Projeto é uma das principais intervenções urbanísticas previstas para a Copa de 2014, que será realizada no Brasil. A prefeitura do Rio de Janeiro lançou oficialmente, no dia 23 de junho, um plano de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro. Pelo projeto, o abandono de terrenos e prédios, a sujeira, a população de rua e a insegurança na região portuária da cidade estão com dias contados. O plano prevê a reurbanização da Praça Mauá e das principais vias próximas, como a Avenida Rodrigues Alves e a Rua Sacadura Cabral. Dezenas de imóveis antigos, que serão reformados, vão abrigar cerca de 500 famílias. A exemplo do que foi feito em Barcelona (ver boxe), o Píer Mauá também será reurbanizado. A área vai ganhar espaços culturais, um shopping, bares, restaurantes, jardins, quiosques e chafarizes. Em parceria com a Fundação Roberto Marinho, serão construídos o Museu do Amanhã, espaço dedicado à arte e à ciência, em galpões dos cais do porto, e a Pinacoteca do Rio, que vai receber coleções particulares e exposições permanentes sobre a cidade.
Na Praça Mauá, será construído um estacionamento subterrâneo. O plano também tem projetos de habitação, saneamento básico, calçamento de ruas e iluminação pública. Haverá, ainda, iniciativas voltadas para cultura e lazer, como a reforma de praças e instalações de ciclovias. Entre os bairros da Zona Portuária que serão beneficiados estão.
Para revitalizar visualmente a região, o prefeito disse ser a favor da demolição do o elevado da Perimetral, viaduto com sete quilômetros sobre a Avenida Rodrigues Alves, por onde transitam cerca de 100 mil veículos por dia. "Eu adoraria. Por mim, eu já pegava a marreta hoje e começava a derrubar, mas é uma saída importante para a cidade e não se pode demolir sem ter uma alternativa", afirmou.
De acordo com o ministro do Turismo, Luiz Barretto, o projeto dará um impulso importante ao turismo na cidade. "Temos que dotar esta área de auto-sustentabilidade, ou seja, trazer gente para cá. Isso significa, além de equipamentos, ter moradias para que as pessoas possam morar aqui", disse.
O custo total do projeto é estimado em R$ 359 milhes, sendo R$ 280 milhes do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), do Ministério do Turismo, e R$ 79 milhes financiados pela Prefeitura do Rio, Caixa Econômica Federal e setor privado. "Não estamos só recuperando uma área, mas um patrimônio histórico-cultural, e que será sobretudo turístico, para esta cidade", disse Barretto.
O projeto
As obras da primeira do Projeto Porto Maravilha, como o empreendimento foi batizado, iniciaram no dia 23 de junho e devem durar dois anos. A medida compreende três frentes de trabalho infraestrutura, habitação e cultura/entretenimento. Entre as ações está a reurbanização das principais vias da região, entre elas, a avenida Rodrigues Alves, e a criação de um novo espaço público na área, com anfiteatro, chafarizes, restaurantes, quiosques e estacionamento.
O projeto também prevê a reestruturação da Praça Mauá, incluindo a construção de uma garagem subterrânea com capacidade esperada de até 1.000 veículos. No segmento habitação serão criadas 499 novas residências na região portuária, por meio da recuperação de imóveis antigos subutilizados. Já na área da cultura serão implementados dois atrativos turísticos: a Pinacoteca do Rio no edifício D. João VI e o Museu do Amanhã nos armazéns 5 e 6 do Píer Mauá.
O Programa de Desenvolvimento do Turismo é uma parceria entre o Ministério do Turismo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financia projetos de estados e municípios brasileiros com mais de um milhão de habitantes. A revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro é uma das principais intervenções urbanísticas previstas para a Copa de 2014, que será realizada no Brasil.
Outras obras da primeira fase do projeto "Rio Maravilha" são o calçamento, iluminação pública, drenagem e arborização das ruas Barão de Tefé, Venezuela e Rodrigues Alves e das ruas transversais que cortas estas vias principais. Será construído um novo acesso ao Porto a partir da Avenida Brasil, na altura do Canal do Cunha, para veículos de carga. A nova rota passa pelo bairro do Caju, desafogando o trânsito na área a ser revitalizada.
Boa parte dos terrenos onde serão desenvolvidos os projetos pertence à Companhia Docas do Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da empresa, Jorge LuizMello, alguns imóveis estão vinculados a ações judiciais, mas que podem ser substituídos quando for definido o uso para eles. "Se houver uso de um equipamento e for necessário retirar de uma penhora, é só substituir por outro ativo", disse.
Mello observa que a maior parte dos recursos para o projeto virá da iniciativa privada. "O que vamos fazer é organizar o projeto com a prefeitura e o estado para permitir que a iniciativa privada possa investir na revitalização".
Fonte: Estadão