BR-381: Obras devem iniciar em janeiro de 2025, com R$ 6,4 bi de investimentos

BR-381: Obras devem iniciar em janeiro de 2025, com R$ 6,4 bi de investimentos

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Uma estrada apelidada de “Rodovia da Morte”. Esse é o desafio da 4UM, um fundo controlado pelas famílias Malucelli e outras ligadas às construtoras Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia, que ganhou a concessão da BR-381, trecho de 303,460 km entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG), que possui uma infraestrutura precária e histórico de acidentes que levaram ao apelido negativo.

Segundo um levantamento publicado em novembro deste ano pelo jornal Estado de Minas junto à Polícia Rodoviária Federal, de janeiro a setembro de 2024, a BR-381 acumulou 1.965 registros de acidentes, sendo 129 mortes e 2.386 feridos. Com intuito de reverter esse quadro, a 4UM que venceu a concessão do trecho em agosto deste ano, divulgou sua programação de obras durante o 7º Fórum Infra 2024-2026, evento promovido pela revista O Empreiteiro.

Segundo a gestora, será realizado uma série de obras orçadas em R$ 6,4 bilhões de Capex, além de R$ 4 bilhões de Opex. Dentre as principais obras de engenharia previstas, a 4UM destacou a estabilização de taludes (32 trechos);  a duplicação de 106,44 km; construção de faixa adicional em pista dupla de 40,46 km; faixa adicional em pista simples de 42,16km; 9,74 km de vias marginais de duas faixas, além de outras intervenções de porte.

“No geral, teremos várias fases como implantação de bases operacionais, pedágios, obras como duplicações, entre outras. Teremos um pacote de serviços mais amplo. No entanto, ainda estamos formando a equipe, precisamos contratar muita gente. Nossas obras só devem começar mesmo após a assinatura do contrato, provavelmente no mês de janeiro do próximo ano”, disse Marcelo Boaventura, gerente de Concessão de Rodovia da 4UM, em entrevista à revista O Empreiteiro durante o 7º Fórum Infra, realizado em outubro, em São Paulo, quando foi um dos palestrantes.

Segundo Boaventura, o programa de investimentos levou em consideração, inclusive, a quantidade de veículos por trecho da rodovia, fator que está conectado ao número de acidentes. “Nossa operação deve ficar mais concentrada próximo a Belo Horizonte, devido às condições de tráfego e também devido aos acidentes. Quase 70% dos acidentes na BR-381 são nos primeiros 150 km da rodovia, partindo de Belo Horizonte sentido Valadares”, detalhou.

Melhorias priorizam infraestrutura precária

De acordo com a apresentação da 4UM, o programa de obras começará pela fase de medidas mais urgentes, que são importantes devido à infraestrutura atual precária da rodovia. “Iremos fazer o rejuvenescimento do pavimento, Obras de Arte Especiais e Correntes, podas de árvores, construção de novas cercas devido à invasão de animais na pista, entre outras atividades. Na programação segue a implementação de guinchos, ambulâncias, lançamentos de cabos de fibra óptica, construção de um centro de controle operacional, entre outras ações”, contou.

Já no quadro detalhado sobre as obras de engenharia, uma fase mais avançada da concessão, Marcelo destacou o total de quilômetros e interferências que serão executados na BR-381. No programa, o primeiro trecho de duplicação, por exemplo, será entre Ipatinga até Belo Horizonte, e depois por volta do sétimo ano, será executado entre Ipatinga e Governador Valadares. “Essas obras estão previstas nos primeiros 7 a 8 anos do contrato de concessão”, completou.

Quanto às obras mais complexas, o gerente apontou as características geológicas no traçado da rodovia, inclusive dos túneis existentes. “O maior grau de dificuldade da BR-381 se chama Segmento Homogêneo TH 53, com extensão de 30 km, que compreende 30 pontos para estabilizar os taludes devido à complexidade geológica característica dos terrenos, que apresenta diversas dificuldades construtivas. Nosso desafio é continuar operando a rodovia durante as obras, pois a fluidez do tráfego não pode ser prejudicada. Para isso, a concessionária terá várias equipes dedicadas para tocar as obras em si e controlar o fluxo de veículos.

Em relação aos túneis, são quatro em operação, sendo dois simples e dois duplos, localizados na região de Antônio Dias, onde também existe a problemática com os taludes da rodovia, que, além da sua recuperação integral e eliminação de patologias, será instalada a automação das operações. “Os túneis estão em uso mas toda a parte de energia elétrica, ventilação, sistema contra incêndio, controle de tráfego entre outros sistemas ainda serão implementados”, explicou.

Quanto ao impacto das obras que serão realizadas, além da melhoria dos acessos entre os municípios daquela região, a valorização imobiliária do entorno da rodovia, qualidade dos deslocamentos e outros benefícios, Marcelo Boaventura destacou o principal: a segurança dos usuários. “A maior preocupação da 4UM é referente às questões relacionadas a acidentes. A rodovia hoje apresenta um número superior à média nacional, e, infelizmente, uma quantidade de acidentes fatais que extrapola. Com os trabalhos iniciais de melhorias e mais as obras de infraestrutura rodoviária na sequência, acreditamos e esperamos que essa estatística se reduza drasticamente”.

Marcelo Boaventura – Gerente da 4UM

 

 


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