Há alguns problemas urgentes colocados para a sociedade discutir e, talvez, aceitar ou repudiar. Refiro-me aos temas que não foram divulgados durante a campanha eleitoral e que agora aparecem como prioridades a serem decididas no âmbito do Legislativo, de que é exemplo a famigerada CPMF, e àqueles que ficaram no ar como uma ameaça, e que subsistem.
Quanto à CPMF, estava claro que o apetite pelo bolso alheio, para a manutenção de privilégios, e em dose menor, para algum cala-boca na saúde, viria a estimular a fome arrecadadora dos que não conseguem operar nos limites estratosféricos dos impostos e taxas atuais. A única solução que vislumbram é o avanço continuado na renda, já minguada, dos contribuintes. A fome arrecadadora é insaciável.
Sobre os "conselhos" para monitorar a mídia (imprensa falada e escrita), o mínimo que se pode dizer é que isso é uma temeridade. Trata-se de uma idéia medíocre. E, tudo o que é medíocre, é perigoso. Conselhos desse tipo invariavelmente querem se sobrepor ao pensamento e à capacidade de avaliação e análise da sociedade. Acabam se tornando censores e, a censura, explícita ou velada, já demonstrou por aqui os custos de sua aberração. A sociedade já dispõe de instrumentos legais para se defender de possíveis excessos da mídia.
A própria formação de opinião, através da educação e dos recursos do contraditório constitui um anteparo naquele sentido. A rigor, quem prega a favor e quer esses conselhos, age em defesa dos interesses próprios ou dos interesses dos grupos de pressão aos quais se subordina. É necessário dar um "não" a esses conselhos. Eles podem ser o ovo da serpente do solapamento das liberdades públicas.
Um alerta em Itaipu
E foi detectada uma trinca em uma das turbinas da hidrelétrica de Itaipu. Ela se encontra em uso desde 1987. A peça foi fabricada pela alemã Voith/Siemens e deve, daqui para a frente, ser objeto de manutenção sistemática, contínua, e não apenas de uma manutenção periodicamente de rotina. O fato chama a atenção, em especial considerando a vida útil das turbinas de outras grandes hidrelétricas em operação no País.
Fonte: Estadão