Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP; Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia da entidade e Ana Maria Castelo, economista da FGV, analisaram, com números e gráficos, o desempenho da construção civil ao longo deste ano e fizeram algumas projeções para 2013.
Zaidan disse que a palavra de ordem, para o setor, deverá ser “Produtividade”, explicando que esta é a tarefa de todos, trabalhadores e empresários, independentemente das condições, boas ou más, da economia. E Watanabe ponderou que, sejam quais forem as circunstâncias, nunca se deve deixar de investir em meios que agilizem as atividades produtivas das empresas. Não é por outro motivo que ainda este ano representantes do sindicato estiveram na Alemanha analisando, in loco, técnicas construtivas que viabilizam processos de produtividade nos canteiros de obras.
Segundo as análises que eles fizeram, a construção possivelmente não apresente, ao longo de 2013, a mesma força demonstrada em 2012. O Produto Interno Bruto setorial, que deverá ser de 4% este ano, estará entre 3,5% e 4% em 2013. Em 2011, o índice do PIB chegou a 4,8%.
O que afetou o desempenho setorial, este ano, foram fatores tais como a redução dos investimentos das empresas; a queda dos investimentos públicos em infraestrutura; a paralisação das obras rodoviárias a cargo do Dnit; o baixo ritmo de contratação de imóveis na faixa 1 do programa Minha casa, minha vida (palavras de Watanabe) e a morosidade na concessão de licenciamentos imobiliários. A esse respeito foi lembrada a ocorrência recente no Aprov, da prefeitura paulistana, que teve um diretor acusado de cobrar propina para acelerar a liberação de imóveis.
De qualquer modo, as construtoras não estão numa situação ruim. Continuam contratando e, embora o nível de emprego formal da construção no País “haja caído 0,22% em outubro último, ainda assim acumulava crescimento de 6,57% em relação ao mesmo período de 2011”, informa o sindicato.
Perspectivas sombrias? – nem pensar. Para 2013, segundo o Sinduscon, as previsões são de mais investimentos em infraestrutura; volta do crescimento de lançamentos e vendas no mercado imobiliário; recuperação da taxa de investimento e crescimento setorial próximo ao do PIB nacional.
Sobre melhorias que já estariam ocorrendo no Aprov, da prefeitura, na liberação dos licenciamentos imobiliários, Eduardo Zaidan disse uma frase de efeito: “Houve, sim. uma melhoria. Eles começaram a gastar menos energia para fazer a mesma coisa”.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira