha mais técnica sobre o atual cenário da indústria, Yuri Monteiro, Regional Sales manager da Link-Belt do Brasil, avalia que os compradores de máquinas no Brasil têm optado por equipamentos mais específicos para cada tipo de demanda, mas não deixa de destacar que o produto multitarefa possui o seu lugar de destaque. “O mercado começa a despertar para a cultura de empregar o modelo correto para cada tipo de trabalho a ser realizado”, diz.
Gustavo Faria, presidente da Terex América Latina, crê no segundo semestre um reposicionamento de máquinas novas no mercado. O grupo com sede em Nova York, Estados Unidos, reafirmou o interesse de manter as operações no Brasil. Segundo o executivo, o segmento de locação de máquinas no qual a empresa trabalha diretamente, tem ajustado sua oferta interna, inclusive realizando venda de
equipamentos ao exterior.

Fonte: Redação OE

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