O novo projeto prevê a requalificação urbanística das margens e da várzea urbanizada do Tietê e se coloca em paralelo à construção de pistas de alta velocidade a serem implantadas no nível do solo ocupando os espaços verdes restantes em meio as pistas atraís. Quando se imaginava que a idéia da construção de quatro novas faixas de alta velocidade em cada sentido da Marginal Tietê, o que acarretará agravamento do entrelaçamento do tráfego, não encontraria outra proposta que se revelasse mais vantajosa do ponto de vista técnico, econômico e urbanístico, eis que surge uma solução capaz de esquentar a discussão e apontar novos rumos para uma questão vital para São Paulo e Região Metropolitana: uma via elevada de 20 km de extensão e até 25 m de altura. A nova proposta se insere num projeto que prevê a recuperação da Marginal e de suas faixas lindeiras, acenando com a possibilidade da construção de equipamentos urbanos que venham a incorporar as áreas marginais – e o próprio rio Tietê – a um processo de revitalização urbana, a exemplo do que já ocorreu em outras grandes cidades globais, tais como, Tóquio, Paris, Nova York, Londres e Sidney, na Austrália. A solução nasceu simples e articulada em um desenho, num encontro que alguns técnicos realizaram em dezembro de 2005 no Instituto de Engenharia. Participaram dessa reunião preliminar o arquiteto João Valente Filho e os engenheiros Camil Eid, José Olímpio Dias de Faria e Catão Ribeiro. Posteriormente a idéia, discutida em minúcias, começou a ganhar a adesão de outros urbanistas e especialistas em engenharia viária. Acabou adquirindo a feição de um projeto considerado viável, segundo eles. Então foi montada uma equipe para dar feição concreta àquela idéia. “Não se trata de re-inventar a roda”, diz José Olímpio , “mas, sim, de aproveitar e colocar em prática a tecnologia que temos, segundo uma solução que não venha a significar mais sacrifícios para a cidade e seus habitantes, durante a fase de sua execução”. “E o projeto”, sustenta o arquiteto João Valente Filho, “é mais racional, na medida em que preserva e, num segundo tempo, recupera a Marginal Tietê, colocando-a a favor de um uso mais adequado do que aquele para o qual se presta atualmente. Hoje a Marginal e toda a Várzea do Tietê são ocupadas, em sua quase totalidade, pelo sistema viário ali em operação”. Mas, quais seriam as diferenças fundamentais, entre uma proposta e outra, entendendo-se que ambas têm em vista a construção e a exploração das vias mediante concessão por um prazo determinado e a dessa indagação que os defensores da nova proposta avaliam o que ela pode oferecer como opção melhor para a cidade. A proposta anterior faz parte do chamado Programa de Revitalização e Requalificação da Marginal do Tietê. Mas tanto em uma idéia como na outra, a prefeitura e governo estadual teriam de se dar as mãos no esforço para aumentar a capacidade de tráfego pelo local. A primeira proposta prevê a construção das quatro faixas em cada sentido (para a velocidade de tráfego de 110 km/h) ao custo estimado de R$ 1,2 bilhão, segundo o que tem sido veiculado. Ela desafogaria as vias construídas no tempo do prefeito Faria Lima, quando a vazão de tráfego era da ordem de 300 mil veículos/dia. Hoje, passam por ali mais de 1,2 milhão de veículos, segundo informações veiculadas pela mídia Compreensível, portanto, a ocorrência diária e continuada de um congestionamento que aumenta o custo do transporte de carga, agrava a poluição atmosférica e leva o motorista paulistano à beira de um ataque de nervos, a cada minuto. A segunda proposta, Alta Via, consiste na implantação de três novas faixas de tráfego por sentido, posicionadas sobre uma estrutura de concreto elevada a cerca de 25 m do nível do solo, capaz de suplementar a atual capacidade do sistema existente, uma vez que permitiria um fluxo de 15 mil veículos/hora, o que soma 250 mil veículos/dia, nos dois sentidos.
Fonte: Estadão