A jovem força feminina na nova sede

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Elas são muito jovens, cerca de 20 anos. Todas muito bonitas, e ainda por cima simpáticas. Bochechas branquinhas que coram diante de uma pergunta singela. Vêm de uma porção de chão abençoada por Deus no Sul do País: pequenos municípios gaúchos inicialmente formados por imigrantes, em sua maioria de alemães.
São elas a face administrativa do novo escritório para a América Latina da John Deere, em Indaiatuba (SP). As jovens gaúchas aceitaram o convite de mudar com a empresa de Porto Alegre para cá. Julgaram ser melhor as possibilidades de crescimento profissional no novo endereço. Era, acreditam, uma oportunidade. Havia, inclusive, benefícios oferecidos para cativar a mudança, entre eles, um novo cargo, agora mais estratégico, e, logo, de ganho mais elevado. Se a moça tivesse marido ou companheiro estável, se o marido tivesse mulher ou companheira estável, o compromisso era empregá-los, também, na nova sede.
E assim foi feito. Uma estimativa extraoficial indica que vieram do Sul cerca de 80% do total de funcionários em Indaiatuba, mais ou menos 300 dos 350 que ali trabalham.
Talita Tischler, de 20 anos, descendente de alemães, cabelo loiro cortado na altura do ombro, olhos azuis, veio da pequena Horizontina, de cerca de 20 mil habitantes, onde a John Deere mantém uma de suas unidades fabris no País, de maquinário agrícola. Talita era estagiária e hoje assiste a contabilidade. Mora sozinha em Indaiatuba, num apartamento alugado. Foi a primeira vez que saiu de casa e, no começo, assim que chegou, diz ter sentido um pouco de medo. “Mas já passou.” Ela transferiu a matrícula na faculdade de contabilidade para sua nova cidade e cursa o sexto semestre. Saudade do Minuano, daquele vento que sopra gelado? “Ah, não, prefiro o calor.”
Cristiane Garbato, de 22 anos, cabelos e olhos castanhos, pernas alongadas, era vizinha de Talita, lá em Horizontina. Elas me atualizam de um fato marcante, de que a melhor obra de arte da história da Engenharia brasileira veio ao mundo em Horizontina: a “estaiada” Gisele Bündchen. Cristiane também descende de alemães e abandonou, depois de casada, o sobrenome repleto de consoantes e ficou com o do marido. Aliás, foi ela quem o trouxe de lá, para trabalhar aqui, na John Deere, como parte daquele plano de benefícios extras. O hoje marido era laçador em rodeio, nos fins de semana; agora, o passeio é mesmo no shopping, às compras. Mas não se queixam: gostam da cidade, que é maior, Indaiatuba tem cerca de 200 mil habitantes, com outras opções de lazer e de vida.

*Elas toparam o desafio lançado etrocaram o Sul por Indaiatuba

Foi um pouco diferente a história de Alessandra Keller, de 20 anos, cabelo loiro e cacheado, esguia, que se uniu a um homem que já era funcionário e conseguiu duas coisas ao mesmo tempo: um emprego e um marido. São realmente abençoadas, essas moças. Em Independência, município gaúcho com cerca de 10 mil habitantes, ficou agora sua ausência, notada nos bailes de fim de semana do clube Redel, que é da família desde os tempos avoengos.
A mudança da John Deere para Indaiatuba também favoreceu quem mora na região. Adriana Barbosa foi a Porto Alegre por um ano, enquanto aguardava o novo escritório ficar pronto. E voltou falando um “Bah!” aqui e outro acolá, para enfatizar um comentário. Loraine Braga conquistou um estágio, na equipe da Adriana, na tesouraria.
Boas de número, lotadas na contabilidade, no contas a pagar, na administração como um todo, elas são a jovem força de trabalho da John Deere. Que executam diariamente a missão de expandir os negócios da empresa no Brasil e em toda a América Latina. Tarefa de monta, de mulher feita. Estão começando a vida, muitas no primeiro emprego, nos primeiros tempos de casadas, cheias de sonhos e de projetos.

Fonte: Padrão


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