Ovo é solução para galeria de concreto

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Maurício Gertsenchtein e Rubens Assaf eram jovens engenheiros da Maubertc, naquele início de 1970. Certa manhã encontraram sobre a prancheta um problema a dasafiá-los: projetar galerias de concreto sob aterros altos, sujeitos a cargas elevadas. As obras estavam previstas no trecho 1 da Variante Entrocamento-Amoroso Costa, da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, de acesso a Uberaba.

Ora, sob aterros altos, que provocavam cargas elevadas, é comum a construção de abóbadas cilíndricas, de diretriz elíptica ou parabólica. São soluções viáveis, até econômicas, mas com alguns eventuais inconvenientes: as galerias ficam sujeitas ao acúmulo das cargas provenientes do adensamento das massas laterais e até da invasão do terreno mole pelo fundo da galeria, devido às pressões dessas mesmas massas.

Diante disso, os engenheiros começaram a pensar em uma solução diferente. Um deles lembrou o princípio do ovo de Colombo, mas sem que ele fosse quebrado. Verificaram que, se comprimido com as mãos pelas extremidades, o ovo certamente não se arrebentará facilmente. O caso já muda de figura, se ele for pressionado pelo diâmetro menor. O fenômeno se explica pelo efeito em arco, que permite ao material maior resistência à compressão no sentido referido.
Foi a partir dessa observação que os dois engenheiros inovaram projetos de galeria, adotando a forma oval para obras do gênero sob aterros altos, sujeitos a cargas elevadas. A solução ganhou tal notoriedade e reconhecimento na época, que, conforme lembra hoje José Roberto Bernasconi, a Maubertec desenvolveu outros numerosos projetos para galerias ferroviárias e rodoviárias. O ovo, mais uma vez, foi a solução.

Fonte: Padrão


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