Sem medo de ser pessimista

Não queremos ser pessimistas. Tudo a favor do otimismo. Mas não temos medo de ser pessimistas, desde que esse sentimento nos ajude a exorcizar fantasmas.  Sobretudo, os fantasmas que estão provocando estragos na economia e, por extensão, na vida de cada brasileiro.

 

Dito isso, vamos a alguns fatos. O encontro do conselhão, como vem sendo denominado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que há muito tempo não se reunia e até era considerado  inativo, não propôs nenhum plano prático capaz de provocar mudanças gerais no quadro de imobilismo do País.

 

Pode até significar alguma boa vontade política essa tentativa do governo para destravar a economia.  Mas, liberar R$ 83 bilhões em crédito, recorrendo-se a bancos públicos e aos fundos do FGTS seria a solução? Analistas experientes acreditam que não.  Há até o receio de que o endividamento, na medida em que aumente,  mais danos provoque. E quem se atreve, nas circunstâncias atuais, a sair por aí tomando financiamentos?

 

Há necessidade de recursos para habitação, saneamento, equipamentos urbanos (transporte público, escolas, postos de saúde) e para a infraestrutura em geral.  Mas, a essa altura, privilegiar um segmento, deixando outro exposto às intempéries, não constitui seguramente solução aceitável.

 

Além do que, a presidência da República insiste na tecla da CPMF.  Seria “imposto” fácil,  buscado diretamente na boca do caixa. Mas, quem garante que essa contribuição “provisória” não se eternizará?

 

Outro dado que pesa nas preocupações dos cidadãos – e das empresas – é o déficit primário que o governo deixou crescer como uma bola de neve e que, pelos dados disponíveis, eleva-se a R$ 115 bilhões. É um estrago para zika vírus nenhum botar defeito.

 

Mas,  vamos exorcizar o pessimismo, sem temê-lo, na expectativa de construirmos um cenário melhor. 

Fonte: Nildo Carlos Oliveira

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