Em maio de 1969 o engenheiro Bruno Constarini foi chamado a Argel, por Niemeyer, para dar apoio técnico à estrutura da Universidade de Constantine. Engenheiros locais (franceses) resistiam à idéia de constuir o prédio do Batiment des Classes, argumentando que o projeto respectivo era inexequível . Diziam, tentando provar por A mais B, que a viga principal deveria ter espessura de pelo menos 1,5 m.
Quando Bruno chegou ao canteiro, a confusão estava formada. Os franceses lhe apresentaram cálculos e mais cálculos mostrando que não poderiam tocar a obra segundo as especificações defendidas por Niemeyer. Era um risco. Bruno ouviu as partes envolvidas e começou a analisar o problema. Os franceses ficaram na expectativa de que Bruno respaldasse a posição deles.
Lá para os tantas o engenheiro brasileiro disse que já analisara os calculos. E eles:
– Então, temos ou não temos razão?
E Bruno:
– Não têm. Esta viga pode ser feita com 0,25 m de espessura em cocnreto protendido.
Bruno Cantarini, que fora a Argel para dar apoio técnico nesse caso específico, voltou de lá com um contrato para calcular todas as edificações da Universidade de Constantine. Para desespero dos franceses.
Fonte: Padrão