Represamento do reajuste dos preços dos combustíveis no varejo, desembolso de R$ 15 bilhões pela concessão
de exploração do pré-sal, prejuízos com a venda de ativos no exterior preocupam investidores, que temem pelo futuro econômico da maior empresa brasileira
Carlos Brazil
Alguns questionamentos parecem parodoxais, como o fato de o governo federal ter-lhe concedido, sem licitação, o direito de explorar reservas do pré-sal que somam, segundo estimativas, de 10 a 15 bilhões de barris de óleo equivalentes (BOE), o que praticamente irá dobrar as reservas atualmente à disposição da companhia (estimadas em 16,57 bilhões de BOE em 2013).
A objeção se dá ante o fato de que ela deverá desembolsar até 2018 – muito antes, portanto, do momento em que poderá auferir lucros com a empreitada – R$ 15 bilhões pela concessão, dos quais R$ 2 bilhões já em 2014. A venda de ativos da estatal para gerar caixa e cumprir a meta fiscal do governo também é vista com desconfiança.
Outros temas delicados para a empresa são: a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, a um valor considerado muito acima do adequado no caso, o que levou a Polícia Federal a investigar suposto envolvimento de ex-diretores nas transações; e o represamento do reajuste de preços dos combustíveis no varejo, provocando prejuízos e obrigando a empresa a importar derivados de petróleo a preços mais elevados do que os praticados no mercado interno.
Diante de tantos fatores julgados negativos, a Petrobras parece se desdobrar em esforços para reverter este cenário. Podemos citar, por exemplo, alguns recordes de produtividade recentemente atingidos, como os 2,246 milhões de barris/dia de petróleo produzidos, na média do mês de junho em todo o País, dos quais mais de 90% sob responsabilidade da estatal. Ou os 546 mil barris extraídos no dia 13 de julho passado, somente na província do pré-sal.
Iniciativas em andamento e avaliação
Em seu mais recente Plano de Negócios e Gestão, a Petrobras estima investir US$ 220,6 bilhões (o equivalente a R$ 500 bilhões, em meados de agosto deste ano) nos projetos em andamento e em avaliação, até 2018. Desse total, US$ 153,9 bilhões (R$ 350 bilhões) devem ser desembolsados para a área de extração e produção de petróleo, seu principal negócio. Outros US$ 38,7 bilhões (R$ 88 bilhões) serão destinados à rede de abastecimento, que inclui importantes refinarias, e US$ 10,1 bilhões (R$ 23 bilhões) serão dedicados às áreas de gás e energia.
O maior volume desses recursos (US$ 206,8 bilhões) está empenhado nos projetos já em implantação ou em processo de licitação. Os demais US$ 13,8 bilhões (R$ 31 bilhões) referem-se a iniciativas ainda em avaliação.
O grande objetivo é o de elevar a produção média diária de petróleo do 1,93 milhão de barris/dia ao final de 2013, para 3,2 milhões em 2018, com a perspectiva de alcançar 4,2 milhões de barris/dia em 2020. Para isso, a partir deste segundo semestre de 2014, deve começar a entrar em operação, no prazo de quatro anos, 25 novas unidades estacionárias de produção, formadas por plataformas e embarcações destinadas à extração de óleo (sendo 19 no pré-sal).
Para dar apoio a esta expansão, o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) prevê a contratação de 45 navios de transporte de óleo e derivados no período.
Setor de abastecimento
Com US$ 38,7 bilhões (R$ 88 bilhões) em investimentos previstos até 2018, o segmento de abastecimento também tem importância significativa nos planos da Petrobras. É nele que se encontram as grandes refinarias em construção ou em projeto.
O mais avançado dos projetos é a Refinaria do Nordeste (Rnest) ou Abreu e Lima. A expectativa é a de que a primeira fase do projeto, orçado em US$ 18,5 bilhões (R$ 42 bilhões), seja concluída até o final de 2014. Instalada em Ipojuca (PE), no Complexo Industrial e Portuário de Suape, a refinaria terá capacidade para processar 230 mil barris/dia de petróleo.
“A Rnest já está, digamos, em procedimento de partida, vamos dizer assim. Porque sistemas estão sendo liberados, a área de utilidade já está praticamente de serviço, geração de energia, tratamento de água, a destilação já estão entregues, assim como os fornos. Então, nós estamos vivendo um processo já de entrega de vários sistemas para começarmos, vamos dizer assim, o processamento”, disse José Carlos Consenza, diretor de Abastecimento da Petrobras, durante a teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre de 2014 da companhia.
O projeto da Refinaria Abreu e Lima, no entanto, também continua envolto em controvérsias, já que, originalmente, a planta seria construída em parceria entre a Petrobras e a PDVSA, petrolífera estatal da Venezuela, que abandonou a obra. Dos US$ 2,4 bilhões (R$ 5,5 bilhões) inicialmente previstos para serem desembolsados com a refinaria, os custos arcados pela Petrobras subiram para US$ 18,5 bilhões. Para justificar a diferença, a estatal alega mudanças consideráveis no projeto inicial.
Outra planta cercada de questionamentos em relação aos altos custos é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que vem sendo construído em Itaboraí. Atualmente, com mais de 75% das obras físicas concluídas, o projeto deve consumir investimentos equivalentes a US$ 13,5 bilhões (R$ 30,6 bilhões) para a conclusão de sua primeira fase, que terá capacidade de
processamento de 165 mil barris/dia de petróleo. A expectativa é a de que o projeto inicial seja concluído em 2016. No entanto, diversas empresas de engenharia abandonaram os serviços nos meses recentes, alegando desacordo com a estatal sobre preços e pagamentos nas obras do Comperj.
A Petrobras realiza ainda obras iniciais de instalação da refinaria Premium I, no município de Bacabeira, Estado do Maranhão. A previsão é a de que a planta, ao custo projetado de R$ 45 bilhões, seja a maior refinaria da estatal, com capacidade inicial de processamento de 300 mil barris/dia de petróleo, com projeção de que chegue aos 600 mil barris/dia na etapa final. O início de operação é previsto para 2018.
Já a Premium II, refinaria a ser instalada no município de Caucaia, dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza (CE), terá capacidade de processamento de 300 mil barris/dia de petróleo a partir de 2019. A previsão de investimentos chega aos R$ 25 bilhões. A nova planta já conta com licença ambiental para sua obra.
Com as novas refinarias em operação, e a modernização das antigas plantas, a Petrobras estima que poderá voltar a alcançar a autossuficiência em refino de petróleo a partir de 2017. Para 2020, a projeção é a de que a capacidade de processamento chegue aos 3,3 milhões de barris/dia de petróleo. Vale lembrar que, diante da extração estimada em 4,2 milhões de barris/dia de petróleo em seis anos, o Brasil contará com excedente considerável de óleo bruto para exportação.
O Complexo Petroquímico de Suape (PE) já iniciou as operações de sua planta de produção de ácido tereftálico purificado (PTA). Seguem em fase de conclusão as unidades de fabricação de politereftalato de etileno (PET) e de poliéster parcialmente orientado (POY). Previstas para serem concluídas este ano, as duas plantas estão incluídas em um orçamento de R$ 8,3 bilhões.
Gás e energia
Com previsão de investimentos de US$ 10,1 bilhões nos segmentos de gás e energia, a Petrobras estima aplicar recursos na ampliação da rede de pontos de entrega de gás natural ao longo do Gasbol – Gasoduto Brasil-Bolívia e das malhas Nordeste e Sudeste de transporte do produto, aumentando em 33% a capacidade de fornecimento do combustível.
Em relação à capacidade de geração de energia da companhia, a expectativa é ampliá-la em 20%. Destaque para a instalação em perspectiva dos seguintes projetos de usinas termoelétricas movidas a gás natural: UTE Azulão (AM), com capacidade de geração de 110 MW, em 2017; UTE Bahia II (BA), com potencial de produzir 300 MW, em 2020; e UTE Sudeste VI (RJ), com 500 MW, também em 2020.
Oportunidades
O grande diferencial deste novo ciclo, segundo avalia João Antonio de Moraes, da Federação Única dos Petroleiros, é que atualmente existe o compromisso e a exigência por lei da participação de conteúdo nacional nos projetos do setor de petróleo. A nova legislação sobre exploração de óleo exige patamares mínimos de utilização de conteúdo local no desenvolvimento das iniciativas. “E isso vai possibilitar o desenvolvimento das indústrias e do País”, avalia o dirigente.
Ele dá como exemplo a indústria naval. De acordo com João Antonio, até 2002, o setor empregava cerca de 2 mil trabalhadores em todo o País. Com a criação da legislação que exige conteúdo nacional nos projetos do setor petrolífero, a partir de 2003 houve uma retomada daquela indústria, culminando com o emprego de mais de 80 mil trabalhadores até 2014. Entretanto, há pelo menos um estaleiro no Rio de Janeiro com salários atrasados há meses.
No entanto, ele alerta que essa transferência dos recursos investidos pela Petrobras só se consolidará quando as localidades, representadas pelos governos municipais e estaduais, estiverem preparadas para oferecer mão de obra qualificada, empresas tecnologicamente capacitadas e os equipamentos demandados.
Entre os problemas apontados por João Antonio devido à profusão de recursos advindos da presença da Petrobras, ele destaca o grande salto no número de trabalhadores que costuma acontecer no período de implantação dos projetos. Após instalados, a demanda por mão de obra recua drasticamente. “Os municípios precisam se preparar para lidar com este salto de população”, explica.
Outro alerta feito pelo dirigente é em relação ao uso adequado dos recursos. “É preciso investir em infraestrutura. O dinheiro do petróleo tem de ser utilizado em empreendimentos de longo prazo, como educação e infraestrutura viária.”
Petrobras – investimentos
Projeto |
Valor |
Fase atual |
Extração e Produção |
R$ 350 bilhões |
Em execução |
Rnest |
R$ 42 bilhões |
Em conclusão |
Comperj (fase 1) |
R$ 30,6 bilhões |
75% das obras executadas |
Refinaria Premium I |
R$ 45 bilhões |
Início de obras |
Refinaria Premium II |
R$ 25 bilhões |
Em projeto |
Complexo Petroquímico |
R$ 8,3 bilhões |
Em conclusão |
Projetos de Gás e Energia |
R$ 23 bilhões |
Em execução |
Opinião
As adversidades da engenharia
*Antônio Müller
Muito se fala sobre problemas de infraestrutura e de atraso em grandes obras no Brasil, mas se olharmos friamente, o primeiro passo, que é uma boa engenharia, não é bem dado. Diversas obras no país começam – acredite – sem projeto. O que agrava ainda mais esse cenário é o fato de que a engenharia de projeto é a base de tudo.
Sempre que há um problema em uma obra, o motivo invariavelmente não é a construção nem a montagem, mas a falta de engenharia básica. Por outro lado, o sucesso de qualquer empreendimento é medido pela qualidade da engenharia, que é responsável por viabilizar o projeto dentro do custo programado e do prazo estipulado.
Se a quantidade de empreendimentos de engenharia industrial em andamento no Brasil é escassa, o desaquecimento torna-se ainda mais preocupante no que se refere à engenharia de projetos, que cumpre o relevante papel de elo de toda a cadeia.
Outro fator que mais prejudica as empresas de engenharia industrial diz respeito aos períodos de alta na implementação dos empreendimentos. Por isso, o importante é a continuidade e a sustentabilidade dos projetos. Ocorre que não há novas obras para cobrir aquelas que estão em fase final. E que são bastante necessárias para o desenvolvimento do País.
A proximidade do término das grandes obras que tomaram o Brasil nos últimos anos, sejam referentes ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou decorrentes da Copa do Mundo, já tem afetado a engenharia de projetos brasileira, que, em função do contexto econômico, vem apresentando significativa redução da sua capacidade produtiva.
É exatamente na fase da engenharia de projetos que equipamentos e materiais que integrarão a unidade industrial são especificados e adquiridos. Desse modo, a engenharia executada fora do País tenderá a nos deixar cada vez mais reféns de fornecedores do exterior, gerando uma espiral declinante de ocupação e competência. O início desse processo já pode ser constatado com a redução de milhares de postos de trabalho no segmento nos últimos 12 meses, com a consequente perda de investimentos em treinamento de mão de obra especializada e novas tecnologias.
Pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) com seus associados em todo o País sobre as expectativas para 2014 revela que a maioria das empresas dos setores de Energia, Mineração e Siderurgia, Óleo e Gás, Infraestrutura, Papel e Celulose e Química e Petroquímica irá reduzir ou manter os investimentos previstos para este ano. De acordo com o levantamento da Associação, se 42% das empresas do setor diminuíram o número de projetos em carteira em 2013, a previsão para este ano é que esse percentual seja elevado para 61%.
A relação entre produtividade e remuneração no Brasil em relação a outros países ajuda a ilustrar a situação. De 2004 a 2014, o Brasil aumentou sua produtividade em apenas 3%, ao passo que os Estados Unidos incrementaram em 19% e o México, um concorrente direto brasileiro, em 53%. Já o crescimento do salário no mesmo período se deu de maneira inversa no Brasil: chegou a 100%, contra 27% nos Estados Unidos e 67% no México.
Diante do panorama apresentado, é veemente a necessidade de novos projetos que assegurem o fortalecimento da engenharia brasileira. Afinal, nenhum país pode obter um crescimento sustentável e perene sem que a sua engenharia seja suficientemente competente e preparada para garantir esse desenvolvimento com qualidade e padrões internacionais, em se considerando a velocidade da evolução tecnológica atual.
*Antônio Müller é presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi)
Hiato que afeta os profissionais
*Suely B. Bueno
Muito temos discutido sobre a ocorrência de acidentes importantes na nossa engenharia. Sabemos todos que temos obrigação de zelar pela segurança e bem-estar dos usuários de nossas obras. Quando nos defrontamos com uma situação, em que lamentavelmente isto não é cumprido, é gerada uma instabilidade em todo setor.
Estamos sempre questionando onde estão as falhas: técnicas, de processo, de formação profissional, de equipamentos, licitações, contratações, tempo de execução, tecnologias empregadas… O que não deu certo. Qualquer perda, por menor que seja, atinge toda classe.
Normalmente, temos uma somatória de cada um destes fatores que culmina no desastre. Como podemos evitá-los?
Na minha opinião, existe um hiato na formação dos profissionais de engenharia, que foi provocado pelos anos em que muito pouco se construiu no Brasil. A formação acadêmica dos profissionais é bastante importante, um bom curso de engenharia, um aperfeiçoamento contínuo. Incluo neste bom desempenho não só a escola, mas também a postura do aluno. Isto é esse
ncial para o sucesso profissional, mas não basta. Para uma formação completa precisamos de obras, de prática, exercer a engenharia ao lado de profissionais experientes. Temos de investir muito para acabar com este hiato e termos o número necessário de profissionais bem formados no mercado.
Outro ponto que pode colaborar para a ocorrência destes insucessos é o não cumprimento das regras, já estabelecidas e muitas vezes consagradas. Como a falta de conhecimento e uso das normas técnicas, a aceitação de obras sem projetos específicos e sem as devidas aprovações, a falta de fiscalização do exercício da profissão, o excesso de confiança.
A forte pressão por prazos mais curtos pode estar levando à supressão de etapas importantes de controle e exige um aumento de risco, pois é necessário fazer mais e mais rápido. A estrutura das equipes está sendo submetida a uma enorme pressão pelo prazo.
Esta é uma conquista que tem de vir aos poucos, com muito investimento em treinamento, tecnologia, formação profissional, educação. Aguardamos tanto para que no processo de projeto e execução sejam tomadas decisões pouco importantes e não nos sobra tempo para desenvolver nosso trabalho sem queimar etapas.
Fazemos obras sensacionais, mas ainda não conseguimos impor esta excelência a todos os empreendimentos. Temos muito a conquistar.
*Suely B. Bueno é presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece)
Ajustes na exportação
*José Augusto de Castro
O Brasil tem o sétimo maior PIB do mundo, mas em 2013 alcançou apenas a 22ª posição no ranking de exportação de bens, com 1,32% do total. Por sua vez, as exportações brasileiras de serviços estão na 31ª posição no ranking mundial, com 0,80% de participação. Dentre elas, destacam-se as exportações de serviços de engenharia.
Quando se fala em exportação de serviços de engenharia, a primeira impressão é que se refere apenas à venda de serviços propriamente ditos. Contudo, também integram essas exportações equipamentos que fazem parte da obra, como turbinas, caldeiras e tubulações, além daqueles utilizados para executá-las, como caminhões, tratores, ônibus, britadeiras e guindastes, entre outros. Estes produtos serão utilizados para concretizar a execução do serviço contratado, que pode ser uma rodovia, ferrovia, aeroporto, porto, hidrelétrica etc.
Portanto, sem a atuação das empresas de serviços de engenharia, produtos sofisticados e de alto valor agregado não poderiam ser exportados. Além disso, para a execução de um projeto de engenharia no exterior são contratadas, no Brasil, cerca de 2 mil empresas. Trata-se de micro, pequenas e médias empresas que, isoladamente, não teriam condições de acessar o mercado internacional.
Em se tratando de serviços de engenharia, o financiamento é o fator preponderante para se fechar um negócio. No Brasil, o BNDES é o braço governamental de apoio financeiro a longo prazo para as exportações. As condições para empresas de serviços de engenharia financiarem suas exportações podem ser consideradas adequadas, porém ajustes devem ser feitos para elevar o nível de competitividade externa das empresas nesse concorrido mercado.
O governo precisa caracterizar as empresas exportadoras de serviço de engenharia como instrumento de política estratégica de comércio exterior, conferindo celeridade operacional na análise de seus processos de exportação, de forma a reduzir o atual prazo, acima de um ano, necessário para aprovar a operação e liberar seus recursos.
As empresas de serviços de engenharia já demonstraram ter condições de participar do competitivo mercado internacional. A conquista de novos mercados ou a ampliação de antigos, com a consequente elevação da participação brasileira neste segmento exportador, depende apenas de decisões internas.
Além disso, exportar serviços de engenharia significa status num mundo dominado por cerca de 15 países exportadores, entre os quais o Brasil, e não é para quem quer, mas para quem pode. O Brasil e suas empresas podem, e querem.
*José Augusto de Castro é presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
Fonte: Revista O Empreiteiro