E como se isso não bastasse, ainda vivemos numa nação tachada de ter os combustíveis mais caros do planeta! É realmente uma ironia: um país em pleno desenvolvimento, que abriga em seu território uma das maiores companhias petroleiras do mundo – a Petrobras – ser recorde quando fala-se em alto preço de combustíveis, seja do óleo diesel, seja da gasolina.
Foco aqui o óleo diesel porque ele é o coração da atividade do transporte rodoviário de cargas. Um setor que emprega oito milhões de trabalhadores; é responsável pelo transporte de 68% da economia nacional; garante a sobrevivência das grandes montadoras de equipamentos pesados no Brasil e abastece os mais distantes recantos deste país continental. Um setor que está seriamente ameaçado pelo elevado preço do insumo, que hoje representa de 48% a 52% dos custos de uma operação de transporte.
É isso mesmo. De um frete de R$ 1.000,00 (considerando um equipamento extrapesado, do tipo carreta em operação de longo curso), de R$ 480,00 a R$ 520,00 são consumidos em óleo diesel. Após, somam-se aos custos do transportador demais despesas (tão fundamentais quanto), como pneus, manutenção, pedágios, financiamentos, seguro, gerenciamento de risco, salário dos motoristas (no caso das empresas de transporte de cargas), treinamentos/qualificação do profissional da estrada (indispensável nos dias atuais), e demais custos operacionais da atividade.
A pergunta que fica é: como pode o autônomo ou o pequeno transportador sobreviver em meio a este cenário?
Não há exagero quando falamos que esta política de preços dos combustíveis está inviabilizando a atividade do transporte rodoviário. E não há exagero quando falamos que a Petrobras pode, e deve, reduzir o preço do diesel brasileiro – antes que ele seja responsável pela falência não apenas do TRC, mas de diversas outras atividades que também dependem deste combustível, como é o caso do transporte de passageiros, agricultura, pesca, entre outras.
Ao mesmo tempo em que vemos a decadência de setores fundamentais para a economia brasileira, enxergamos já há alguns meses um cenário de possibilidades com a drástica redução do preço do barril do petróleo no mundo. Foi este o fato motivador para que a Coopercarga realizasse um estudo analisando os fatores: preço do barril de petróleo x preço do dólar x preço do óleo diesel.
O que se comprovou foi uma discrepância dos valores praticados.
Percebe-se que o preço do óleo diesel, numa comparação entre 2003/2009, está na ordem de 80% mais caro que a média histórica.
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Temos posse destes documentos, que estão à disposição de quem quiser verificar. A situação é insuportável.
Em contrapartida (ao mesmo tempo em que a estatal brasileira justifica os valores em razão de perdas sofridas no decorrer de 2008), acompanho matérias sobre o fabuloso crescimento e vastos investimentos realizados pela Petrobras.
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Ainda nessa semana, li a notícia que a estatal teve lucro líquido recorde de R$ 33 bilhões no ano passado, com crescimento de 53%. A notícia circulou nos principais veículos do país.
Já na Gazeta Mercantil, a notícia da edição de 5 de março é que “Petróleo barato injeta US$ 1,7 tri na economia”, avaliando a grande redução de gastos que consumidores de todo mundo farão com o recuo do preço do barril de petróleo, que pode representar o maior impulso no poder de compra das pessoas desde o início da década de 80! E no Brasil, será possível chegarmos num valor mais justo, em conformidade com as demais nações?
Enquanto nos enquadramos fora desta realidade, acompanhamos de um lado o declínio do transporte rodoviário de cargas e, do outro, a manutenção de uma política de preços equivocada por parte da Petrobras – que reflete diretamente no autônomo e no pequeno transportador. Ambos estão numa situação econômica vexatória e não conseguem mais reverter este quadro, colocando em risco não apenas sua profissão, mas toda atividade do TRC.
Precisamos mudar esta realidade! Conclamamos à Petrobras para que reveja sua política de preços, para que tenhamos uma inversão imediata deste cenário, defendendo a atividade do transporte rodoviário de cargas e milhares de famílias que hoje dela dependem. É um apelo que faço em nome do sistema cooperativo de TRC, que hoje não mais vive, apenas sobrevive em meio a custos tão onerosos.
Contamos com o engajamento de todos nesta luta, que beneficiará não apenas esta atividade fundamental para a economia brasileira, mas toda sociedade, em busca de uma breve e nova realidade: a desoneração dos combustíveis – ajustados à nova realidade global.
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Fonte: Estadão