O projeto que cria a Cidade da Bioenergia no Interior de São Paulo foi entregue ontem ao presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, em reunião com a diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A associação pretende implantar o projeto em parceria com universidades e indústrias de desenvolvimento de tecnologia voltadas para o agronegócio das energias renováveis. O local, a princípio, seria em São Carlos, na fazenda Canchim, da Embrapa, que seria entregue em forma de comodato. A inauguração ocorreria na Agrishow de 2010.
Em coletiva de imprensa, realizada após o encontro com Lula, o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto salientou que, atualmente, das 410 usinas de açúcar no Brasil, 100% foram fabricadas por associados da Abimaq. “Então, o que nós queremos fazer nessa Cidade da Bioenergia é transformar o local numa referência mundial da área de bioenergia e do agronegócio”, disse. O empresário alerta que o mundo precisa renovar energia, sair da dependência do petróleo. Pelo sucesso das usinas atuais, Aubert foi taxativo ao afirmar que o Brasil tem grandes oportunidades no ramo. A idéia inicial, segundo ele, é aproveitar o sucesso da Agrishow, maior feira de agronegócio do País, que ocorre anualmente em Ribeirão Preto, para criar uma espécie de capital do desenvolvimento tecnológico em bioenergia.
“Queremos criar a Universidade da Bioenergia e sermos uma referência mundial na área de estudos de energia renovável num sistema sustentável. O Governo investiria nas estradas, nos acessos, e a Abimaq investiria nos prédios, e caberia a Embrapa a parte de tecnologia”, completou Aubert.
Presente na reunião no Palácio do Planalto, o prefeito Newton Lima Neto (PT) estava otimista. Segundo ele, a intenção é estruturar um centro de exposições permanente para a realização também de cursos de capacitação, contando com a Universidade Federal de São Carlos, e com as duas Embrapas da cidade.
“Teremos uma vitrine dos processos dos produtos, e das máquinas para a obtenção de energia a partir das fontes renováveis”, adiantou.
Na reunião ficou acertado que Newton Lima vai entregar um projeto com os detalhamentos da parte que cabe ao Governo Federal. Os recursos estimados são de R$ 50 milhões, sendo que a primeira etapa consumiria cerca de R$ 23 milhões.
Fonte: Estadão