Francis Bogossian*
Mudanças são sempre difíceis de serem implementadas, principalmente quando envolvem os segmentos acadêmico e governamental. Nos anos 90, depois de décadas militando na área do ensino formal, optei por maior dedicação à minha empresa e ao campo associativo. Deixei de participar da preparação de engenheiros para tê-los como colaboradores em diversos níveis. Passei a vê-los com outros olhos. Vivíamos, então, séria crise profissional, baixos salários, evasão de alunos da de graduação, mestrados e doutorados buscados como solução para o fantasma do desemprego. Mantinham-se parâmetros de formação antiquados, já que não se acreditava na revolução tecnológica que já despontava lá fora. |
Desde aquela época venho batendo nesta tecla, muitas vezes considerada antipática aos colegas que comandam e/ou vivem o universo acadêmico. Não é necessário citar dados estatísticos, porque é evidente que nosso mercado carece de engenheiros, que são a mola propulsora das nações desenvolvidas e indispensável ingrediente para países que, como o Brasil, despontam como potências e economias que partilharão em breve a liderança do planeta.
Estamos em uma corrida desenfreada atrás do tempo perdido, com as empresas bancando as complementações indispensáveis à capacitação de suas forças de trabalho para que incorporem as inovações que o mercado global pratica como rotina e mudam rapidamente. O Brasil precisa de engenheiros que não apenas compreendam como também absorvam o novo. As universidades que se mexam. E com urgência!
*Francis Bogossian é presidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)
Fonte: Estadão