Ribeirão Preto (SP) constrói hotel 4 estrelas em área de expansão

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Fachada de alvenaria rebocada, pele de vidro e molduras verticais de ACM
 
 

Obra do empreendimento tem 60% de avanço e trata-se de primeiro investimento de grupo local na indústria hoteleira 

Augusto Diniz – Ribeirão Preto (SP)

 

O bairro Alto da Boa Vista, em Ribeirão Preto (SP), é uma das áreas de expansão da cidade. Por lá se instalam novos centros comerciais e prédios residenciais e empresariais.
 

Em breve, o local ganhará um hotel quatro estrelas, o Santo Emiliano, de bandeira Tryp, com 256 apartamentos com seis diferentes padrões. Trata-se do primeiro investimento neste setor do grupo local Santa Emília, que atua com concessionárias de veículos na região. O investimento total é de R$ 115 milhões.

 

Manoel Barros: Novo negócio
 

O empreendedor Manoel Penna de Barros Cruz lembra que, no passado, sua família já havia construído um hotel no centro de Ribeirão Preto, durante a crise do café, a partir de 1929, mas não se tratava de um investimento tradicional.

 

 “Construímos para ocupar a mão de obra ociosa por conta da crise do café, que deixou muitos desempregados. Como a construção civil emprega muita gente, a obra do hotel se deu para tentar manter a economia ativa”, lembra.

 

Depois do café, Ribeirão Preto passou a ser a capital do açúcar e do álcool e, mais adiante, um importante polo econômico do interior do País. É de olho nesse pessoal que vai à cidade a negócios que o hotel de Manoel Barros, ou Sr. Barros, como é chamado, irá atender.

 

Pedra no caminho

Barros vai semanalmente visitar as obras do hotel. “Nada substitui ver com os próprios olhos”, ensina o empreendedor de sucesso. Quem em geral o recebe é o engenheiro civil Rodrigo Antunes, responsável pela obra.

 

“A vinda dele é importante para que ele acompanhe nossas dificuldades”, afirma Rodrigo. O engenheiro cita uma, que ele considera o momento mais crítico da construção.

 

Rodrigo Antunes: desa o de tirar obra da inércia
 

“Fazíamos a escavação no terreno, em solo de terra vermelha típica da região, quando encontramos rocha. Era pouco, algo em torno 2 m x 3 m, mas tivemos que remover, porque ficava no fosso do elevador. Mas isso exigiu mobilização diferente, com rompedores, e podia atrasar nosso trabalho”, relata. “Esse é o mérito do empreendedor por perto, de ter visto o problema e compreendido, e que estávamos preocupados em resolvê-lo”. 

 

A escavação foi feita para abrigar dois subsolos de garagem do hotel. Rodrigo acrescenta que aquele momento era também o início dos trabalhos, o que aumentou a tensão. “No começo tem que tirar a obra da inércia, e são muitas coisas pra ver”, diz.

 

A construção do hotel está hoje com 60% de avanço no total. Já as instalações hidráulica e elétrica, de combate a incêndio e ar condicionado estão com avanço de 15%.

 

É esperada para o início do ano que vem a entrada da operadora do hotel, a Tryp, para iniciar os trabalhos de preparação do estabelecimento para o seu funcionamento. A entrega da obra está prevista para maio de 2016 – as obras tiveram início em 2014.

 

O pico, previsto para este final de ano, deve colocar na obra entre 250 e 300 trabalhadores.

 

O prédio tem área construída de 22.727 m² (em terreno de 5,2 mil m²), feito em estrutura tradicional, com uso de blocos de vedação, mas as divisórias são de drywall.

 

A estrutura é composta de dois subsolos, térreo, um andar de serviços e salas de convenção, 13 andares de apartamentos e cobertura com piscina, bar e academia.

 

Estrutura

Após escavações, contenções e fundações, começou a ser erguido o prédio. O engenheiro Rodrigo Antunes conta que “houve um planejamento muito detalhado na execução da estrutura de concreto armado na região em torno do corpo principal do prédio”, permitindo que a estrutura tradicional fosse feita até o 6° andar, quando normalmente iria até o 3°.

 

 “Estas periferias eram responsáveis por travar o corpo principal do prédio e, ao mesmo tempo, fazer a contenção do terreno na região dos subsolos. Com esta logística ensaiada, foi possível subir o prédio três andares acima do inicialmente calculado, dando mais velocidade à obra”, descreve o engenheiro. 

 

O ciclo de concretagem de cada lâmina (com 900 m²) levou de seis a sete dias para ser feito, um trabalho considerado rápido e acima da média. “Mantínhamos estoque de aço para produção de três lajes, que chegava já cortado à obra, mas que era montado no canteiro, conta. “A fôrma também vinha pronta para a obra.”

 

Do 10° andar para cima, foi usado concreto especial aditivado que antecipou a cura total da lâmina em sete dias (quando o normal seriam 28 dias). Havia ainda cinco lajes para serem construídas.

 

“Você não pode usar esta fórmula em todo o prédio por questão estrutural”, explica Rodrigo. “Mas em local com esforço menor, pode-se adotar a solução para acelerar a obra.”

 

As fachadas do empreendimento são de alvenaria rebocada, pele de vidro e duas molduras verticais de ACM. A pele de vidro, com módulos encaixados no modelo stick (estrutura de aço horizontal e vertical ancorada na estrutura do prédio), será totalmente posicionada até o final do ano.

 

Ficha Técnica – Hotel Santo Emiliano Tryp Ribeirão Preto (SP)

 

– Projetos arquitetônico e executivo: Ricardo Julião & Arquitetos e Associados

– Construção: Somague MPH

– Gerenciamento: Engexpor

– Terraplenagem e fundações (projeto): Apoio

– Instalações eletromecânicas e climatização (projeto): Gera e Green – Solutions

– Instalações eletromecânicas e climatização (execução): Epime e Konar

– Formas e escoramentos: Geoform e Mills

– Aço: Gerdau

– Subempreiteiras: HF Borian Estrutura, Paganini, Águia, Unimper  
   Impermeabilizações, Risso Investimento e Auddi Pinturas

    – Volumes da obra: Concreto: 6.740 m³ / Aço: 840.000 Kg / Revestimento de fachada em massa: 6.800 m² /       Revestimento de fachada em ACM: 1.500 m² / Pele de vidro: 2.220 m²

 

 

Fonte: Revista O Empreiteiro


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