A prioridade da pavimentação nas cidades, para ajudar na solução da mobilidade urbana, e da pavimentação rodoviária, tendo em conta a vida útil das rodovias brasileiras, foram objetos de dois encontros temáticos nessa direção, realizados este mês (outubro), no Sul do País.
São eles o 7º Congresso Brasileiro de Concessões e Rodovias (CBR&C), promovido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), em Foz do Iguaçu (PR), e a 17ª Reunião de Pavimentação Urbana, realizado em Porto Alegre (RS), pela Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv) e pela Secretaria Municipal de Obras e Viação.
O CBR&C teve um número recorde de participantes, com mais de mil congressistas, e a presença de representantes de 20 países.
Em seu discurso, o presidente da ABCR, Moacyr Servilha Duarte, destacou os 15 anos da ABCR e analisou os desafios do setor no Brasil: “O primeiro desafio é a manutenção adequada das rodovias, tanto do ponto de vista físico, como da segurança dos usuários. No ano passado, tivemos o assustador número de 38 mil falecimentos, além de milhares de feridos, o que está a exigir maior fiscalização da condição dos veículos e dos condutores em relação ao consumo de álcool”.
O segundo desafio, de acordo com ele, é o financiamento dos investimentos em infraestrutura, fator que incide, diretamente, em um dos itens de maior discussão entre usuários e gestores: o cálculo do valor das tarifas. “Todos desejam boas rodovias, mas os usuários relutam em pagar para usá-las, ou querem reduzir ao mínimo esse ônus, o que é natural. Já os empreendedores precisam ter uma remuneração compatível, considerando, inclusive, os riscos assumidos”, analisou.
Neste sentido, um dos principais debates do 7º CBR&C é a aplicação do sistema free flow em substituição às atuais praças de pedágio. O método, que funciona através da identificação automática dos veículos e de cobrança posterior à utilização do serviço, já funciona em países como Chile e Portugal.
“Certamente, esse é o caminho do futuro, mas aqui no Brasil temos um problema sério: como pelo menos 30% da frota é irregular, fica impossível cobrar a posteriori. O governo quer sanar essa dificuldade por meio do controle da frota, mas a questão é complexa e só terá solução a médio prazo”, afirmou Duarte.
Vias urbanas
A Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv) e a Secretaria de Obras e Viação de Porto Alegre (SMOV), realizaram a 17ª Reunião de Pavimentação Urbana, no período de 18 a 20 de outubro de 2011, no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre(RS).
Entre os temas abordados, figuraram os seguintes: financiamento a municípios; materiais para pavimentação urbana; estudos e projetos de pavimentos; manutenção, restauração e gerência de vias; técnica de construção e controle de qualidade de pavimentos; segurança e meio ambiente em vias; abertura e reaterro de valas de redes subterrâneas; Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS); e preparação das cidades para a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Estadão