Um trecho de 45 km da rodovia Rio-Santos (BR-101), entre Caraguatatuba e Ubatuba, deverá ser duplicado, anunciou o governo de São Paulo. São estimados em R$ 3 bilhões os investimentos para a obra, que adotará o modelo de parceria público-privada (PPP). A duplicação deve ter início no final de 2025 e ser concluída três anos depois.
Esse trecho da rodovia recebe um fluxo grande de turistas, sobretudo na temporada de verão, pois dá acesso a mais de 100 praias da parte norte do litoral paulista. Os estudos do projeto estão sendo feitos pela Concessionária Tamoios, que administra a estrada de mesmo nome (SP-099), que liga São José dos Campos a Caraguatatuba, principal ligação entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte.
De acordo com o governo São Paulo, a duplicação vai melhorar também o acesso à região Costa Verde, no litoral sul do Rio de Janeiro, com grande apelo turístico, que inclui cidades como Paraty e Angra dos Reis, além de ser rota alternativa para o Rio de Janeiro. Já do lado paulista, as pistas duplas irão beneficiar também as cidades turísticas de São Sebastião e Ilhabela.
O projeto divide a duplicação em três trechos, todos com pistas duplas divididas por um canteiro central. Compreende o fim do contorno norte da Rodovia dos Tamoios, em Caraguatatuba, até a Praia Grande, em Ubatuba, onde se inicia a concessão da CCR RioSP. Ao longo do percurso, haverá travessias subterrâneas, paisagismo e barreiras verdes.
Na região da Praia Grande está prevista a construção de um túnel de 3,5 km para reduzir a necessidade de desapropriações e intervenções em área urbanizada. Já nos trechos que cortam núcleos urbanos com praias, haverá ciclofaixas, espaço para quiosques e travessias para pedestres.
Essa parte da BR-101 que deve receber as obras chama-se Rodovia Manoel Hypolito do Rego e está sob a responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo. Com a duplicação, a rodovia deve ser concedida à iniciativa privada e terá cobrança de pedágio no sistema free flow, em que o pagamento é feito de forma totalmente automática.
Para duplicar todo o trecho paulista da Rio-Santos, seria necessária a construção da segunda pista em quase 100 km, entre a rodovia Cônego Domenico Rangoni e São Sebastião. O assunto já foi aventado várias vezes ao longo dos anos, mas ainda não existem planos definidos.
