Aerodrómo conta agora com 29 pontes de embarque
Augusto Diniz
O Consórcio Inframérica, integrado por Corporación América da Argentina e Infravix do Grupo Engevix do Brasil, entregou para a Copa do Mundo 2014 a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek, com dois novos píeres compostos de 16 pontes de embarque e 41 posições remotas. Trata-se de um salto e tanto. Antes, o terminal aeroportuário da capital federal possuía apenas 13 pontes de embarque e 27 posições remotas. Os balcões de check-in saltaram de 71 para 95.
A ampliação do terminal em plena operação foi considerado o maior desafio da obra pelo consórcio – tanto nos aeroportos de Guarulhos como de Viracopos, a opção foi a construção de novos terminais em área contígua e afastada dos terminais existentes, o que facilitou o desenvolvimento dos projetos. Mas a empresa afirma que esta foi a melhor opção em um aeroporto em que quase a metade da movimentação diária é usada para a conexão de passageiros — Brasília fica no centro do País e é o maior hub de voo doméstico do Brasil.
O Consórcio Infamérica arrematou o Aeroporto de Brasília em leilão por R$ 4,501 bilhões, no dia 6 de fevereiro de 2012, e no dia 1º de março de 2013 assumiu a manutenção e operação total do aeroporto, em um período de concessão de 25 anos.
Com a nova área, a capacidade do aeroporto saltou de 16 milhões passageiros/ano para 21 milhões de passageiros/ano em 2014. Até o final da concessão ela irá a 41 milhões/ano. Já em junho do ano passado, a expansão do estacionamento permitiu ampliar o número de vagas de 1.234 para 3.100.
Nesse período de administração total foram investidos R$ 900 milhões, com geração de cerca de 4 mil empregos, segundo o consórcio – até o final da concessão terão sido investidos no aeródromo R$ 2,85 bilhões.
Obras
A primeira etapa das obras do Aeroporto de Brasília, prometida para o Mundial, levou 17 meses. Quase mil trabalhadores trabalharam no projeto de ampliação com implementação dos píeres Norte e Sul, com 260 m de comprimento e largura variável entre 25 m e 43 m, constituído de cobertura metálica.
A dificuldade de executar as obras com o aeroporto em operação fez com que os serviços avançassem numa área do sítio que permitisse a transferência das operações de voos para outras, deslocando, por consequência, as posições de estacionamento de aeronaves e, assim, reduzindo o impacto do desconforto. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) chegou a apontar que, entre os aeroportos em obras, o de Brasília era o que mais causava interferências às companhias justamente por conta das execuções de ampliação estarem sendo realizadas com o terminal em operação.
Uma fábrica de pré-moldados foi montada no canteiro de obras para atender à ampliação do aeroporto. Pilares, vigas e lajes somam mais 1.318 unidades na estrutura ampliada.
O terminal de passageiros passou de 60,7 mil m² para cerca de 84 mil m² com a construção do píeres Norte e Sul. Uma sala vip de 1.500 m² também foi entregue. Outras obras realizadas incluem a duplicação do viaduto de acesso ao piso de embarque e a reforma das antigas áreas de embarque e desembarque, incluindo cobertura e pontes de acesso, e troca de forro e piso.
Nos complexos sistemas inseridos na ampliação do terminal, exigiu-se o aumento das escadas rolantes disponíveis aos usuários de 10 para 17, e de elevadores de 19 para 38. As esteiras de bagagem passaram a ser 12, divididas em sete carrosséis inclinados e cinco planos.
O novo sistema de manuseio e movimentação de bagagem substituiu integralmente o atual, com uma característica importante: a bagagem do passageiro é transportada pela rede de esteiras automatizadas, com rastreamento em todo o percurso via leitores automáticos de código de etiquetas – isso permite separar as bagagens de acordo com seu destino. A medida torna o embarque e desembarque mais ágeis. Podem ser proc
essa das 4.600 bagagens por hora.
Foram posicionados 81 estabelecimentos comerciais na nova configuração do aeroporto, aumentando para mais de 1 mil m² em área para este tipo de operação.
A área do pátio de aeronaves saltou de 178,8 mil m² para 300 mil m². As pistas de pouso e decolagem continuam as mesmas: elas são paralelas, com 1.805 m de distância entre elas. Uma tem 3.200 m x 60 m e a outra, 3.100 m x 60 m. Entre as pistas, foi feita a recuperação do atual viaduto de aeronaves e a construção de um novo. A área total do sítio aeroportuário chega a 29 milhões de m².
Um próximo passo nas obras pós-Copa no Aeroporto de Brasília inclui a construção de um novo terminal de cargas. Além disso, estuda-se a implementação de hotéis na área.
Fonte: Revista O Empreiteiro