Vagas para Copa deverão ser suficientes

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Grupo Accor planeja investir R$ 1,64 bilhão, em 119 hotéis, até 2016

José Carlos Videira

O turista que vier assistir aos jogos da Copa do Mundo de 2014 não deverá ter problema com acomodações. A maior parte das 12 cidades-sede tem ou terá hotéis suficientes para atender à demanda. Levantamento feito com as principais entidades ligadas ao turismo revela um quadro atual de cerca de 320 mil acomodações disponíveis nas 12 localidades. Até 2014, esse número deve chegar a cerca de 354 mil, aproximadamente 11% a mais. Segundo o Termômetro Trevisan Copa 2014, consulta realizada trimestralmente com profissionais ligados ao esporte, divulgado em junho, o item hospedagem está entre os mais bem avaliados.

O grande teste para o megaevento foi a Copa das Confederações, realizada em junho. Na opinião dos profissionais do setor, o Brasil passou no teste. Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de janeiro (ABIH-RJ), o resultado foi até considerado morno demais para o período. As reservas confirmadas de 14 a 30 de junho apontaram que, em média, 67,26% dos quartos de hotéis da cidade foram vendidos para o evento. Para o fim de semana da final (28 a 30 de junho), que aconteceu no Maracanã, no Rio de Janeiro, a média geral ficou em 83,05% de ocupação hoteleira. A média de ocupação de junho na cidade é de 70%.

Hoje, a cidade do Rio, que será palco do jogo final da Copa e cidade-sede da Olimpíada de 2016, conta com pouco mais de 33 mil quartos em operação. Desses, cerca de 21 mil são de hotelaria convencional. Os demais são pousadas, cama e café e albergues.

Grupo terá novos hotéis no Rio, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte

Segundo a Rio Negócios, agência municipal de promoção de eventos da cidade do Rio de Janeiro, o número de novos quartos com 100% de probabilidade de ficar prontos até 2016 é de 11.612. Cerca de 5 mil novos quartos já estão em processo de construção e outros 5 mil esperam licenciamento pela prefeitura do Rio. Isso sem contar o acréscimo de mais 4 mil acomodações que passam por análise dos empreendedores.

A previsão da Rio Negócios é de que a cidade chegue a mais de 38 mil quartos em 2014. Até 2016, esse número deve atingir 48 mil unidades. Pelos cálculos da ABIH-RJ, em 2012 foram 1 mil novos quartos acrescidos à oferta de leitos do Rio de Janeiro. Neste ano, pelo menos 1.500 outros entrarão em operação.

198 novos hotéis no Brasil

Estudo da BSH Travel Research, divisão da BSH International, aponta intenção de investimento de R$ 7,3 bilhões em 198 novos hotéis no Brasil até 2014, com um total de 46.296 novas acomodações. Somente a Accor e seus parceiros de negócios planejam investir no Brasil US$ 1,64 bilhão até 2016, em 119 novos hotéis, em cidades como Rio de Janeiro, Osasco (SP), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG), com bandeiras como Ibis e Ibis Budget, acrescentando uma oferta de 18.799 novos quartos de hotel. Até maio deste ano, a Accor informa ter assinado contratos equivalentes a 2.366 novos quartos.

“Os investimentos da Accor no Brasil não se baseiam na Copa do Mundo e Olimpíada”, esclarece o diretor-adjunto de Desenvolvimento da Accor para o Brasil, Eduardo Camargo. Segundo ele, a construção de um hotel deve sempre levar em conta a demanda, não apenas pontual dos eventos esportivos, mas também as taxas de ocupação a médio e longo prazos.

Camargo informa que a Accor já possui 127 hotéis instalados nas cidades-sede do País. E para a Copa serão implantados outros 24 empreendimentos hoteleiros, equivalentes a mais 4.932 apartamentos. “Essas novas unidades deverão receber torcedores, mas também manter altas taxas de ocupação após o evento”, ressalta o diretor da Accor.

Especialistas advertem que esse cuidado é fundamental para a viabilidade de um novo negócio no setor de hotelaria. Afinal de contas, tanto a Copa do Mundo quanto a Olimpíada são eventos que duram apenas um mês.

Carência em Minas

O diretor da Maio Empreendimentos, Jânio Valeriano, de Belo Horizonte, reforça que a hotelaria depende do crescimento econômico como um todo. O diretor da Maio, uma das mais antigas desenvolvedoras de hotéis da cidade, conta que a capital mineira sempre teve muita carência de hotéis de qualidade. E com a Copa, a prefeitura decidiu incentivar, em 2010, a construção de novos empreendimentos, com o mecanismo da outorga não onerosa para destinação hoteleira.

Valeriano afirma que esse incentivo despertou interesse de empresas sem tradição no setor. “A maioria conseguiu aprovar projetos sem nenhum estudo de viabilidade econômica”, conta. Além disso, segundo ele, também não têm respaldo de grandes cadeias de hotéis. “Vários nem sequer iniciaram as obras, mostrando que a visão é meramente imobiliária”, diz.

O diretor calcula que o investimento em 12 novos hotéis, de várias categorias, na região centro-sul de Belo Horizonte, chegue a R$ 1 bilhão. Segundo ele, esses empreendimentos acrescentarão quase 3 mil novos quartos aos atuais 9 mil existentes naquela região da capital mineira.

English Version

Vacancies for the World Cup should be enough

Grupo Accor is planning to invest R$ 1.64 billionin 119 hotels up to 2016

José Carlos Videira

Tourists who come to see the 2014 World Cup games should not have any problem with lodging. Most of the 12 host cities have or will have enough hotels to meet the demand. Research made with the major entities related to tourism shows a current status of 320 thousand accommodations available in the 12 locations. Up to 2014, this number should reach 354 thousand, approximately 11% more. According to Termômetro Trevisan Copa 2014, a consultation made every quarter with professionals in the sport segment, published in June, the lodging item is among the best-ranking ones.

The big test for the mega eve
nt was the Confederations Cup, held in June. In the sports professionals’ opinion, Brazil passed in the test. The Brazilian Hotel Industry Association in Rio de janeiro (ABIH-RJ found the result even too tepid for the period. The reservations confirmed from June 14th to 30th pointed out that an average of 7.26% of the hotel rooms was sold for the event. For the final weekend (June 28th to 30th), which was held in Maracanã, Rio de Janeiro, the global average was 83.05% of hotel occupancy. The occupancy average in the city for the month of June is 70%.

Nowadays, the city of Rio de Janeiro, which will host the World Cup’s final game and be the host-city of the Olympic Games of 2016, has a little more than 33 thousand rooms operating, 21 thousand of are from the traditional hotel business. The remaining ones are from inns, bed and breakfast and hostels.

According to Rio Negócios, a municipal event promotion agency from the city Rio de Janeiro, the number of new hotel rooms with 100% probability of being ready up to 2016 is 11,612. About 5 thousand new hotel rooms are already under construction and another 5 thousand are waiting for permits by the Rio City Hall. Not to mention the other 4 thousand accommodations under analysis by entrepreneurs.

Rio Negócios estimates that the city will have 38 thousand more hotel rooms up to 2014. This number should reach 48 thousand units up to 2016. ABIH-RJ estimates that 1 thousand new hotel rooms were added to the hotel room supply in Rio de Janeiro. At least 1,500 more will start operating this year.

198 new hotels in Brazil

A study conducted by BSH Travel Research, a BSH International division, points out an intent to invest R$ 7.3 billion in 198 new hotels in Brazil up to 2014, with a total of 46,296 new accommodations. Accor and its partners alone are planning to invest US$ 1.64 billion in 119 new hotels up to 2016, in cities such as Rio de Janeiro, Osasco (SP), Salvador (BA) and Belo Horizonte (MG), with flags such as Ibis and Ibis Budget, adding a supply of 18,799 new hotel rooms. Accor says it has signed contracts equivalent to 2,366 new hotel rooms up to May 2013.

“Accor’s investments in Brazil are not based on the World Cup and Olympic Games”, says Accor’s Assistant Development Director for Brazil, Eduardo Camargo. According to him, building an hotel must always take into account the demand, not only the punctual one from sport events, but also the occupancy rate in the average and long terms.

Camargo informs that Accor already has 127 installed in the Brazilian host-cities. And another 24 hotel undertakings, the equivalent to 4,932 more apartments will be implemented for the World Cup. “These new units are estimated to receive fans, but also keep high occupancy rates after the event”, points out Accor’s director.

Experts warn that this care is primordial to the feasibility of a new business in the hotel segment. After all, both the World Cup and the Olympic Games are events that last only one month.

Shortage in Minas Gerais

Maio Empreendimentos’ director, Jânio Valeriano, from Belo Horizonte, reinforces that the hotel segment depends on the economic growth as a whole. Maio, one of the city’s oldest hotel developers says the capital of Minas Gerais has always lacked quality hotels, and with the World Cup the municipality decided to stimulate, in 2010, new undertakings with the non-burdensome granting mechanism for the purpose of building hotels.

Valeriano says that the said incentive aroused the interest of companies that had no tradition in the sector. “Most of them managed to approve projects without any economic feasibility study”, says he. Furthermore, according to him, they have no support from the big hotel chains. “Many of them have not even started the jobs yet, which shows that their vision is merely a real estate vision”, says he.

The director estimates that the investment in 12 new hotels of different categories in the mid-southern are of Belo Horizonte will reach R$ 1 billion. According to him, these undertakings will add 3 thousand new hotel rooms to the currently existing 9 thousand in that area of Belo Horizonte.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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